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Toy Story 4

Woody, Buzz e outros brinquedos retornam em aventura com clima de nostalgia e que volta a trazer lágrimas aos olhos

toystory4

Texto por Flávio St Jayme (Pausa Dramática)

Foto: Disney/Buena Vista/Divulgação

Se tem uma franquia do cinema que nunca nos decepcionou foi Toy Story. Desde que conhecemos Woody e Buzz 24 anos atrás sabemos que naqueles filmes encontraremos nosso conforto e aconchego. Suas histórias sempre consistentes foram nos apresentando novas camadas de profundidade àqueles brinquedos e novos personagens que fomos aprendendo a amar na mesma medida.

Muitos cresceram junto com Andy, acompanhando sua evolução e poucos foram os que não choraram quando ele se despediu do cowboy e do astronauta em definitivo no final do terceiro filme em 2010. Mas como o cinema atualmente vive de nostalgia, chegou a hora de, nove anos depois da despedida, nos reencontrarmos com Woody, Buzz, Jesse, Rex, Sr e Sra Cabeça de Batata e tantos outros em Toy Story 4 (EUA, 2019 – Disney/Buena Vista).

Logo de cara podemos perceber que o filme ainda vai investir na nostalgia e está ali para agradar mais aos adultos que às crianças. Ao fazer sua retrospectiva inicial, Toy Story 4 nos leva de volta a Andy e ao passado e, ao invés de resumir a história pras novas audiências, serve mais pra encher nossos olhos de lágrimas mais uma vez. Aos poucos vamos nos acostumando mas, assim como Woody, lutamos contra esta nova realidade.

Woody representa muito de nós que nos apegamos ao passado, ao confortável, e tememos arriscar o novo. Ainda somos assim e o cowboy vai nos mostrar como esta situação está longe de ser a ideal. Quando ele reencontra Bo, percebe que sua vida pode ser diferente, que pode não se resumir ao armário de uma criança. O novo personagem, Garfinho, acaba funcionando como um contraponto humorístico em um roteiro que, de outra forma, acabaria pesado demais.

E o filme não brinca em serviço quando nos leva, junto com Woody, a questionar se tudo o que vivemos e fazemos nos faz bem. Só que, assim como ele que sempre foi resistente às mudanças, nós também somos. Sentimos falta de Andy, demoramos para nos acostumar com Bonnie. E com Buzz e Jesse relegados à prateleira dos fundos.

Acima de qualquer coisa, Toy Story 4 é sobre Woody. É sobre relação com sua criança, com seu passado, com uma aventura não vivida e com o mundo exterior. Claro que como um filme infantil (que, afinal de contas, ele ainda é!), o longa tem muito humor e ação, cenas incríveis e cenários deslumbrantes. E novos personagens que acabam sendo mais irritantes que divertidos.

Garfinho, Duke Caboom, o Coelho e o Pato e Isa Risadinha não fazem mais do que ilustrar alguns momentos, enquanto quem brilha em muitas cenas é Bo, que deixa de ser uma frágil boneca de porcelana e em tempos de girl powerse torna quase uma heroína, com direito a capa e tudo.

No fim das contas, o filme consegue, mais uma vez, nos encher os olhos de lágrimas em sua despedida. Vinte e quatro anos atrás conhecemos este cowboy que, depois de muita resistência, virou melhor amigo de um astronauta. Esta dupla sempre esteve ali para nos confortar. Não é fácil se despedir dela assim.

Mais um sbin-off que uma sequência, mais um anexo que um filme propriamente necessário, Toy Story 4 faz jus à sua franquia e não nos decepciona, deixando um gosto de quero mais, de que este quarto capítulo pode muito bem ser o início de uma nova trilogia. Por que não?

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