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Rick Wakeman

Oito motivos para não perder a passagem por aqui da turnê que promete ser o adeus do artista e cria uma peça sinfônica com 30 músicas do Yes

Texto por Daniela Farah

Foto: Divulgação

Ícone do rock progressivo, o tecladista Rick Wakeman está no Brasil para fazer quatro shows de sua derradeira turnê. A despedida do artista dos palcos, que recebe o nome de The Final Solo Tour, já passou, neste mês de abril, por Porto Alegre (dia 11) e São Paulo (dia 12). Brasília (14) e Curitiba (15 – para mais informações sobre local, horário e ingressos, clique aqui), serve como uma grande retrospectiva de mais de meio século carreira, muitos destes anos intrinsecamente ligados ao Yes. Por sinal, uma ligação tão importante para seu nome, que ele preparou uma novidade aos fãs da longeva banda: a criação de uma peça sinfônica que junta trechos de mais de 30 faixas gravadas pela banda.

O Mondo Bacana preparou oito motivos pelos quais você não pode perder, de jeito nenhum, a passagem deste grande mestre das teclas pretas e brancas e verbete indispensável para qualquer enciclopédia sobre a história do rock’n’roll.

Virtuosismo

Para um músico ter seu sucesso reconhecido em seu trabalho é preciso fazer algo que impacte várias pessoas. Rick Wakeman cumpriu os checklists possíveis aqui. Em primeiro lugar, fez parte de uma grande banda. Mas o que realmente o colocou no topo de tudo foi seu virtuosismo. Qualquer coisa que cite o nome dele, seja biografia, matéria ou entrevista, tem ao lado do nome a sua genialidade como tecladista e compositor. O talento virou quase uma marca registrada, misturada com sua identidade. Não a toa que cinco de seus álbuns foram top 10 no Reino Unido. Como não existem muitos músicos assim na História, a oportunidade de conferir de perto o virtuosismo de Wakeman é com certeza algo sedutor.

Turnê final

Essa é a sua última tour. Claro que muitos músicos falam isso apenas para vender ingressos, mas neste caso é a pura verdade. Rick prometeu há muito tempo que pararia quando completasse 77 anos. Idade esta que ele completa em seu aniversário no próximo mês, dia 18 de maio. Portanto, é agora ou nunca.

Show biográfico

A proposta do concerto é muito diferente do que temos por aqui. Ele mistura piano com uma conversa com o público, quase como se pudéssemos entrar um pouquinho na cabeça de Wakeman. De uma gentileza tamanha um artista com essa genialidade dividir isso com a gente. Até a escolha do set list é pensada de tal forma, como um resumo de canções dispostas ao longo dos 53 anos de carreira.

“Yessonata”

Como gênio criativo que é, Rick Wakeman decidiu não simplesmente tocar as músicas do Yes, mas ainda criar uma peça sinfônica chamada “Yessonata”, mesclando um total de 30 canções memoráveis do grupo. Incrível a habilidade de transformar o antigo em algo inédito, tocar o coração dos fãs, ao mesmo tempo em que impulsiona uma lufada de ar fresco. Chris Welch disse na biografia Close to the Edge: The Story of Yes que “o Yes se destacou como uma das bandas mais comprometidas na história do rock pela intensidade em criar músicas originais. Com tal exemplo, podemos compreender o porquê.

Yes

Este é um dos nomes que entra no hall de qualquer devoto do rock progressivo. A ideia da banda era ultrapassar todos os limites que a tecnologia da época impunham para gravar as ideias mais criativas saídas das mentes de seus integrantes, que estavam em busca da música perfeita. Entre suas idas e vindas para o Yes, Wakeman participou de álbuns importantes como Fragile (1971), Tales From Topographic Oceans (1973), Tormato (1978), entre outros. Mas essa história, o que é melhor, ele conta melhor no seu último concerto!

David Bowie + Beatles

Se você é daqueles que não diz sim para o Yes mas ainda assim quer ver Rick Wakeman e seu virtuosismo, não se preocupe. O artista traz covers em sua atual turnê, homenageando nomes que estão em sua coleção de preferidos. Um deles é David Bowie. Wakeman apresenta na turnê a fusão de “Space Oddity” e “Life on Mars?”. Bowie era seu amigo. Para ele, gravou algumas participações em estúdios. Tocou mellotron em “Space Oddity” e piano em “Wild Eyed Boy From Freecloud” e “Memory Of A Free Festival”. Rick também cola “Help!” com “Eleanor Rigby”, dos Beatles. Não tem como não dar uma pontinha de curiosidade em todo mundo que ainda não ouviu.

Obras polêmicas

Quando Rick Wakeman resolveu usar sua criatividade para seus discos solo, a comunidade prog dividiu opiniões. Do pomposo ao brilhante, do ridículo ao genial. Não há meio termo aqui, ou você ama ou odeia. A questão é que é simplesmente impossível ignorar um compositor que criou obras tão marcantes como a trilha sonora de Lisztomania (estrelado por Roger Daltrey, vocalista do Who), Six Wives Of Henry VII e Journey To The Center Of The Earth, entre outros clássicos.

Journey To The Centre Of The Earth

Em 2024, o terceiro disco solo do tecladista completa meio século de gravação e lançamento. Journey To The Centre Of The Earth foi inspirado no livro clássico de Júlio Verne, que, aliás, é um dos preferidos do músico. Wakeman o tinha lido várias vezes quando decidiu transformá-lo em peça musical. Não só isso: criou um espetáculo inteiro, bem extravagante, com direito a dinossauros (!!!). O ano era 1974 e o que mais ele ouviu nos bastidores foi que nada disso daria certo. Mas, seguindo um conselho do amigo Bowie, ouviu seu coração e resolveu tornar tudo isso em realidade. Ainda bem! O disco foi um sucesso, alcançou o topo de vendas da época e se tornou uma grande influência do rock progressivo em todos os tempos.

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