Caras, bocas e momentos de fúria de Taraji P. Henson são o melhor desta história que gira em torno de azedume e impulsos violentos
Texto por Abonico R. Smith
Foto: Paris Filmes/Divulgação
Um bom resumo para explicar o que significa a palavra “acrimônia” é o modo de agir que reúne aspereza, azedume e um certo grau de violência, seja no verbal, no corporal ou mesmo apenas no olhar. Tal comportamento, repetido com certa constância, deixa a convivência insuportável com a pessoa.
Melinda é assim. Sempre foi assim. Desde a infância, até seus 40 e poucos anos. E é justamente torno desta questão que gira todo o filme escrito e dirigido por Tyler Perry. Duas décadas inteiras de puro azedume da protagonista. Talvez por isso não tenha sido uma escolha melhor para o papel principal que não a do nome de Taraji P. Henson. A atriz, mais conhecida no Brasil como a ardilosa empresaria e produtora musical Cookie Lyon da série de TV Empire – Fama e Poder, dá novamente um show tanto com suas expressões faciais de fúria, desprezo, revolta e decepção como nas cenas mais exasperadas, quando é capaz de chegar com muita facilidade às vias de fato.
Acrimônia (Acrimony, EUA, 20187 – Paris Filmes) retrata o passado e o presente de Melinda, a jovem que dedicou-se plenamente ao namorado que conheceu na faculdade, acreditou nele, apostou em seus sonhos, foi traída, deu chance a uma segunda chance, casou-se com ele, matou-se de trabalhar para que ele perseguisse os sonhos que tornaria o casal milionário e, de uma hora para a outra, viu tudo ruir até não ter mais condição de fazer outra coisa que não pedir o divórcio. Até boa parte da segunda metade do enredo, o espectador é guiado a partir do ponto de vista e, então, acredita piamente em tudo o que Melinda diz, conta ter passado e pensa.
Com muita destreza, Perry conduz reviravoltas que jogam com o destino de Melinda, o parceiro Robert Gayle (Lyriq Bent), suas duas irmãs (a casa herdada da mãe acaba sendo perdida para hipoteca porque o marido fracassa nas negociações de seu invento revolucionário) e os respectivos cunhados. Nesta torrente de emoções, em determinados momentos, o jogo se vira contra a personagem, que acaba suscitando pontos de dúvidas em relação às suas considerações e atitudes. Não por acaso a primeira cena do longa já a mostra como ré de um julgamento, recebendo do juiz a sentença de manter-se afastada do já ex-marido e a atual companheira dele.
Acrimônia vai bem até seu último plot twist. Depois, no ato final, descamba para uma sequência de exageros (alguns sem muita explicação de como acontecem de fato) para chegar a um momento que, embora impensável até o miolo do roteiro, acaba apresentando um desfecho plausível tanto para aquela que sempre se mostrou perturbada emocionalmente como também ao marido que, segundo a mesma, aproveitou-se de sua bondade e ingenuidade para tentar com que um golpe de sorte mudasse os rumos de sua vida. Tudo para que o espectador chegue até o final sem conseguir tomar o rumo da balança do julgamento e chegar à conclusão de quem sempre agiu de modo certo ou errado durante o relacionamento azedado por impulsos, instintos e emoções à flor da pele.
Adorei as criticas do filme, obrigada por compartilhar! Eu gostei por causa da Taraji P. Henson, adoro os filmes desta atriz. Em Proud Mary, em Incredible. Ela sempre surpreende com os seus papéis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Perssonalmente considero um dos melhores filmes. Mas seguramente o êxito de Proud Mary filme deve-se à participação dela no filme, porque tem muitos fãs que, como eu, se sentem atraídos por cada estréia cinematográfica que tem o seu nome na exibição. Além, acho que a sua participação neste filme de suspense realmente ajudou ao desenvolvimento da história. Ninguém poderia fazer o papel de Taraji melhor do que ela.
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