Movies

Pedágio

Segundo longa da diretora e roteirista Carolina Markowicz junta a influência do Cinema Novo a outra atuação magistral de Maeve Jinkings

Texto por Abonico Smith

Foto: Paris Filmes/Divulgação

A palavra pedágio vem do latim medieval “pedaticum”, que significa “o direito de pisar em um determinado lugar”. Para exercer esse direito, desde lá atrás precisava ser paga uma quantia e valia para pessoas, animais e mercadorias. Hoje se utiliza mais em relação ao transporte terrestre, sendo a taxa cobrada pelo poder público ou uma empresa concessionária outorgada, para que os investimentos feitos na construção ou na conservação da via possam ser ressarcidos.

Suellen (Maeve Jinkins) acorda todo dia muito cedo e sai de casa antes mesmo do dia clarear. Ela trabalha em uma cabine de pedágio em uma rodovia que passa por Cubatão, cidade da região metropolitana da baixada santista. Todo santo dia sua função é cobrar cada carro que para ali pela cancela, quase sempre trocando dinheiro grosso e muitas vezes ouvindo cantadas sem graça de homens ao volante. Recebe uma mixaria de salário, mora mal e divide a casa com seu filho de quase 18 anos de idade. Quem também passa muito tempo por lá, só para comer e dormir, é o namorado Arauto (Thomas Aquino). O marasmo de sua vida combinado com um bofe aproveitador a tiracolo não a incomodam. Suellen não aceita mesmo é a sexualidade do adolescente, exposta pelo próprio através de vídeos de dublagem gravados toscamente no próprio quarto postados na internet. Enquanto vai levando a vida tolerando Tiquinho (Kauan Alvarenga), Suellen cai no papo de sua amiga de trabalho, a evangélica neopentecostal Telma (Aline Marta Maia), para pagar um curso de cura gay que será ministrado em seu templo por um “pastor que vem da Europa”. Só que o valor é alto e não cabe dentro do orçamento mensal. A não ser que, como é bem comum no Brasil, haja um jeitinho…

É exatamente neste ponto que Pedágio (Brasil, 2023 – Paris Filmes), o segundo longa assinado pela cineasta paulista Carolina Markowicz revela a sua temática principal. Ao contrário do que vem sendo falado por aí e divulgado até na sinopse oficial do filme, esta não é uma obra que finca seus pés na questão de como é ser LGBTQIA+ no Brasil e sentir na pele as dores que vêm do preconceito e discriminação sofridos no dia a dia. Sim, o assunto é importante e norteia a trama paralela do filho da protagonista, inclusive na convivência entre os dois. Só que esta é, acima de tudo, uma obra sobre escolhas. De objetivos de vida, de crenças e de percurso para o futuro. Tiquinho já fez a sua escolha. É firme e determinado dela, sabe bem o que quer e, do alto de sua quase maioridade penal, luta incansavelmente por ela – o que faz de Kauan, outrora incensado nos trabalhos anteriores em curtas, uma grande promessa da dramaturgia nacional. Arauto também tem a dele: ser um bon vivant no meio da malandragem, sem precisar se esforçar em trabalhos convencionais, perder um churrasco com amigos no meio da semana de tarde ou mesmo enrolar a companheira para conseguir benefícios na casa de Suellen. Telma também possui: dubla ser uma pacata e boa esposa de anos e anos para o marido e segue indo aos cultos.

Talentosa diretora e roteirista que é, Carolina coloca em cima da protagonista o foco principal desta questão das opções realizadas em atitudes que podem vir a mudar um futuro próximo. Nem é muito o fato de Suellen se jogar de cabeça nas novas decisões, mas o fato delas serem motivadas por outras pessoas. As escolhas não advêm de sua personalidade. Ela é sumariamente convencida pelo namorado ou por sua amiga para fazer coisas que, segundo eles, irão satisfazer as suas vontades/necessidades e melhorar logo a vida, sem pensar muito nas consequências que podem ser provocadas. Nessas horas, seu filho, que é quem mais lhe dá suporte dias após dia, é o que menos importa e este é o pedágio que lhe cabe pagar. Tudo isso, claro, embalado por mais uma magistral atuação de Maeve, que vem traçando tanto no cinema quanto no streaming uma carreira de intérprete que já a credencia para entrar no rol das maiores atrizes brasileiras deste século 21.

Rodado em dois meses na cidade de Cubatão – famosa por suas fábricas que despejam sem parar uma poluição que acaba contrastando com a beleza da natureza local – este novo filme de Markowicz reforça a sua tendência pela crueza das imagens. Locações reais, looks cotidianos, histórias com muita verossimilhança em diálogos, ações e construções de personagens.  Tem os dois pés ali no terreno do neorrealismo italiano como grande influência na sétima arte desde os tempos do Cinema Novo. Toca, comove, emociona, justamente por saber transformar em um breve momento de entretenimento questões socioculturais, principalmente relacionadas à classe trabalhadora, com altas doses de humanidade. Quase impossível não sair do cinema sem pensar em muito daquilo que a cineasta conta na história.

Music

Francisco El Hombre – ao vivo

Grupo abre minitemporada em Curitiba incendiando a plateia com energia intensa e a sua típica mistura de sonoridades e referências latinas

Texto por Lucca Balmant e Diego Scremin

Foto: Lucca Balmant

Diminuir a distância entre os países da América Latina é o que o Francisco El Hombre vem fazendo há dez anos, quando o grupo foi fundado por dois irmãos mexicanos. Mateo (voz e violão) e Sebastian Piracés-Ugarte (voz e bateria) rodaram o mundo até se estabelecerem por aqui, mais precisamente na região de Campinas. Desde então, com a ajuda de outros músicos locais criaram uma ponte para diminuir a carência de troca musical afetada pelo idioma. Afinal, o mercado nacional não costuma absorver muito os artistas hermanos que cantam em espanhol e exploram sonoridades características das fronteiras vizinhas (ou quase).

Sendo assim, a banda mistura, além das línguas, as influências da batucada e de outros ritmos da América Latina, criando uma mistura perfeita entre gêneros e olhares de outros países e a música popular brasileira. Esta proposta marcou a volta do Francisco El Hombre a Curitiba em uma série especial de seis apresentações no espaço da Caixa Cultural, divididas em dois finais de semana (23 a 25 de novembro e de 30 de novembro a 2 de dezembro). O grupo trouxe um repertório selecionado especialmente para sua comemorar a sua trajetória. A maioria era em espanhol e com discursos e vieses políticos, sempre como a intenção de demonstrar a luta antifascista e de apoio às comunidades feministas e LGBTQIA+, com muitos discursos individuais com tentativas muito bem sucedidas de se conectar e energizar o público mesmo em um teatro de pequeno porte.

O que mais chama atenção na primeira dessas seis noites foi realmente a performance do FEH e a intensidade com que a realizam. Desde a primeira música via-se Mateo puxando o público a se levantar dos assentos para os receberem com a devida energia. Desde então, não parava de encorajar danças, correrias e cantos aos gritos. Trazendo essa energia estava também Juliana Strassacapa (voz e percussão), sempre vindo até a frente do palco para conversar com as pessoas e puxar coreografias junto a Mateo em vários momentos do show. O quinteto transformou um pequeno teatro numa grande festa, concretizando a fala do próprio grupo durante o show (“Francisco El Hombre és pura fiesta!”)

Junto à energia de Mateo e Juliana, Sebastian quebrava a bateria acompanhado de ritmos da percussão, além de mostrar sua bela voz enquanto tocava ritmos complexos. Ainda havia no palco Helena Papini e Andrei Martinez Kozyreff, que não ficam nada atrás do resto do grupo. Mostrando toda a sua habilidade nas cordas, Helena trazia linhas calorosas de baixo, vindo até a frente do palco fazer festa enquanto solava e groovava. Andrei, um pouco mais acanhado, não passava despercebido com timbres e riffs marcantes na guitarra, com aquele toque psicodélico de Ave Sangria. Para completar as cordas, o próprio Mateo tocava o violão numa forma mais clássica e com muitos ritmos latinos, surpreendendo por mostrar uma performance tão boa no instrumento enquanto entretinha o público como frontman. De resto, efeitos modulares de synths chamavam a atenção de todos com sonoridades experimentais.

Em um teatro com capacidade para 125 pessoas e com cadeiras marcadas, a energia do FEH era surreal. Ela se espalhava pelo ambiente sem parar, fazendo todos levantarem dos assentos e, numa noite chuvosa e fria de quinta-feira, dançarem e suarem de um lado para o outro, mesmo no menor espaço possível. Este detalhe definitivamente não foi capaz de interromper nem conter a conexão e a pulsação da banda. Para marcar a noite de estreia dessa minitemporada na cidade, foi um show sensacional.

Set list: “Tá Com Dólar, Tá Com Deus”, “Como Una Flor”, “Arrasta”, “Loucura”, “Triste, Louca ou Má”, “Sincero”, “Calor da Rua”, “CHAMA ADRENALINA :: gasolina”, “CHÃO TETO PAREDE :: pegando fogo”, “Batida do Amor”, “Soltasbruxa” e “MATILHA :: cólera ou coleira”.

Music

Lanny Gordin

Ícone universal da guitarra brasileira ficou famoso por sua participação em discos fundamentais de tropicalistas

Texto por Carlos Eduardo Lima (Célula Pop)

Foto: Divulgação

Lanny Gordin foi chamado de “Brazil’s own Hendrix” emuma matéria do site americano Pitchfork, na qual eram comentados vinte discos fundamentais da Tropicália. Uma olhada para esta produção mostra que o sujeito esteve em vários trabalhos fundamentais do estilo, lançados por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jards Macalé, Gal Costa. E até em obras que não eram exatamente tropicalistas, como, por exemplo, o álbum de estreia do grupo Brazilian Octopus (liderado por Hermeto Pascoal), em 1968, e o nosso álbum preferido de Erasmo Carlos, Sonhos e Memórias 1942-1971.

Lanny nasceu Alexander Gordin, em 28 de novembro de filho de pai russo e mãe polonesa, na cidade de Xangai, na China. Viveu alguns anos em Israel. O início de sua carreira como músico de estúdio, logo após participar do Brazilian Octopus, foi em obras de cantores da Jovem Guarda, caso de Eduardo Araújo em Nem Sim, Nem Não. A partir daí, ele ingressou na turma tropicalista com força, participando, em sequência, de obras como Gal Costa(1969), Gal (1969), LeGal (1970) e Fatal – A Todo Vapor (1971), com Gal Costa; Build Up (1970), com Rita Lee;Caetano Veloso (também conhecido como Álbum Branco, 1969) e Araçá Azul (1973), de Caetano Veloso (1969); Gilberto Gil (1969) e Expresso 2222 (1972), de Gilberto Gil. Lanny também esteve no primeiro disco de Jards Macalé (1972); na música “Chocolate”, de Tim Maia, e em “Kabaluêre” de Antonio Carlos & Jocafi. Ainda acompanhou ao vivo artistas como Elis Regina, Tom Zé e Jair Rodrigues.

Lanny tinha problemas de saúde que o sentenciaram ao ostracismo. Tinha esquizofrenia e questões com o uso de drogas, mas, mesmo assim, participou de algumas gravações ao longo dos anos 1990 (como em Aos Vivos, álbum de Chico César) e foi por conta da presença de Luis Calanca, dono da loja paulistana Baratos Afins, que ele voltou a gravar, lançando um disco solo em 2001. Seis anos depois, lançou “Duos”, com participação de vários artistas, entre eles Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom Zé e ainda artistas mais jovens, como Zeca Baleiro, Fernanda Takai, Vanessa da Mata, Adriana Calcanhoto, Max de Castro e Rodrigo Amarante.

Foi um ícone universal da guitarra brasileira. Morreu no mesmo dia em que comemoraria 72 anos de idade, em consequência de uma pneumonia.

Music

Caetano Veloso – ao vivo

Show que celebra os 50 anos do cultuado disco Transa ganha mais datas mas se confunde ao ir muito além da recriação das canções da época

Texto por Carlos Eduardo Lima (Célula Pop)

Foto: Reprodução

Em agosto de 2023, Caetano Veloso participou do festival Doce Maravilha, fazendo uma homenagem aos cinquenta anos de seu álbum Transa, lançado em 1972. Gravado em Londres, sob o impacto da vida no exílio e em clima de comunhão com vários outros músicos, igualmente refugiados, o disco se transformou num objeto de culto e hype com o passar do tempo.

Como vivemos uma época em que o olhar sobre o que passou é descontextualizado completa e constantemente, muita gente ignora que Transa nasceu para ser uma obra introspectiva e meditativa, cheia de saudade, tristeza e tentativa de sobrevivência/assimilação de estar inserido numa sociedade estrangeira. Para uma parcela crescente do público mais novo de Caê, o disco é uma espécie de celebração de algo que não se compreende bem. Claro, o artista não tem culpa disso, pelo contrário. Sua concepção de show comemorativo do disco passa pela preocupação constante de explicar ao público o que passava por sua mente na época, orientando o público sobre o que fez imediatamente antes e depois de Transa ser lançado.

É assim, com este clima e intenção, que o show comemorativo do cinquentenário do disco, que nasceu para existir apenas numa noite, ganhou mais quatro apresentações: duas no Rio (Arena Jockey Clube, 11 e 12 de novembro) e São Paulo (Espaço Unimed, 25 e 27 do mesmo mês). Sem dúvida, o grande barato da apresentação é que Caetano procura recriar o clima musical do álbum, evocando os arranjos originais e, a partir de um certo momento da apresentação, trazendo os músicos que tocaram com ele nas gravações. Foi aí que subiram ao palco Tutty Moreno, Áureo de Souza e Jards Macalé – este último, responsável pela direção musical do disco. É feita ainda uma menção ao baixista Moacyr Albuquerque, falecido em 2000, e depois os sujeitos atacam as faixas de Transa com vigor e boa vontade. Nesta altura, Caetano já havia cantado algumas canções introdutórias, na intenção de contextualizar o público. Depois de “You Don’t Know Me”, faixa que inicia Transa, vieram “Irene”, “Maria Bethânia”, “London London”, “The Empty Boat” e “Araçá Azul” – esta o título do álbum lançado após “Transa”, em 1973. Mas antes mesmo de Macalé e os outros músicos entrarem em cena, Caetano já tocara ótimas versões de “Triste Bahia”, “Neolithic Man” e “It’s A Long Way”, todas faixas do disco original.

A partir daí, aconteceu, a meu ver, um grave erro de roteiro. Com Macalé em cena, Caetano reprisou “You Don’t Know Me” e abriu espaço para Jards, que manda leituras inspiradíssimas de “Mal Secreto” (de Waly Salomão, lançada por ele em 1972), com direito a citação de “Corcovado” (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), e “Sem Samba Não Dá”, originalmente composta pelo próprio Caetano para seu último álbum, Meu Coco (2021), mas que ganhou releitura do próprio Macalé com Criolo há alguns meses. Quando você pensa que o show tinha vindo para o presente, os músicos voltaram para Transa e mandaram “Mora Na Filosofia” e “Nine Out Of Ten”. E então tivemos outro erro de roteiro. A título de chamar ao palco Angela Ro Ro, que participou das gravações de uma faixa do álbum, “Nostalgia”, o set abriu espaço para que ela executasse duas canções gravadas na virada dos anos 1970/1980, “Escândalo” e “Amor, Meu Grande Amor”, totalmente distintas do clima proposto e causando um desvio de 180 graus na programação. Claro, Ro Ro é figuraça e sempre tem recurso para cativar a atenção do público, mas o infeliz que desejasse se ater à carreira de Caetano naquele período, contando com esclarecimentos do próprio, precisou respirar fundo. Fechando o trabalho, a tal canção – “Nostalgia” – com menos de dois minutos, ressurgiu e só. Fechando o percurso musical, um bis de “Nine Out Of Ten”.

É preciso dizer que Transa – Cinquenta Anos é um evento histórico e raro em termos de Brasil, um país tão desmemoriado e sem noção. É emocionante ver Caetano e Macalé no mesmo palco, eles mesmos, dois highlanders da canção brasileira que importa, cheios de relevância e contexto histórico. É bom que se lembre que, apenas pelas versões impactantes de “Triste Bahia” e “It’s A Long Way”, o show já se justificaria e, diante desses argumentos, qualquer exigência de detalhes fica no terreno da chatice absoluta. No fim das contas, Caetano consegue com essas poucas apresentações dar a seu álbum o lugar de destaque em sua discografia. Mas, cá entre nós, eu me emocionaria muito mais se ele se dispusesse a comemorar qualquer aniversário de Cinema Transcendental, seu brilhante – e nosso preferido – disco de 1979.

Set list: “You Don’t Know Me”, “Irene”, “Maria Bethânia”, “London, London”, “The Empty Boat”, “Araçá Azul”, “Triste Bahia”, “Neolithic Man”, “It’s a Long Way”, “You Don’t Know Me”, “Mal Secreto”, “Corcovado”, “Sem Samba Não Dá”, “Mora na Filosofia”, “Nine Out Of Ten”, “Escândalo”, “Amor Meu Grande Amor” e “Nostalgia”. Bis: “Nine Out Of Ten”.

Music

Alceu Valença – ao vivo

Uma noite com muitos sucessos, histórias de vida e muita dança ao som do pernambucano que atravessa gerações

Texto e foto por Luciana Penante (Bora Curitiba)

Ouvir Alceu Valença é sempre um carinho no coração. Ao vivo, então, é uma experiência única. Hoje um senhor de cabelos grisalhos e compridos, mas ainda esbanjando vitalidade, entoa do alto de seus 77 anos grandes sucessos de sua carreira. É surreal ter ele ali, inteiro, “Alceu dispor” (trocadilho que, por sinal, é o nome da nova turnê).

O público curitibano, dito frio, quase lotou o Teatro Positivo na noite de 19 de outubro e já nas primeiras notas se levantou das cadeiras para dançar ao som das músicas do pernambucano, acompanhado de uma banda irretocável. Sentar mesmo quase que só na hora de colocar o cinto de segurança e viajar para o espaço com Alceu em um “táxi para a estação lunar”, composição sua com Zé Ramalho e Geraldo Azevedo. Sinceramente, a vontade era de ficar por lá, já que a Terra anda tão esquisita.
Mas voltamos para ouvir as histórias de Alceu, que relembrou sua infância em São Bento do Una e levou o público a um passeio por suas memórias ao longo da vida. Como a de quando veio, adolescente, jogar basquete em Ponta Grossa ou quando compôs “Como Dois Animais”, ao ver um casal fantasiado de cachorro e onça durante o carnaval. Ele também falou de seu filme, A Luneta do Tempo, do qual foi diretor e atuou como um palhaço – personagem que chegou a interpretar por alguns segundos para a plateia curitibana.

Para finalizar, Alceu nos brindou com o sucesso “Morena Tropicana”, com o auxílio luxuoso de uma menininha chamada Elisa, convidada a subir no palco para dançar com o cantor e ajudar nos “oiôs” e “aiás”. A pequena não decepcionou: arrancou aplausos entusiasmados da plateia.

Ao final, ficou a sensação boa de ver que o que é bom na música brasileira atravessa gerações. Como este pernambucano sempre atemporal.

Set list: “Bobo da Corte”, “Baião/Vem Morena/A Ema”, “Eu Vou Fazer Você Voar”, “Estação da Luz”, “Girassol”, “Flor de Tangerina”, “Coração Bobo”, “Como Dois Animais”, “Pisa na Fulô”, “Pelas Ruas Que Andei”, “Solidão”, “Táxi Lunar”, “La Belle de Jour”, “Anunicação” e “Morena Tropicana”.