Embate com o rival começa a tomar proporções épicas em segundo filme da série protagonizada por Newt Scamander
Texto por Flávio St. Jayme (Pausa Dramática)
Foto: Warner/Divulgação
Capítulos do meio são sempre complicados. A história não tem começo ou fim. Vem de algo que já começou e prepara para algo que ainda vai acontecer. Frequentemente vem sem o frescor de uma primeira parte (como já vimos em tantos outros filmes) e anabolizam roteiro e efeitos montando o palco para algo maior.
Com Animais Fantásticos – Os Crimes de Grindelwald (Fantastic Beasts: The Crimes Of Grindelwald, Reino Unido/EUA, 2018 – Warner) não é diferente. Novos animais, novo ambiente e uma história que tem gosto de requentada. Mas JK Rowling sabe o que faz e repete a fórmula que funcionou com oito fimes de Harry Potter e um da série Animais Fantásticos: protagonista enfrenta inimigos enquanto se une a amigos para enfrentar um mal maior. Vimos isso diversas vezes. Se ainda funciona? Bom…
A fórmula repetida e o gosto de requentado não são suficientes para tirar o prazer do segundo longa de Newt Scamander. Ritmo intenso, boas piadas e uma história um tantinho embolada demais são o bastante para prender a atenção do público. Novos personagens interagem com os que conhecemos antes e as ligações com o universo Potter se tornam mais intensas.
Conhecemos um Dumbledore mais jovem (aqui com o charme adicional de Jude Law), um pouco de seu passado e elementos que levaram aos acontecimentos que já lemos e vimos antes. Vemos Scamander enfrentando novos desafios. Nada muito profundo, afinal ainda falamos de uma história infanto-juvenil, mas sombria o bastante para amedrontar.
O visual ainda encanta, os novos amimais ainda enchem a tela (num 3D impressionante, aliás) e o roteiro entrega o que se propõe: um capítulo do meio preparando para um fim que ainda não temos.
Os Crimes de Grindelwald começa e termina sem início ou fim, mas funciona justamente como entreato. Um filme que, sozinho, tem pouco a dizer. Mas que dentro de um universo maior possui acontecimentos importantes o suficiente para ser relevante. Claro que poderia ser mais curto ou suprimido em um prólogo, mas estamos falando de uma indústria e de uma franquia que move fãs apaixonados no mundo todo. Sabemos que se trata de uma preparação, assim como assistimos a seis longas de Harry Potter sabendo que tratavam-se de ensaios para a batalha final dividida em outros dois.
O embate entre Newt e Grindelwald vai se formando épico e, enquanto isso, vamos nos encantando com viagens, fantasia e romance. Afinal, disso que é feito o bom cinema, não é mesmo?