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Arvo Festival 2023

Oito motivos para não perder o festival cuja terceira edição irá marcar a volta aos palcos de Rubel e da Nação Zumbi

Rubel

Texto por Frederico Di Lullo

Fotos: Divulgação

Um dos festivais mais aguardados na Ilha da Magia, o Arvo tem sua terceira edição marcada para o próximo dia 28 de outubro, prometendo um dia histórico. Seja pelo seu histórico anteriores ou pelo lineup da atual, haverá todos os ingredientes para um evento inesquecível.

Mondo Bacana apresenta agora oito motivos para você garantir presença no festival em Florianópolis e aproveitar um sábado de muita cultura efervescente. Bora?

Estrutura de primeira

O Arvo se caracteriza por ser proporcionar uma experiência diferenciada para quem vai ao festival. Espera-se para a próxima uma estrutura equalitária às edições anteriores, com um som de primeira e três palcos que irão proporcionar o revezamento de mais de 20 atrações diferentes em mais de 12 horas de show.

O melhor bairro de Floripa

O local escolhido para o Arvo não poderia ser diferente: a Arena Império das Águias, que fica no Campeche, internacionalmente conhecido por ser um bairro que detém uma ampla e efervescente comunidade de músicos, surfistas e famílias que escolhem a tranquilidade de morar à beira-mar. Como se não bastasse, ainda é o melhor pôr-do-sol de Floripa! 

Diversidade musical

É samba, é rock, é manguebit… A diversidade que urge do atual cenário musical nacional estará presente e isso poderá ser traduzido em garantia de sucesso e diversão! Afinal, diferenças musicais e muitos gostos estando ali representados, sendo um espaço plural e diverso.

Rubel 

A turnê As Palavras é a primeira do artista em mais de três anos e vem recebendo elogios em todas as cidades que acolhem a apresentação. E não pense que ela vem de maneira enxuta: serão os 12 pessoas no palco, tocando um set list que equilibra músicas de toda a carreira de Rubel.

Nação Zumbi

ícone do movimento manguebit, a Nação Zumbi, agora com a formação de trio (mais músicos convidados) é uma força revolucionária na música brasileira e finalmente se apresenta novamente em Florianópolis. O show mescla rock, funk, maracatu e psicodelia de forma única. Está sendo aguardadíssimo, afinal, a última passagem pela cidade desta trupe, que retorna agora de um ano de pausa e sem a presença do guitarrista Lucio Maia, foi no já longínquo ano de 2019.

Jorge Aragão

Cantor, compositor e instrumentista, ele personifica o samba em sua forma mais autêntica, com uma carreira brilhante que atravessa décadas. Com certeza, não vão faltar clássicos para todo mundo cantar junto com este tesouro da música brasileira, como “Eu e Você Sempre,” “Malandro”, “Vou Festejar” e “Coisinha do Pai”. Sem dúvidas, será mais um momento histórico para este ano na Ilha da Magia.

Baco Exu do Blues 

Figurinha carimbada na capital catarinense, o baiano de 27 anos é uma atração que merece destaque na programação deste. Com letras perspicazes, o multifacetado artista promete, mais uma vez, balançar todos os presentes com suas composições, numa verdadeira e sincera polifonia sonora.

Ainda há ingressos disponíveis

Já foi anunciado pelo próprio festival que mais de 80% dos ingressos já foram vendidos. Por isso, não é para deixar pra cima da hora. Caso contrário você corre o risco de perder as atrações citadas acima mais outros nomes como Tulipa Ruiz, Rincon Sapiência, Liniker, Anelis Assumpção e Furacão 2000. Para garantir sua presença num dos dias mais legais do ano na Ilha da Magia e saber mais informações sobre as entradas, é só clicar aqui!

Music

Roger Waters

Oito motivos para não perder a passagem pelo Brasil de This Is Not a Drill, aquela que deve ser a última turnê do ex-integrante do Pink Floyd

Texto por Frederico Di Lullo

Foto: Reprodução

Roger Waters, um dos maiores ícones em todos os tempos, está trazendo a turnê This Is Not a Drill para o Brasil neste ano. Serão sete datas em seis cidades: Brasília (24 de outubro), Rio de Janeiro (28), Porto Alegre (1 de novembro), Curitiba (4), Belo Horizonte (8) e São Paulo (11 e 12, sendo a primeira noite com ingressos esgotados). Mais informações sobre os preços, horários, compra de entradas e os locais das apresentações você encontra clicando aqui.

Por isso, se você é fã de sua música e do engajamento político deste senhor que completará 80 anos de idade no próximo mês de setembro, não pode perder essa oportunidade. Talvez seja mesmo a última, como está sendo anunciado o evento.

E aqui estão oito motivos para que você não deixe de assistir a esse espetáculo inesquecível. 

Lenda do rock

Ver uma lenda viva do rock em ação em pleno palco é algo maravilhoso. No caso de Waters, suas performances cativantes, vocais icônicos e presença de palco arrebatadora servem como celebração da música e do legado do Pink Floyd. Prepare-se, então, para uma noite de energia, paixão e música de qualidade impecável. Se o sold out de cada data vier, a venda de ingressos estará quase lá no limite.

Repertório atemporal

A turnê de Roger Waters apresenta um repertório que abrange décadas de sucesso e inclui algumas das músicas mais amadas da história do rock. De clássicos setentistas do Pink Floyd como “Comfortably Numb” e “Wish You Were Here” a faixas de sua carreira solo, como “The Bravery Of Being Out of Range”, a máquina do tempo será acionada em uma jornada que promete ser nostálgica, cativante e, sobretudo, emocionante. 

Visual impactante

Waters é conhecido por suas produções grandiosas e visuais impressionantes. Então você pode esperar um espetáculo audiovisual que combine música, projeções cinematográficas, efeitos especiais e aquela megailuminação incrível. Cada detalhe é cuidadosamente elaborado para criar uma experiência sensorial imersiva que complementa perfeitamente a música comandada por ele ali no palco.

Elementos multimídia 

Ao vivo, Roger Waters também é sinônimo uma combinação habilidosa de música, teatro e arte visual. Os elementos multimídia, como a presença do icônico porco inflável, projeções de vídeo e cenários elaborados, criam um ambiente teatralmente envolvente. Você se sentirá fazendo parte de uma narrativa visual e sonora poderosa que vai se desenrolando diante de seus olhos por toda parte.

Sonoridade apurada

Não é só o lado visual. A sonoridade é estrategicamente planejada. Desde os solos de guitarra arrebatadores até os backing vocals, cada momento executado pelos músicos da banda de apoio é cuidadosamente criado para impactar e emocionar. 

Mensagens de conscientização

Além das canções, o baixista é reconhecido por suas mensagens políticas e sociais em suas performances. Se muitas pútridas pessoas vaiaram e xingaram o músico nas suas últimas apresentações no Brasil por se referir ao ex-presidente como o que ele mesmo representa, hoje vemos a situação política brasileira mais promissora. Em This Is Not a Drill, as projeções visuais fazem um chamado à reflexão e à conscientização sobre questões importantes do nosso tempo, sendo um verdadeiro ato revolucionário, em prol dos direitos humanos e contra a opressão. 

Atmosfera de comunhão

Milhares de pessoas reunidas, compartilhando a paixão pela música e pelas mensagens transmitidas, criam um ambiente de conexão e energia positiva. Por isso, assistir a um show de Roger Waters é entrar em uma atmosfera de comunhão com os fãs e com o próprio artista. Desta vez, muito provavelmente, sem a presença de xiitas pagando ingresso para xingar o próprio ídolo.

Eu te disse, eu te disse!

Lá no começo dos anos 1970 os estúdios Hanna-Barbera lançaram um desenho animado que no Brasil ganhou o título de Carangos e Motocas. Em cada aventura, toda vez que a turma comandada pela motocicleta vilã Chapa tinha um plano mal sucedido contra o mocinh” Willie, um fusca, entrava em cena o mais divertido integrante da trupe dos antagonistas. Representava o bom menino que andava com as más companhias, Confuso, uma motoneta de voz estridente, repreendia o amigos com um irritante “eu te disse, eu te disse!”. A advertência serve como metáfora para a nova vinda do cantor e compositor ao nosso país. Não tem como não imaginar Waters pensando em tudo o que passou por aqui durante os shows da tour anterior Us And Them, que rolaram nos dias que antecederam os dois turnos da eleição presidencial. Deve ser inevitável ver aquele belo sorriso de ironia no rosto, mesmo que cuidadosamente ensaiado para ser mostrado de modo discreto ao vivo.

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Floripa Rock Festival – ao vivo

Pitty com Nando Reis, Paralamas do Sucesso e CPM 22 levam à capital de Santa Catarina um grande tributo ao rock nacional

PittyNando

Texto e fotos por Frederico Di Lullo

Cheguei em cima do laço para prestigiar o Floripa Rock Festival no último dia 4 de fevereiro, no Stage Music Park. E foram logo os primeiros acordes de “Tarde de Outubro” que fizeram as milhares de pessoas irem abaixo. Sim, a banda que teve a honra de abrir a primeira edição do evento realizado na capital catarinense foi o quinteto paulista de hardcore melódico CPM 22.

Tudo ocorreu como eu imaginei. Badauí e sua trupe fizeram uma apresentação longa, recheada de clássicos que fizeram a plateia sentir nostalgia dos anos 2000. No repertório não faltaram os clássicos como “Regina Let’s Go” (cantada a plenos pulmões) e “Irreversível”, além de um sample de “Mantenha o Respeito”, que fez subir uma leve maresia no ar. O som estava mais ou menos, algo que de fato me surpreendeu pela estrutura de palco. Deixava quem estava mais à frente com os ouvidos estourados. 

O grupo fez um show enérgico, que empolgou boa parte da galera, que ia de jovens a não tão jovens assim como eu. É inegável que o CPM 22 curte muito a Ilha da Magia e a Ilha da Magia curte muito a banda. A performance terminou lá em cima, mas ainda tinha tempo para mais. Foi aí que os músicos retornaram para ecoar “O Mundo Dá Voltas” e “Ontem”, além de uma miniversão de “We’re Not Gonna Take It, hino do Twister Sisters. Nesse momento, o velho roqueiro que habita em mim sorriu timidamente. Enquanto todos corriam para os banheiros e para pegar uma cerveja gelada, aproveitei para escalar algumas posições e me posicionar para o próximo show.

Paralamas do Sucesso

Já passava das 22h e chovia de maneira grotesca quando Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone subiram ao palco (acompanhados do fiel escudeiro João Fera nos teclados) e começaram seu magnifico concerto, que contou com quase duas horas de duração. A história que estes caras carregam nas costas é algo incrível, mas muitas pessoas ainda não percebem o quão importantes são para a cultura brasileira. 

Na estrada há 40 anos, sabem como agradar cada plateia em cada cidade do nosso país. Em Florianópolis foi um sucesso atrás do outro: “Ska”, “Vital e Sua Moto”, “Alagados”, “Trac Trac”. Nesta última, presenciei uma cena emocionante que envolveu pai e filha, cantando juntos, com ele visivelmente emocionado. São coisas que marcam pra sempre os envolvidos. Até minha pessoa. E no set dos Paralamas ainda cabiam mais sucessos, como “A Novidade”, “Meu Erro”, “Melô do Marinheiro” e “Você”. Uma verdadeira festa, afinal. 

Cansado cheguei ao show de Pitty e Nando Reis, dupla também conhecida como PittyNando. O clima se diferenciava dos outros dois anteriores: se por um lado tínhamos energia e vibrações pairando no ar, agora tudo era intimista e de despedida. Afinal de contas, foi a última apresentação do duo, pelo menos nesta versão de concerto. A escolha de Florianópolis como palco derradeiro não deve ter sido à toa. Eles se sentiam muito à vontade: não cansavam isso de falar nos intervalos das músicas. 

Desfilando por sucessos com arranjos distintos das gravações originais, destacava-se a alegria de “Marvin” na voz sentimental de Pitty. Outra música, que agora ganhou um viés ainda mais politizado foi “Máscara”, cantada de maneira polifônica pelos presentes.

Durante a apresentação, percebi que o espaço ia ficando menos lotado, talvez fosse seja pela chuva que não dava trégua. Mas, no palco, o clima era outro. A evidente sintonia entre Pitty e Nando ia deixando o ambiente em vibe nostálgica e totalmente emotiva. Eles entoaram outros clássicos seus como “Por Onde Andei”, “Me Adora”, “Pra Você Guardei o Amor” e “All Star“. No fim de tudo, o sentimento de realização e emoção tomou conta de todos. Plateia, artistas e equipe de apoio mandaram uma sonora e longa salva de palmas. Ficamos agora na expectativa e na vontade de uma nova parceria entre eles, talvez em formato diferenciado ou com novas composições além das conhecidas músicas autorais de cada um.

Este primeiro Floripa Rock Festival foi emocionante. Do fundo do coração, espera-se que outras edições do festival sejam anunciadas e que possamos curtir mais bandas destaque do cenário nacional que, muitas vezes, apresentam-se de maneira esparsa por aqui e a preços exorbitantes.

Movies

E.T. – O Extraterrestre

Quarenta curiosidades sobre o clássico de Steven Spielberg que há 40 anos estreava nos cinemas brasileiros

Texto por Carolina Genez

Fotos: Universal Pictures/Divulgação

Um dos marcos do cinema pop, E.T. – O Extraterrestre (E.T., The Extra-Terrestrial, EUA, 1982 – Universal Pictures), completou 40 anos de lançamento no Brasil no último dia 25 de dezembro. O filme é até hoje lembrado com grande apreço e emoção por ter conseguido conquistar tanto as crianças quanto os adultos. O longa, assinado por Steven Spielberg, consolidou nas grandes telas, naquele começo dos anos 1980, o termo blockbuster. Passadas quatro décadas de sua chegada, até hoje segue ganhando fãs de novas gerações.

Em homenagem ao aniversário da cultuada obra, o Mondo Bacana elenca 40 curiosidades a respeito dela.

>> E.T. contou com um orçamento estimado de US$ 10,5 milhões de dólares. Bateu recordes de bilheteria, faturando 792,9 milhões de dólares nos cinemas de todo o planeta.

>> O longa, inclusive, ocupou por onze anos o posto de maior bilheteria da História por 11 anos. Foi superado apenas em 1993, por Jurassic Park: Parque dos Dinossauros. Por sinal, outro filme de Steven Spielberg.

>> Este foi um dos marcos da carreira do diretor. Tanto é que a emblemática cena da silhueta do personagem E.T. e o garoto Elliott na bicicleta à frente da Lua foi escolhida para servir como logomarca da produtora de Spielberg, a Amblin Entertainment.

>> E.T. foi indicado a nove estatuetas do Oscar e, 1983, incluindo diretor e filme do ano. Levou para casa quatro delas, todas em categorias técnicas: som, edição de som, efeitos especiais e trilha sonora.

>> As estatuetas de melhor filme e direção em 1983 acabaram ficando com Gandhi. Mas nem mesmo o cineasta Richard Attenborough se convenceu com a vitória nas duas categorias, já que ele considerava o trabalho de Spielberg mais completo.

>> Foi também durante essa premiação que o compositor John Williams, parceiro de Spielberg, conquistou seu terceiro Oscar de trilha sonora. Os outros dois vieram pelos trabalhos realizados em Tubarão (1975) e Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (1977)

>> As conexões de E.T. com a saga de George Lucas também não param somente aí. Em uma das cenas, Spielberg colocou uma criança vestida de Yoda, com direito até a trilha do personagem também composta por John Williams.

>> Em Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma (1999), Lucas devolveu a homenagem colocando a espécie de E.T. participando de uma reunião do Senado.

>> Ainda sobre o parelho com a saga Star Wars: Harrison Ford (intérprete de Han Solo), quase entrou no filme de Spielberg. O ator chegou a rodar uma breve participação como o diretor da escola de Elliott. Contudo, a cena acabou ficando de fora da edição final. 

>> Ford também foi o responsável por apresentar Spielberg a Melissa Mathison, que viria a se tornar roteirista de E.T. – O Etraterresetre. Os dois se conheceram porque Mathison era namorada do ator e estava presente nos sets de Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981), também dirigido por Spielberg.

>> Nas primeiras versões do roteiro, o personagem E.T. seria uma espécie de planta sem gênero.

>> A fisionomia do rosto de E.T. foi criada pelo designer italiano Carlo Rambaldi, tendo como modelos o poeta Carl Sandburg, o físico Albert Einstein, o escritor Ernest Hemingway e um cão da raça pug.

>> Em seus outros filmes o diretor sempre gostou de trabalhar com efeitos visuais e práticos. Além de ter uma parte animatrônica, o extraterrestre também foi interpretado pelos atores Matthew de Meritt, que nascera sem pernas, mais Tamara de Treaux e Pat Bilon, que tinham nanismo.

>> Responsável por dublar o alienígena, o ator Pat Welsh foi escolhido para o papel por causa de sua rouquidão, fruto dos dois maços de cigarro que fumava por dia. O criador de efeitos sonoros Ben Burtt também usou vozes de outras pessoas, incluindo a de Spielberg, para chegar ao timbre do personagem.

>> Durante a história, o alienígena utiliza um comunicador. O aparelho foi construído pelo especialista em ciência e tecnologia Henry Feinberg. De fato, ele funcionava.

>> O boneco custou 1,5 milhões de dólares. Aliás, boa parte do orçamento do filme foi gasto somente para “dar vida” ao personagem E.T.

>> Michael Jackson adquiriu um dos bonecos originais criados para o filme.

>> A versão final ficou tão realista que a atriz Drew Barrymore, que na época de rodar o filme tinha 7 anos, realmente acreditava que E.T. era uma criatura de verdade. Para continuar o encanto dela, o diretor, então, pedia que a produção mantivesse o boneco vivo durante os intervalos.

>> Apesar de muito nova para o ofício, Drew Barrymore improvisou diversas falas dentro do filme. A fala dela quando vê E.T. (“Eu não gosto dos pés dele”) foi tão espontânea que o diretor que decidiu mantê-la no filme. 

>> O papel da pequena Gertie lançou a carreira de Drew Barrymore. Só que a atriz quase não ficou com o papel. Sarah Michelle Gellar e Juliette Lewis também fizeram testes para interpretar a menina.

>> O filme foi gravado em ordem cronológica para passar uma sensação de autenticidade para as crianças do elenco.

>> Antes de chegar em Henry Thomas, Spielberg testou mais de 300 atores para o papel do menino. Thomas conquistou o papel após emocionar o diretor encenando a cena em que Elliott teme que o agente do governo leve E.T. embora.

>> O diretor também optou por rodar grande parte do filme no nível do olhar de Elliott e E.T., justamente para aumentar a conexão entre os personagens e os espectadores. 

>> O sobrenome de Elliott nunca é mencionado. Em uma entrevista de 2015, foi revelado por Spielberg que seu nome completo é Elliott Taylor.

>> Apesar de E.T. – O Extraterrestre ser uma história infanto-juvenil, o diretor chegou a desenvolver uma história de terror para dar base ao filme, com o título de Night Skies.

>> A ideia de uma continuação chegou a existir. A Universal queria muito uma continuação para a história e Spielberg chegou até a pensar em um roteiro. A história se passaria no planeta do alienígena. O projeto, entretanto, acabou sendo arquivado, por medo de “sujar” o original.

>> O diretor fora convencido a fazer um filme infantil por François Truffaut. Segundo o francês, Spielberg também era uma criança.

>> Foi durante o trabalho em Contatos Imediatos de Terceiro Grau (1977) que surgiu a primeira premissa do filme. Steven Spielberg ficou intrigado com a ideia do que aconteceria se um alien ficasse para trás aqui na Terra.

>> Naquela mesma temporada de 1982, Spielberg também lançou o filme Poltergeist: O Fenômeno, desta vez assinando apenas o roteiro. Segundo o cineasta, E.T. é uma representação dos sonhos do subúrbio americano, enquanto Poltergeist representa os pesadelos.

>> Em 2002, celebrando o aniversário de 20 anos do longa-metragem, o diretor resolveu alterar uma cena digitalmente para retirar as armas dos policiais que perseguiam as crianças. Anos depois, porém, ele voltou atrás na ideia e deixou a cena como ela era originalmente.

>> Também para celebrar este aniversário de duas décadas, E.T. foi relançado nos cinemas com cinco minutos de novas cenas que ficaram de fora da versão original. Além disso, foram utilizados novos efeitos especiais e uma remasterização digital realizada em todo o longa.

>> Spielberg manteve muito sigilo em torno do filme antes do seu lançamento em 1982. Nem mesmo o responsável por produzir o cartaz de E.T. sabia como era o visual do extraterrestre.

>> Para aumentar o segredo, no começo das filmagens o diretor trocou o nome do filme para A Boy´s Life, para impedir que copiassem o enredo.

>> Para dar mais realismo à cena do hospital, foram contratados médicos e enfermeiros de ofício para examinar o extraterrestre. O diretor ainda pediu que os profissionais tratassem o personagem como um paciente de verdade.

>> Inicialmente o diretor queria usar os chocolates M&M’s pra atrair o extraterrestre em uma das cenas. Só que a marca controlada pela Mars negou a participação por achar que o alienígena iria assustar as crianças.

>> A produção usou então os chocolates Reese’s Peices. Isso fez com que as vendas da marca fabricada pela Hershey Company disparassem.

>> Por conta deste grande sucesso, muitas marcas começaram a pedir que seus produtos fossem usados em filmes. Esse feito também já tinha sido comprovado em alguns dos filmes de 007.

>> Quando lançado em VHS em outubro de 1988, o filme veio com fita, protetores e hubs na cor verde, justamente para diferenciar as cópias originais das piratas. Em homevídeo, vendeu mais de 15 milhões de unidades nos EUA, arrecadando mais de 250 milhões. Durante as duas primeiras semanas nas prateleiras das videolocadoras, E.T. foi alugado mais de 6 milhões de vezes no país.

>> Inicialmente, o longa seria produzido pela Columbia Pictures, porém a produtora achava que o filme fracassaria e o roteiro era muito fraco. O diretor acabou assinando com a Universal Studios, para qual vendeu o script por 1 milhão de dólares. Spielberg ainda cobrou 5% da bilheteria.

>> Tentando construir a trilha do longa, John Williams foi incentivado por  Spielberg a conduzir a orquestra da mesma maneira que faria em um concerto. O diretor, mais tarde, chegou até a reeditar o filme para combinar melhor com a música que hoje é conhecida como uma das mais clássicas obras sonoras do cinema.

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Hamlet

Projeto documental acompanha uma das lideranças das ocupações realizadas por estudantes gaúchos durante o ano de 2016

Texto por Leonardo Andreiko

Foto: Galo de Briga Fimes/Divulgação

Em 2016, centenas de escolas de ensino médio foram ocupadas ao redor do Brasil. Nossa modesta Primavera Árabe, aquela chamada Primavera Secundarista, inseriu-se no contexto arisco da defesa da presidente Dilma Rousseff contra o golpe que sofria por parte do Congresso Nacional, de Michel Temer e demais setores dos três poderes – “Com o Supremo, com tudo”, como imortalizou Romero Jucá.

Nesse contexto, mas também reivindicando mais atenção às políticas públicas de educação, o Brasil foi tomado pelo breve protagonismo da juventude. Se o corajoso movimento não rendeu muitos frutos, afinal a democracia atual se encontra sob ataques muito mais graves que o neoliberalismo do governo Temer, ainda nos propicia uma série de reflexões.

Observando de perto a movimentação das ocupações gaúchas, Hamlet (Brasil, 2022 – Galo de Briga Filmes) é um projeto documental que acompanha Fredericco Restori, uma das lideranças dos ocupantes de uma grande escola de Porto Alegre. A narrativa dispersa é muito mais uma coleção de momentos – plenárias, assembleias, reuniões entre ocupantes, palestras e até a hora do videogame – que uma representação ampla e didática do período da ocupação.

Num primeiro momento, a câmera errática dirigida por Zeca Brito parece incerta do que quer filmar. O registro histórico se inicia numa grande plenária, em que já desponta a presença de Fredericco. Embora este seja nosso protagonista desde a primeira cena do longa-metragem, Brito parece muito mais interessado na coletividade dos ocupantes do colégio, um conjunto de sem nomes que insiste na “horizontalidade democrática”, por assim dizer, e nunca é gravada só. 

O foco constantemente desregulado, a princípio, parece sintoma de uma operação de câmera ansiosa em capturar a essencialidade do momento, mas logo se denuncia em seu exagero: ao compor as sequências cotidianas da ocupação, assim como suas seções mais dialógicas, Zeca Brito escancara seu próprio processo de formalização, ainda que busque escondê-lo sob um fino véu de naturalismo. Partimos do “parece ser” para o “quer parecer ser”, um movimento que não é ruim em si mesmo, mas interessante por nos lembrar que documentário não é realidade – é cinema.

Num segundo momento, esteticamente mais interessante, Hamlet assume seu discurso mais narrativo que repórter, utilizando ligações telefônicas de Fredericco como meio para a exposição de seu conflito interno, que também é refletido em sequências subjetivas. A bem da verdade, esse estatuto da obra sempre esteve presente, já que o filme se inicia, antes do registro histórico das ocupações, com uma conversa entre Fredericco e um homem mais velho tecendo comparações entre sua condição de liderança e a dúvida central de Hamlet: “ser ou não ser, eis a questão”.

Se o filme não esconde a condição de líder que caracteriza Fredericco, sua ideologia juvenil, a princípio, recusa-se a aceitá-la. Ao longo de Hamlet, sua posição vai de “precisamos manter a horizontalidade para não tornar este um movimento fascista” para “eu queria ser líder, e era líder, mas não tinha coragem de admitir”. A ingenuidade da mobilização secundarista permeia todos os acontecimentos do filme – desde a rusga desmobilizada com entidades de base da categoria, como a UBES e a UNE, até a escuta atenta aos ensinamentos do grande crítico e cineasta brasileiro Jean-Claude Bernadet sobre a conjuntura política. 

Justamente por essa inerente ingenuidade, alguns dos momentos aqui retratados conferem ao filme um curioso frescor: um “vai chorar” que vaza na captação sonora durante um protesto; o canto “Bololo ha ha, quero ver desocupar”, eco da relação entre política e cultura que é muito única a cada geração que a vive; a incessante descoordenação da massa durante momentos de tensão, em que o silêncio é um episódio raro que, quando acontece, é muito efêmero.

Contudo, se esses momentos evocam no espectador não mais que a curiosidade e, quando muito, um sorriso de canto de boca, igualmente não se sente o peso que se propõe em Fredericco. A deslocada comparação com Hamlet, que pretende dar tom ao filme, só se dá com clareza na última cena, numa fraca articulação entre o concreto (a ocupação) e o abstrato (as conjecturas posteriores sobre a relação entre vida e arte) que não oferece material suficiente para se realizar. De fato, às vezes a vida imita a arte, assim como a arte imita a vida. Mas nem sempre.