Comics, Movies

Turma da Mônica Jovem – Reflexos do Medo

O universo teen do Limoeiro, criado por Mauricio de Sousa para os fãs dos animes, chega aos cinemas com história de magia, mistério e suspense

Texto por Abonico Smith

Foto: Imagem Filmes/Divulgação

Se tem uma coisa da qual Mauricio de Sousa nunca pode ser acusado é a de ficar parado no tempo. Alguns anos depois de começar a desenhar tiras para jornais, ele criou e estabeleceu a Turma da Mônica como o maior sucesso editorial dos quadrinhos brasileiros. Desde os anos 1970 as histórias que giram em torno das crianças do fictício bairro do Limoeiro vendem como água e são consumidas por crianças geração após geração. As revistas já passaram por três grandes editoras (Abril, Globo e já há algum tempo estão na Panini) e viraram animação para o cinema, televisão e streaming. Também ganharam programas especiais de TV e embarcaram na tendência das versões de longas-metragens em live action.

Com um caminho já bem pavimentado e solidificado, Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão e outros amiguinhos poderiam muito bem continuar trilhando seu caminho do jeito que sempre foram, apenas mudando uma ou outra questão nos traços que compõem visualmente cada personagem. Mas não. Inquieto e sempre antenado com as novidades, Mauricio também aceita desafios. Aos poucos, vem adicionando novos nomes, à medida do que vem pedindo uma sociedade mais inclusiva: a menina preta (Milena), a outra deficiente visual (Dorinha), a outra deficiente auditiva (Sueli), o menino cadeirante (Luca), o outro com nanismo (Bernardo),  e, mais recentemente, impôs mais duas mudanças radicais para esta turma.

Em 2013, criou uma linha de graphic novels na qual desenhistas e roteiristas oriundos do mercado independente nacional assumem as suas criações e dão, cada profissional, um toque autoral para transferir ao papel uma história em particular. Com cerca de quatro ou cinco títulos anuais, os livros da Graphic MSP levam os mágicos e históricos universos da Turma da Mônica e adjacências (Chico Bento, Tina, Horácio, Penadinho, Astronauta, Turma da Mata, Piteco, Papa-Capim) a um caminho que dialoga com o underground e fascina os adultos que, um dia, foram criados com as HQs mais tradicionais.

Cinco anos antes, marcou outro golaço ao lançar a Turma da Mônica Jovem e ver as vendas dispararem ainda mais em cifras e tiragens. Trata-se de um avanço etário dos personagens originais. Mônica e companhia agora não possuem mais oito anos, mas sim quinze, Viraram adolescentes, utilizam roupas diferentes e looks da moda, estudam no Ensino Médio. Os quadrinhos não são mais “ocidentais”. Ganharam o estilo dos animes, que desde a virada do século abocanharam uma importante fatia das vendas e preferencias dos leitores mais jovens aqui no Brasil. Passaram a vender mais que a fatia “infantil” dos títulos.

Agora chegou a vez dos adolescentes do Limoeiro ganhar as grandes telas. Terceira investida live action da MSP, Turma da Mônica Jovem – Reflexos do Medo (Brasil, 2024 – Imagem Filmes) agora transporta a turma teenager ao cinema na mesma vibe das iniciativas anteriores, com a versão “infantil”: respeitando o clima das páginas impressas, trazendo alguns dos mesmos personagens secundários (a antagonista Carminha Frufru, os professores Licurgo e Falconi, Ana Paula, Ramona, Nik Geek, as versões teen de Denise, Jeremias, Titi, Do Contra), e ainda easter eggs dos quadrinhos (edições da Graphic MSP, fantasia de Piteco, boneco do Horácio, os índios da aldeia de Papa-Capim) que fazem a festa daqueles fãs mais hardcore. Estes, aliás, não vão precisar de muitos segundos para identificar e se apaixonar pelo antigo Louco da turminha infantil – o tal professor Licurgo (Mateus Solano), que por sinal tem papel-chave no desenvolvimento da trama.

A história também aposta em muitas tonalidades de mistério, magia e suspense, abrindo novos espectros em relação ao universo da Mônica infantil. Um antigo espelho mágico, uma ordem secreta de bruxaria, uma lenda urbana que pode ser mais real do que muita gente pode imaginar, um museu que precisa ser salvo do fechamento, um novo vilão. A escolha de Mauricio Eça para a direção torna-se acertada – além de ter dirigido clipes populares na MTV Brasil dos anos 2000 (CPM 22, Pitty), ele vem de outros longas anteriores sobre o universo infanto-juvenil (os dois de Carrossel, filmes com Larissa Manoela, as várias versões sobre o crime da família Von Richtofen). Portanto, tem intimidade com o tema e ainda impõe aquele ritmo ideal para atrair a atenção do público-alvo da TMJ.

O elenco – todo renovado em relação ao núcleo principal dos longas anteriores –  também está bem à vontade. Sophia Valverde (Mônica) e Bianca Paiva (Magali) já trabalharam antes com Eça, o que facilitou bastante a química no desempenho de agora. Já Xande Valois (Cebola, não mais Cebolinha) mostra toda a segurança de quem desde 2012 trabalha seguidamente na dramaturgia televisiva. Já na parte dos adultos, Solano e Athayde Arcoverde, fazendo pai e filho, ambos professores e um mais “louco” que o outro, também garantem divertidos momentos no meio de toda a tensão da trama.

Ir ao cinema para ver uma aventura da Turma da Mônica deve ser algo para ser feito despreocupadamente, sem muitas expectativas por ousadias e esperando apenas um entretenimento (com humor e qualidade, claro). A estreia da TMJ é exatamente isso. E, como não poderia deixar de ser, ainda traz um final que deixa as portas escancaradas para uma sequência. Prova de que, definitivamente, a MSP tomou gosto pelo cinema e acertou em se aventurar nessa nova frente midiática.

Movies

Hamlet

Projeto documental acompanha uma das lideranças das ocupações realizadas por estudantes gaúchos durante o ano de 2016

Texto por Leonardo Andreiko

Foto: Galo de Briga Fimes/Divulgação

Em 2016, centenas de escolas de ensino médio foram ocupadas ao redor do Brasil. Nossa modesta Primavera Árabe, aquela chamada Primavera Secundarista, inseriu-se no contexto arisco da defesa da presidente Dilma Rousseff contra o golpe que sofria por parte do Congresso Nacional, de Michel Temer e demais setores dos três poderes – “Com o Supremo, com tudo”, como imortalizou Romero Jucá.

Nesse contexto, mas também reivindicando mais atenção às políticas públicas de educação, o Brasil foi tomado pelo breve protagonismo da juventude. Se o corajoso movimento não rendeu muitos frutos, afinal a democracia atual se encontra sob ataques muito mais graves que o neoliberalismo do governo Temer, ainda nos propicia uma série de reflexões.

Observando de perto a movimentação das ocupações gaúchas, Hamlet (Brasil, 2022 – Galo de Briga Filmes) é um projeto documental que acompanha Fredericco Restori, uma das lideranças dos ocupantes de uma grande escola de Porto Alegre. A narrativa dispersa é muito mais uma coleção de momentos – plenárias, assembleias, reuniões entre ocupantes, palestras e até a hora do videogame – que uma representação ampla e didática do período da ocupação.

Num primeiro momento, a câmera errática dirigida por Zeca Brito parece incerta do que quer filmar. O registro histórico se inicia numa grande plenária, em que já desponta a presença de Fredericco. Embora este seja nosso protagonista desde a primeira cena do longa-metragem, Brito parece muito mais interessado na coletividade dos ocupantes do colégio, um conjunto de sem nomes que insiste na “horizontalidade democrática”, por assim dizer, e nunca é gravada só. 

O foco constantemente desregulado, a princípio, parece sintoma de uma operação de câmera ansiosa em capturar a essencialidade do momento, mas logo se denuncia em seu exagero: ao compor as sequências cotidianas da ocupação, assim como suas seções mais dialógicas, Zeca Brito escancara seu próprio processo de formalização, ainda que busque escondê-lo sob um fino véu de naturalismo. Partimos do “parece ser” para o “quer parecer ser”, um movimento que não é ruim em si mesmo, mas interessante por nos lembrar que documentário não é realidade – é cinema.

Num segundo momento, esteticamente mais interessante, Hamlet assume seu discurso mais narrativo que repórter, utilizando ligações telefônicas de Fredericco como meio para a exposição de seu conflito interno, que também é refletido em sequências subjetivas. A bem da verdade, esse estatuto da obra sempre esteve presente, já que o filme se inicia, antes do registro histórico das ocupações, com uma conversa entre Fredericco e um homem mais velho tecendo comparações entre sua condição de liderança e a dúvida central de Hamlet: “ser ou não ser, eis a questão”.

Se o filme não esconde a condição de líder que caracteriza Fredericco, sua ideologia juvenil, a princípio, recusa-se a aceitá-la. Ao longo de Hamlet, sua posição vai de “precisamos manter a horizontalidade para não tornar este um movimento fascista” para “eu queria ser líder, e era líder, mas não tinha coragem de admitir”. A ingenuidade da mobilização secundarista permeia todos os acontecimentos do filme – desde a rusga desmobilizada com entidades de base da categoria, como a UBES e a UNE, até a escuta atenta aos ensinamentos do grande crítico e cineasta brasileiro Jean-Claude Bernadet sobre a conjuntura política. 

Justamente por essa inerente ingenuidade, alguns dos momentos aqui retratados conferem ao filme um curioso frescor: um “vai chorar” que vaza na captação sonora durante um protesto; o canto “Bololo ha ha, quero ver desocupar”, eco da relação entre política e cultura que é muito única a cada geração que a vive; a incessante descoordenação da massa durante momentos de tensão, em que o silêncio é um episódio raro que, quando acontece, é muito efêmero.

Contudo, se esses momentos evocam no espectador não mais que a curiosidade e, quando muito, um sorriso de canto de boca, igualmente não se sente o peso que se propõe em Fredericco. A deslocada comparação com Hamlet, que pretende dar tom ao filme, só se dá com clareza na última cena, numa fraca articulação entre o concreto (a ocupação) e o abstrato (as conjecturas posteriores sobre a relação entre vida e arte) que não oferece material suficiente para se realizar. De fato, às vezes a vida imita a arte, assim como a arte imita a vida. Mas nem sempre.

Movies

Druk – Mais Uma Rodada

Filme dinamarquês vencedor do Oscar de produção internacional deste ano divide opiniões ao exagerar no tema consumo excessivo de álcool

Texto por Andrizy Bento

Foto: Vitrine Filmes/Synapse/Divulgação

Quem vai fazer como Hemingway e estourar os próprios miolos e quem vai (como Winston Churchil) ganhar uma guerra mundial?

A sede da quarta maior cervejaria do mundo, Carlsberg, fica localizada em Copenhagen, capital dinamarquesa, e é uma das atrações turísticas da região, considerada uma verdadeira instituição do país. A Dinamarca também sedia o evento Mikkeller Beer Celebration Copenhagen (outrora conhecido como Copenhagen Beer Celebration), um dos festivais de cerveja mais cultuados ao redor do globo, organizado pela famosa microcervejaria Mikkeller desde 2012. O país nórdico tem uma história de amor antiga com a cerveja, que data de cinco mil anos, segundo pesquisadores – uma relação duradoura. A Dinamarca ainda integra o círculo dos produtores mundiais de grandes whiskies e abrigava a garrafa de vodka mais cara do mundo, em um bar da capital, avaliada em US$ 1,3 milhão (até ser roubada e encontrada vazia em uma obra pública em 2018). Mas esse é o lado romântico da tradição e cultura etílica do país. 

De acordo com os dados divulgados nos últimos anos pela Organização Mundial da Saúde e estudos recentes realizados por instituições independentes de pesquisas, por mais que o consumo de bebida alcóolica na Europa venha declinando de uns tempos para cá, o velho mundo continua a figurar como a região com o mais elevado consumo per capita mundial de álcool. A porcentagem vem em constante queda desde 2000, mas o índice de consumo ainda é preocupante. No relatório publicado no periódico médico The Lancet, em 2018, a Dinamarca foi apontada como o país com mais pessoas que bebem no mundo (sendo 95,3% das mulheres e 97,1% dos homens), corroborando as informações fornecidas pela OMS naquele mesmo ano. No ranking da independente Global Drug Survey, divulgado em janeiro de 2021, o país escandinavo aparece em uma posição avantajada dentre os maiores consumidores de álcool, ocupando a quarta posição.

A paixão por bebidas fermentadas e destiladas, bem como as consequências do seu excesso, é o mote de Druk – Mais Uma Rodada (Druk, Dinamarca/Suécia/Holanda, 2021 – Vitrine Filmes/Synapse), longa assinado pelo cineasta dinamarquês Thomas Vinterberg e vencedor do Oscar deste ano de Melhor Filme Internacional. A trama, um híbrido de drama e comédia, aborda os benefícios e malefícios do consumo de bebida alcóolica em um conto de cunho intimista, mas que aspira a transmissão de uma mensagem universal; sem assumir o tom de apologia, mas passando distante do caráter denunciativo; combinando, em uma mesma esfera, personagens que atravessam a famigerada crise da meia-idade com adolescentes sofrendo as típicas inquietações da juventude. É apoiando-se em uma estrutura de visíveis contrastes que Druk, curiosa e coincidentemente, alcança a proeza de ser um oito ou oitenta, repleto de méritos estéticos e narrativos, mas munido de decisões questionáveis e problemáticas.

Partindo da suposta teoria de que o homem nasce com um déficit de 0,5% de álcool no sangue (atribuída ao filósofo e psiquiatra norueguês Finn Skårderud, embora rechaçada pelo próprio na vida real), Vinterberg fundamenta sua narrativa. Um grupo de quatro amigos – Martin (Mads Mikkelsen), Tommy (Thomas Bo Larsen), Nikolaj (Magnus Millang) e Peter (Lars Ranthe) – professores do ensino médio, comentam essa teoria durante um jantar e resolvem testá-la após Martin desabafar sobre seus fracassos na vida pessoal e profissional. O protagonista enfrenta problemas no casamento, diante da indiferença e silêncio da esposa, Anika (Maria Bonnevie), e vem sendo alvo do constante criticismo de seus alunos e dos pais dos estudantes, que questionam sua competência como docente e alegam que a qualidade das aulas está bem abaixo da média, podendo comprometer o ingresso de seus filhos em exigentes e renomadas universidades e, por conseguinte, prejudicar todo o futuro dos jovens. 

Sob o pretexto de repor e equilibrar o nível de álcool faltante no organismo e de quebra retomar a autoconfiança perdida, se sentirem mais relaxados, felizes e até mesmo melhorar a interação com os alunos (que, inclusive, já consomem grandes quantidades de bebidas alcóolicas), os quatro optam por beber todos os dias antes de ministrarem suas aulas. Em um primeiro momento, a ingestão do álcool como experimento traz melhorias para a produtividade de todos eles. Logo, no entanto, é visível como o respaldo acadêmico acaba deixado de lado e a suposta tese de Skårderud vira uma desculpa perfeita para os quatro amigos se embebedarem em horário comercial; algo que escapa ao controle de todos eles que se excedem no consumo, trazendo impacto negativo e efeitos nocivos para seus empregos e relações pessoais.  Apesar de uma premissa questionável, o roteiro é bem eficiente e torna o absurdo plausível, devido ao pleno domínio que Vinterberg tem de sua narrativa, sabendo conduzi-la com bastante destreza. Todavia, é necessário comprar a ideia para poder curtir o filme.

O longa é bastante sutil ao abordar e exemplificar os efeitos positivos e negativos do consumo de bebida alcóolica, sem apelar para o moralismo. Quando há equilíbrio e consciência, o álcool pode ajudar a trazer mais confiança, desinibição e ousadia. O abuso, entretanto, pode acarretar na destruição do lar, casamento, carreira e culminar em tragédia. O mais importante, como já pontuado, é que Druk passa longe de discursos de defesa ou demonização. Ao mesmo tempo em que tem essa sutileza desprovida de julgamentos, trata-se de um filme bombástico.

O diretor de fotografia, Sturla Brandth Grøvlen, faz um trabalho notável. A câmera trepidante é um acerto, acompanhando os passos trôpegos e vacilantes dos ébrios amigos pelas ruas, transmitindo com precisão suas dificuldades em subir escadas e encontrar o caminho de casa, o que rende takes inspirados, vertiginosos e belíssimos.

Mads Mikkelsen, além de carismático, é um excelente intérprete, capaz de demonstrar suas emoções apenas por meio de olhares expressivos. O ator captura e transmite bem o sentimento de solidão inerente ao seu personagem e compõe um perfeito retrato de um homem comum em crise, lidando com o abandono, a rejeição, a insatisfação e a perda do estímulo em viver diante de uma rotina imutável que não lhe proporciona novos desafios. E é amparado por coadjuvantes de peso. Todo o elenco é afinado e convincente, especialmente os quatro amigos que constroem e vivem uma relação de companheirismo e intimidade bastante crível na tela. A química entre Mikkelsen, Larsen, Ranthe e Millang é admirável.

O filme se prolonga um pouco além do que deveria e é mal resolvido em diversos pontos, especialmente no uso das constantes cartelas pretas como recurso narrativo – para inserir breves informações na tela a fim de situar o espectador e até mesmo simular uma troca de mensagens via celular entre os personagens, o que soa não apenas simplista como até mesmo precário. Os argumentos utilizados para embasar a trama são um tanto quanto superficiais. O próprio Skårderud, autor da tal teoria que fundamenta a obra, já se posicionou dizendo que fora mal interpretado e que houve uma leitura seletiva e equivocada do prefácio que ele escreveu para a tradução norueguesa do livro Os Efeitos Psicológicos do Vinho, do autor italiano Edmondo de Amicis. Para completar, o desfecho da história parece esvaziar quase que totalmente a importância do assunto. A já emblemática sequência de dança executada por Mikkelsen no final do filme é o que melhor define a sensação de ame-se ou odeie-se que acompanha a obra.

A crítica internacional adorou Druk. O longa ganhou o Oscar, como já mencionado, e diversos outros prêmios como o BAFTA e o César. Mas há especialistas que afirmaram que o filme é um embuste. Parte da crítica nacional não se impressionou quando da sua exibição na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo no ano passado. O sentimento é comum aos filmes de Vinterberg – egresso do movimento Dogma 95, onde se destacou com Festa de Família de 1998, e diretor do aclamado, porém, ambíguo e controverso A Caça, de 2012 (também indicado a importantes premiações). O cineasta segue despertando ódios e paixões, assim como seu contemporâneo Lars Von Trier (mas longe de ser tão apelativo como ele, convém dizer). Amor ou ódio, não importa: é impossível ficar indiferente diante de um filme tão incômodo e inquietante como Druk. Enquanto alguns consideram a obra inebriante, outros apontam que ela embriaga pela alienação. Ao contrário do que sugere o sutítulo em português, Mais Uma Rodada, desaconselho levá-lo ao pé da letra e embarcar em uma revisão, pois é quando os problemas do filme ficam ainda mais visíveis. Se apreciado com moderação, o longa dinamarquês pode ser uma boa pedida. No entanto, exagerar na dose não é recomendável.