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Viva: A Vida é uma festa

Nova animação da Pixar é um cativante drama familiar que fala com carinho, festa e muita música sobre aqueles que já se foram

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Texto por Flavio St Jayme (Pausa Dramática)

Foto: Pixar/Disney/Divulgação

Quando o diretor Lee Ulrich apresentou a ideia de Viva: A Vida é uma Festa para a Pixar, ela soava linda e original: uma animação homenageando o feriado do Dia dos Mortos mexicano. Enquanto ela ganhava força e tomava vida, ela deixou de ser tão original assim: entre a ideia e a produção, a Fox lançava nos cinemas Festa no Céu, uma animação colorida… sobre o feriado do Dia dos Mortos mexicano.

Claro que as comparações foram inevitáveis. Três anos depois de Festa no CéuViva chega aos cinemas. E os dois filmes não poderiam ser mais diferentes. E mais semelhantes.

O tom “brinquedo de madeira” de Festa no Céu dá lugar às animações mais realistas da Pixar. Desta vez não há triângulo amoroso, mas drama familiar. A música também se faz presente e as deliciosas caveiras mexicanas, claro, também, num multicolorido mundo dos mortos em ambos os filmes.

Se eles se assemelham em essência, diferem completamente em história. E cada estúdio conseguiu de sua forma criar um clássico, um filme emocionante e uma homenagem à cultura mexicana.

Viva: A Vida é uma Festa (Coco, EUA, 2017 – Pixar/Disney) é uma celebração à vida e à morte. Seus personagens são cativantes, seu protagonista é forte, sua história toca fundo no espectador. Tente não segurar as lágrimas ao final. Como nas grandes produções da Pixar (Wall-e, UpToy Story), elas vem sem que a gente espere.

Em Viva, Miguel é um garoto sonhador, que vê na música a opção para deixar a vida de sapateiro tradicional da família. Porém sua avó proibiu qualquer tipo de música entre os Rivera e, entre uma chinelada e um beijo, impede que Miguel siga seu sonho. Por um acaso do destino, em pleno Dia dos Mortos o garoto vai parar no mundo dos que já se foram, que esperam para regressar e ver seus entes ainda vivos no único dia do ano em que isso lhes é permitido. Agora ele precisa voltar para o mundo dos vivos e tentar seguir seu sonho de ser músico.

Toda a cultura dos mortos, do feriado e da festa mexicanos é demonstrada de forma a encher os olhos e fazer rir. As burocracias alfandegárias na ponte entre os dois mundos são hilárias e até mesmo Frida Kahlo precisa passar pelo detector e comprovar que ainda é lembrada do lado de cá.

Miguel sonha em ser músico, como o grande astro Ernesto de la Cruz (voz de Benjamin Bratt), que mesmo no mundo dos mortos permanece um sucesso e uma celebridade. E é em busca de sua bênção que o garoto parte em companhia do cachorro Dante e do maltrapilho Hector (voz de Gael Garcia Bernal), um defunto que não é lembrado no mundo dos vivos e corre o risco de ser esquecido para sempre. Com a ajuda de Hector e de sua família já falecida, Miguel fará o que puder para voltar antes que seja tarde demais.

Se você gostou de Festa no Céu, vai se apaixonar por Viva. Se você não assistiu, assista aos dois. E se você achar que não há relações entre eles, tudo bem. São ambos filmes incríveis, apaixonantes, emocionantes e, cada um ao seu estilo, uma homenagem a uma cultura riquíssima e colorida, que celebra a morte não com tristeza, mas com festa, alegria e tons felizes para nos lembrarmos dos que já se foram sempre com magia e carinho.

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