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NX Zero – ao vivo

Adolescentes da geração emocore brasileira cresceram, não se escondem mais e se renderam à nostalgia para celebrar a história da banda

Texto e foto por Frederico Di Lullo

Sexta-feira, dia 7 de julho, estava um pouco receoso, confesso. O último show que tinha visto do NX Zero em Florianópolis tinha sido em 2006 (??), na antiga Creperia da Lagoa junto a bandas como a gaúcha Atrack e algumas outras da cena emo local. E lá fui eu conferir a volta à ativa do quinteto, agora na Arena Opus, situada em São José (SC)

A questão é que eu não sou mais um jovem de 17 anos. Voltar a ver uma banda 17 anos depois, então, tem seu preço. Eu paguei pra ver. E, na real, boa parte dos presentes (em grande número, diga-se de passagem), estavam lá também para sentir um pouco do saudosismo da minha geração.

Com um público majoritariamente adulto, o NX Zero iniciou a apresentação da turnê Cedo ou Tarde passando das 22h. Com um som impecável, Di Ferrero (voz), Daniel Weksler (bateria), Gee Rocha (guitarra e backings), Fi Ricardo (guitarra) e Caco Grandino (baixo) mostraram que o tempo é uma construção social. Ou algo até melhor, que dá para melhorar, mesmo depois de um hiato de pouco mais de seis anos de duração.

set começou com “Só Rezo” e terminou com “Razões e Emoções. No meio, sucessos como “Pela Última Vez”, “Apenas um Olhar”, “Meu Bem”, “Além de Mim” e “Ligação” Na parte acústica, tivemos ainda Di Ferrero, a capella, tocando “Vagabundo Confesso”, do Dazaranha. Sim, praticamente um nativo, que mora na Ilha de Santa Catarina faz mais de seis anos, tendo a particularidade de ter sido uma das primeiras pessoas que teve COVID-19 na cidade. Loucura, mas nem tanto.

Em resumo, este show do NX Zero foi uma celebração da história da banda e uma prova do poder que o emocore brasileiro teve na primeira década deste novo século. Se antigamente o emo se escondia, hoje a nostalgia fala mais alto e mostra que os adolescentes de ontem são os adultos de hoje. Além disso, o visual do palco e a iluminação complementaram perfeitamente a energia do show, com jogos de luzes intensos e um cenário que transmitia a identidade do grupo. 

Ninguém sabe ao certo se este é um retorno definitivo (acredito que nem a banda sabe!), mas a turnê é uma chance dos fãs matarem a saudade. Até porque muitos, talvez, nunca tenham visto a banda tocar ao vivo, bem ali à frente. Contudo, quem tiver vontade não deve pensar duas vezes e colar nas datas restantes de Cedo ou Tarde. A diversão é garantida!

Set list: “Só Rezo”, “Daqui Pra Frente”, “Bem ou Mal”, “Pela Última Vez”, “Apenas Um Olhar”, “Onde Estiver”, “Uma Gota no Oceano”, “Espero a Minha Vez”, “Inimigo Invisível”, “Cedo ou Tarde”, “Meu Bem”, “Insubstituível”, “Incompleta”, “Vagabundo Confesso”, “Silêncio”, “Cartas Pra Você”, “Mais Além”, “Hoje o Céu Abriu”, “Vamos Seguir”, “Pedra Murano”, “Ligação” e “Nào é Normal”. Bis: “A Melhor Parte de Mim”, “Um Pouco Mais”, “Além de Mim” e “Razões e Emoções”.

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