Music, Videos

Clipe: Smashing Pumpkins – Solara

Artista: Smashing Pumpkins

Música: Solara

Álbum: single (2018)

Por que assistir: No início deste ano Billy Corgan causou alvoroço entre os fãs da banda ao postar uma foto confirmando o retorno de dois dos outros três integrantes originais à formação. “Solara” é a primeira música já divulgada do futuro novo álbum que voltará a contar com os serviços de James Iha (guitarra) e Jimmy Chamberlain (bateria), além da continuidade do também guitarrista Jeff Schroeder. Mistura um pouco a fase pesada dos discos lançados na segunda metade dos anos 1990 com as melodias pop dos discos mais populares, como Siamese Dream (1993) e Mellon Collie And The Infinite Sadness (1995). Neste clipe, escrito, editado e dirigido pelo também produtor de música eletrônica Nick Koenig, Billy Corgan vive um prisioneiro que, a desconfiança, a coragem e a incerteza (sua atuação, aliás, flutua entre o humor involuntário com seus olhares e um pouco de canastrice!), passa a vivenciar um monte de situações nonsense até conseguir escapar rumo à liberdade. Jeff, James e Jimmy fazem pequenas pontas, já que também acabam sendo secundários no próprio Smashing Pumpkins. Se “Solara” tanto a faixa quanto o clipe – não chega a propor nenhuma revolução, ao menos aponta um bom caminho para os próximos anos do grupo.

Texto por Abonico R. Smith

Music, Videos

Clipe: St. Vincent – Fast Slow Disco

Artista: St. Vincent

Música: Fast Slow Disco

Álbum: single (2018)

Por que assistir: No álbum mais recente, Masseduction, lançado em 2017, a penúltima faixa é uma balada chamada “Slow Disco”. Traz vocais carregados de emoção e uma letra com versos de sentido aberto que, entre outras coisas, pode ser entendido como um libelo pessoal de alguém que já sofreu com a perda gradual de amigos para a morte lenta proporcionada pelo (ab)uso de drogas ou doenças sexualmente transmissíveis como a aids. Por que estas duas interpretações? Pelo videoclipe que a música acaba de ganhar. Anne Clark (o nome verdadeiro da moça) aparece divando de preto ao cantar esses versos no meio de uma pista de um nightclub gay, com a presença de muitos ursos devidamente trajados com roupas e apetrechos de couro. Na verdade o áudio do clipe é de um remix recém-lançado para a faixa, que ganhou o nome de “Fast Slow Disco”. Por ideia dela e do co-produtor de Masseduction, Jack Antonoff, a tessitura de teclados ganhou uma batida disco que acelerou os BPMs e moldou a canção para as pistas de dança. Era só o que faltava para deixá-la ainda mais perfeita. Afinal, os versos e a melodia – que se alterna em duas linhas enquanto a sequência dos mesmos quatro acordes fica se repetindo o tempo todo –  já grudam logo na primeira audição e depois fica impossível tirar, mais uma vez, mais uma música de St. Vincent.

Texto por Abonico R. Smith

Music, Videos

Clipe: Anna Calvi – Don’t Beat The Girl Out Of My Boy

Artista: Anna Calvi

Música: Don’t Beat The Girl Out Of My Boy

Álbum: Hunter (2018)

Por que assistir: No começo da década, essa inglesa de descendência italiana e descoberta por Brian Eno provocou furor na crítica com o lançamento de seus dois primeiros álbuns. Sempre vestida de vermelho, preto e branco, trafegando entre elementos visuais e sonoros do gótico e do flamenco, Anna Calvi fez meio mundo musical se arrepiar ao soltar seu vozeirão e cantar versos de sentidos abertos sobre mulheres enigmáticas. Logo caiu no gosto do circuito da moda europeia mais ligada ao rock alternativo e passou a fazer trilhas sonoras ao vivo de desfiles da Burberry, além de circular no net set mais descolado do universo, sempre ao lado de belas modelos e atrizes do cinema. Agora ela se prepara para lançar o terceiro álbum da carreira. Produzido pelo experiente e cultuado Nick Launay (Nick Cave & The Bad Seeds, Grinderman, David Byrne, Yeah Yeah Yeahs, Arcade Fire, PiL, Killing Joke, Black Rebel Motorcycle Club, Supergrass, Lou Reed, Kate Bush, Eric Clapton) Hunter sai no dia 31 de agosto pelo selo Domino – uma das potências do indie rock britânico – com o propósito de marcar a fluidez como a bandeira principal de Calvi na atualidade. Ao lançar o primeiro clipe do disco – da poderosa faixa “Don’t Beat The Girl Out Of My Boy”, desde já um dos singles do ano – a cantora e compositora vem jogando claro a respeito de sua insatisfação em se limitar a gêneros sexuais (seja na identidade ou na orientação) ou mesmo ficar presa a rótulos e questões ligadas a um lado só da vida. “Esta é uma canção sobre o desafio de ser feliz. É sobre ser livre para se identificar da maneira que você quiser, independentemente de amarras e restrições da sociedade”, declarou ela no início deste mês de junho. A coreografia, marcada por uma dramaticidade sombria e assinada pelo inglês Aaron Sillis (que já criou para Justin Bieber, Rihanna, Katy Perry, Kylie Minogue e FKA twigs, além de fazer trabalhos para marcas como Hermes, Calvin Klein, Lacoste, Nike e Issey Miyake), Anna canta a música enquanto se esfrega em corpos masculinos e femininos, alguns deles altamente marcados pela androginia.

Texto por Abonico R. Smith

Movies

Jurassic World: Reino Ameaçado

Saga iniciada por Steven Spielberg ganha novo capítulo, desta vez com os dinossauros também correndo perigo na ilha Nublar

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Texto por Flávio St Jayme (Pausa Dramática)

Foto: Universal Pictures/Divulgação

Quem cresceu acompanhando a saga Jurassic Park no cinema deve estar muito satisfeito. Depois de um dos grandes marcos do cinema estrear 25 anos atrás, tudo evoluiu de forma espetacular. E mesmo seu primeiro episódio permanece como um grande filme.

Mas eis que, como dita a cartilha de Hollywood, foi necessário retomar a saga anos depois e agora que já vimos o incrível Jurassic World estamos prontos para o segundo capítulo da nova história.

Novamente encabeçado por Chris Pratt e Bryce Dallas Howard, Jurassic World: Reino Ameaçado (Jurassic World: Fallen Kingdom, EUA, 2018 – Universal Pictures) não deixa nada a desejar aos melhores filmes dentre os quatro anteriores. É certo dizer, inclusive, que consegue se equiparar ao primeiro e grande Jurassic Park. Claro que não temos mais o frescor de uma ideia original, mas isso não chega a ser um defeito.

Repleto de ação desde seus primeiros minutos, o novo longa que acaba de fazer sua estreia nos cinemas brasileiros coloca os homens em perigo, sim. Mas desta vez, os dinos também estão correndo risco: a ilha Nublar, o último refúgio dos últimos dinossauros ainda remanescentes do parque, está à beira de uma erupção vulcânica, que irá, mais uma vez, dizimá-los da face da Terra.

Uma batalha ética entra em campo: devemos nós salvar os dinossauros de uma nova extinção ou devemos deixar os desígnios divinos retomarem o curso de uma forçada reaparição que se mostrou catastrófica?

Como de praxe, a luta ganância versus altruísmo vai tomar força e a sede de dinheiro irá colocar a humanidade novamente em perigo. Dizer mais é estragar diversas surpresas do roteiro bem amarradinho de Colin Trevorrow (diretor de Jurassic World), mas podemos dizer que, em determinados momentos, os dinossauros se mostram mais inteligentes que os humanos.

No que diz respeito à comparações (inevitáveis), Reino Ameaçado quase parece um longa assinado por Steven Spielberg (que dirigiu o primeiro filme e aqui assina de novo a produção): momentos de ação e pura aventura e tensão se intercalam com cenas prontinhas para fazer o espectador derramar algumas lágrimas. Uma delas, em especial, vai deixar muito marmanjo com os olhos marejados no cinema.

Em suma, J.A. Bayona se mostra mais uma vez um diretor impecável que consegue transformar seu filme em uma quase obra de arte. Foi assim em O Orfanato, foi assim em O Impossível, foi assim no surpreendente Sete Minutos Para a Meia-Noite e é assim novamente em Jurassic World: Reino Ameaçado. Que, aliás, já pode ser listado entre um dos melhores da saga.

Comics

Garfield

Quarenta curiosidades para celebrar os 40 anos de publicação da primeira tira do gato mais preguiçoso do mundo

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Texto por Flavio St. Jayme (Pausa Dramática)

Foto: Reprodução

Neste ultimo dia 19 de junho de 2018, o gato mais preguiçoso e famoso do mundo completou 40 anos de publicação. Já faz quatro décadas que Garfield atormenta a vida de Jon e Odie e nos deixa a cada dia mais apaixonados por ele. Para marcar a data, aqui vão 40 curiosidades sobre a história de Garfield.

>> A primeira aparição de Garfield se deu em 19 de junho de 1978. A primeira tirinha foi publicada em 41 jornais dos Estados Unidos. No Brasil, elas só chegaram em 1985.

>> Garfield foi batizado em homenagem ao avô do cartunista, John Garfield Davis, que morreu quando Jim Davis tinha 6 anos. Segundo ele, seu avô, assim como o gato, era “ranzinza por fora”, mas tinha “um coração mole por dentro”.

>> Ele adora comer lasanha. Jim também.

>> Originalmente, as tirinhas de Garfield eram centradas no dono do gato, Jon Arbuckle. Quando levou seu trabalho às editoras querendo publicá-lo, Jim Davis foi orientado a deixar o protagonismo das histórias com o felino e assim o fez.

>> Garfield é extremamente preguiçoso e tem alergia às segundas-feiras. Segundo o gato, elas seriam melhores “se começassem mais tarde”.

>> Ele vive humilhando seu dono, Jon Arbuckle, e seu fiel companheiro, o cachorro Odie. Aliás, já declarou que os “cachorros são a forma que a natureza encontrou para nos dizer que poderíamos estar em pior situação”.

>> Jon é cartunista. Isso é dito somente na primeira tirinha de Garfield publicada.

>> A Suécia, junto com a Noruega e a Finlândia, é um dos três países nos quais Garfield foi rebatizado. Por lá, o felino é conhecido como Gustav.

>> Garfield é do signo de gêmeos — o gato comemora o seu aniversário no dia 19 de junho, data de sua estreia nos jornais. Seu criador, Jim Davis, é leonino.

>> Inicialmente publicada em 41 jornais (1978), a tira aumentou o número de periódicos que publicavam as suas histórias diárias – já eram cem em 1979 e 2,5 mil em 1995. Garfield é publicado em 111 países e lido diariamente por cerca de 260 milhões de pessoas.

>> Garfield só perde para Peanuts na quantidade de publicações mundiais.

>> O site Garfield Minus Garfield publica as tirinhas subtraindo digitalmente o gato. O resultado são histórias surpreendentemente reflexivas e melancólicas, focadas no depressivo Jon Arbuckle. Criado pelo irlandês Dan Walsh, o site tornou-se sucesso imediato e já ganhou uma versão em livro.

>> A estreia de Garfield na TV aconteceu no programa Here Comes Garfield, em 1982. Ao longo da década de 1980, os desenhos animados ganharam 3 prêmios Emmy.

>> A tira mostrando o 10º aniversário de Garfield ironiza pessoas que transformam os animais de estimação nos “donos da casa”. Também mostra um gato atuando como homem e enfrentando problemas humanos (dieta, tédio, aversão às segundas-feiras). As primeiras tirinhas também traziam um personagem recorrente chamado Lyman, que era o primeiro dono do cachorro Odie e roommate de Jon. Isso era necessário para que o humano pudesse interagir, já que o cão e o gato “só pensavam”. Aos poucos, Davis foi notando que mesmo através de pensamento era possível criar interações e acabou, por fim, excluindo Lyman das histórias.

>> Em 1980, Jim Davis redesenhou Garfield, com olhos ovais e barriga menor, dando como justificativa uma dieta forçada.

>> A tirinha tornou-se colorida em 7 de junho de 1999.

>> Em 2004 foi lançado o filme Garfield. O segundo longa-metragem, Garfield 2, chegou aos cinemas em 2006.

>> No longa de 2004, Garfield fala “Eu amo o cheiro de torta de maçã pela manhã”. A fala é uma referência ao filme Apocalipse Now!, do diretor Francis Ford Coppola, em que um soldado americano na Guerra do Vietnã fala “Eu amo o cheiro de napalm pela manhã.”

>> Entre 2007 e 2009 houve o lançamento de diversos produtos, como, respectivamente, o DVD Garfield Cai na Real, Garfield Fun Fest, a série animada O Show de Garfield e o terceiro filme, Garfield Pet Force.

>> Nos anos 1970, Jim Davis escrevia uma tirinha, Gnorm Gnat, que não tinha boa recepção. Um editor disse que as piadas eram boas, mas não dava para o público se identificar com um inseto. Davis respondeu criando outra tirinha com um gato. O motivo para escolher o animal foi a falta de tirinhas estreladas por gatos (e também ter um personagem que pudesse criar merchandising).

>> Garfield nasceu na cozinha de um restaurante italiano. Por isso gosta tanto de comida italiana, com preferência para lasanha, pizza e espaguete.

>> Nas primeiras tirinhas, Jim Davis quis manter a maior quantidade possível de características felinas no Garfield. Isso incluía, por exemplo, que ele só andasse nas quatro patas. Foi o cartunista Charles M. Schulz, o criador do Snoopy, que sugeriu a Davis que ele desenhasse patas traseiras maiores no Garfield e permitisse que ele se tornasse bípede.

>> Em 1981, Davis criou a Paws, Inc, a empresa responsável pelos direitos da tirinha e os produtos licenciados de Garfield. A empresa fica na cidade natal de Davis, Muncie, no estado de Indiana. A Paws também possui a equipe de artistas que desenha a tirinha, que é apenas escrita por Davis atualmente.

>> Em 1982, Garfield estrelou um especial de TV chamado, em português, Aí vem Garfield. Outros onze especiais foram feitos até 1991. Uma série animada, Garfield e Seus Amigos, foi produzida entre 1988 e 1995. O gato fora dublado no Brasil por Carlos Marques.

>> Nos EUA, a editora Ballantine Books lança dois livros compilando as tirinhas por ano. Em 2001, os primeiros livros começaram a ser republicados em tamanho maior e com as tirinhas em cores.

>> No Brasil, a pioneira em edição de Garfield foi a Editora Salamandra, com livros lançados a partir do fim da década de 1970. Suas impressões foram até o final da década posterior. Algumas séries como Garfield em Ação (que dividia os livros da Ballantine em dois volumes) foram reeditadas ao longo desses dois anos com novas capas.

>> Após virar livro, filme e desenho animado, Garfield tentou conquistar também os palcos. Uma versão musical de sua história estreou em 2011, em Indiana, nos Estados Unidos. Mas o sucesso dos quadrinhos não se repetiu e Garfield Live terminou sua turnê no ano seguinte, sem alcançar grandes números.

>> Garfield já foi desenhado de quatro maneiras diferentes. Mais gorda e realista, a versão original, de 1978, foi substituída após dois anos por um felino antropomórfico, que andava usando as patas traseiras. Já em 1990, um desenho parecido com o gato laranja que os fãs conhecem hoje foi lançado. Em 2000, foi a vez do Garfield atual estrear.

>> Em 1982, sete livros com tirinhas de Garfield apareceram, simultaneamente, na lista de livros mais vendidos do New York Times.

>> No mesmo ano, Garfield foi capa da revista americana People, que o elegeu como a maior celebridade americana do momento. Na ocasião, o gato aproveitou para anunciar seu primeiro programa de televisão.

>> Garfield é uma das atrações principais de dois parques de diversão nos Estados Unidos: Silverwood e Kennywood.

>> Em uma homenagem aos amigos de Garfield na história em quadrinhos, o criador Jim Davis também tem um gato, Nermal, e um cachorro, Pooky.

>> Garfield é da raça Exótico de Pelo Curto. Este nome se explica porque ela foi criada a partir da mistura das raças Persa e com o gato da raça Pelo Curto Americano. O Exótico de Pelo Curto da vida real é menos temperamental do que Garfield. É considerado amoroso e paciente, por isso é ideal para casas com crianças.

>> Já Odie é da raça beagle, a mesma do Snoopy.

>> Em 2002, Garfield entrou para o Guinness Book como a tirinha em quadrinhos com maior número de republicações em todo o mundo: nada menos do que 2.570 jornais exibiam simultaneamente os quadrinhos diários do gato folgado e preguiçoso.

>> Apesar de por aqui chamarmos de “o” Garfield, a ideia de protagonizar as tirinhas com um cão e um gato era a de não precisar especificar gênero aos personagens. Como os gatos da fazenda do avô de Davis serviram de inspiração, o cartunista conta que nunca pensou em uma idade ou gênero específicos para Garfield.

>> A marca Garfield gera, em média, 1 bilhão de dólares por ano em produtos licenciados. Filmes, séries animadas, brinquedos e tudo mais vale quando é para lucrar em cima do gatão. Porém, Jim Davis se arrepende apenas de uma autorização, que ocorreu quando criaram uma versão zumbi de Garfield. No começo ele achou que seria engraçado, mas hoje acha que isso não acrescentou em nada no desenvolvimento do seu principal personagem.

>> Nos anos 1980 e 1990, fez muito sucesso um brinquedo do Garfield com ventosas nas patas, que serviam para pendurá-lo no carro. Isso surgiu de um erro de comunicação, já que o brinquedo deveria vir com velcros, que era a moda de alguns bonecos da época. Quando o protótipo chegou, Davis resolveu grudá-lo em um vidro e esperar para ver se ele não cairia. Como funcionou, ele autorizou a produção daquele jeito.

>> Jim Carrey recusou o papel de Jon na adaptação da tira para os cinemas.

>> Inicialmente mais “pensativo”, melancólico e adulto, Garfield acabou por se tornar um personagem infantil por conta do merchandisinge do retorno financeiro. O personagem dos filmes, construído em CGI (imagem gerada por computação gráfica), pouco tem a ver com o gato dos quadrinhos.