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Popload Festival 2022

Oito motivos para não deixar de assistir ao evento, que volta após a pandemia e estreia uma nova sede em São Paulo em outubro

Jack White

Texto por Camila Lima e Abonico Smith

Fotos: Divulgação/David James Swanson (Jack White) e Divulgação/Travis Shinn (Pixies)

Este ano o Popload Festival traz duas grandes novidades. Primeiro, uma alteração de data. Habitualmente realizado no dia da proclamação da república (15 de novembro), o evento agora muda o mês do calendário e passa para outro feriado nacional: 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do país). A segunda mudança é a do local: agora os shows se darão no Centro Esportivo Tietê, parue na região central da cidade de São Paulo. O que não muda é sua escalação afiada, que junta grandes nomes do indie (seja o pop, seja o rock) internacional. O line-up de 2022 conta com sete atrações no total: Jack White, Pixies, Cat Power, Years & Years, Chet Faker, a cantora brasileira Jup do Bairro e a banda argentina Perota Chingó. Mais informações sobre ingressos, local e outras particularidades do festival você encontra clicando aqui.

Mondo Bacana manda agora oito (bons) motivos pelos quais você não deve perder, de jeito nenhum, a volta do festival após dois anos em suspensão por causa da pandemia da covid-19.

Line-up de peso

Badalado festival de música indie pop do Brasil, o Popload sempre entrega no que diz respeito ao line-up. Desde sua edição de estreia em 2013, que contou com a apresentação do trio inglês XX, o evento já trouxe nomes como Iggy Pop, Blondie, Patti Smith, MGMT, Raconteurs, Lorde, Belle & Sebastian, Spoon, Wilco, Hot Chip, Libertines, PJ Harvey, Metronomy, Tame Impala e Little Simz, além de grandes artistas nacionais como Céu, Liniker, Boogarins, Rodrigo Amarante, Emicida, CSS e Letrux. Neste ano não poderia ser diferente: os lendários Pixies e o gigante Jack White seguram, ambos, a função de headliner do dia. 

guitar hero Jack White

Após ter marcado a cena do rock no início dos anos 2000 com o White Stripes ao lado da ex-esposa e “falsa irmã” Meg White, o americano se tornou um dos grandes guitarristas da atualidade. Em uma época onde as seis cordas pareciam ter caído em desgraça no rock, sendo preteridas por picapes, computadores e sintetizadores, virando símbolo de um formato sonoro tido com decadente. Entretanto, Jack White sempre teve seus trunfos guardados na manga. A faceta hard rock é apenas uma de suas múltiplas armas, já que sempre investiu em elementos como o blues e o country nos discos gravados como o frontman da dupla.

Jack analógico forever

Após o fim da banda, em 2011, o artista focou sua trajetória musical na carreira solo, agora trocando o vermelho como cor base da estética para o azul. De lá para cá já lançou cinco bons álbuns, sendo dois somente neste ano (Fear Of The Dawn e Entering Heaven Alive), todos através pelo seu próprio selo. Aliás, como o grande chefe da Thrd Man Records, vem proporcionando um grande deleite auditivo e visual para pesquisadores, curiosos e amantes da boa música alternatuva. Apaixonado que é pelo analógico, produz documentários interessantes sobre guitarra e questões técnicas de gravação antigas e um tanto quanto demodé. Lança discos muitos artistas alternativos, obscuros e resgatados do limbo fonográfico. Grava todos os shows que faz em turnê e disponibiliza o áudio oficialmente. E ainda ostenta na sede de sua “corporação” uma voice-o-graph restaurada. Datada de 1947, esta cabine permite que a pessoa entre lá; cante, fale e toque qualquer coisa; e já saia com um compacto em vinil prensado com o resultado sonoro de segundos atrás. Algo eatamente do tipo que fez Sam Phillips, dono da Sun Records, descobrir um desconhecido garoto de nome Elvis Presley em janeiro de 1955. Ah, sim! Jack ainda ativa de vez em quando seus grupos bissextos Dead Wheather (onde toca bateria, para Alison Mosshart, do Kills, assumir os vocais) e Racounteurs (no qual dividie guitarras e vocais e composições com Brendan Benson).

Pixies

Pixies old school

Foram apenas cinco anos (entre 1987 e 1992), mas tempo suficiente para o grupo enfileirar quatro álbuns e um EP poderosos e se transofrmar em um nome dos mais influentes do indie rock norte-americano dos anos 1980. Suas letras um tanto quanto surreais, muitas delas inspiradas por passagens da Bíblia ou da mitologia embaladas por um quê de surf music e arranjos que alternavam calmaria (estrofes) e explosões (refrão) conquistaram muito fãs que acompanharam a solidificação do cirucito alternativo de selos, college radios e shows pequenos ao redor das cidades universitárias. Kurt Cobain gostava tanto que levou ao Nirvana o esquema de estruturação de sequências entre estrofes e refrão na hora de conceber o todo-poderoso álbum Nevermind. O Pixies interrompeu as atividades em 1993, por decisão de seu mentor e vocalista Black Francis, só voltando a subir nos palcos em 2004. De lá para cá, o repertório mágico desta primeira fase compõe a ampla maioria de qualquer set list. Para delírio dos fãs.

Pixies hoje em dia

Muita gente pode dizer a banda nào é a mesma sem o carisma da baixista original Kim Deal (que optou por sair do grupo para cuidar de sua mãe doente). Ledo engano. A atual integrante, a argentina Paz Lenchantin (que já tocou no A Perfect Circe e no Zwan, grupos alternativos alternativos comandados respectivamente pelos vocalistas do Tool e do smashing Pumpkins), é uma excelente multi-instrumentista e possui tanto carisma quanto a antecessora – diferentemente do desleixo cool de Kim, ela é superestilosa nas roupas e ainda se encaixou com perfeição na distribuição de vocais com Francis. Muita gente também pode sair por aí afirmando que os ábuns criados e lancados nesta segnda fase (também são quatro, entre 2014 e 2022) nem de longe batem os outros mais clássicos. O que não é verdade em termos. Tudo bem, não há um Surfer Rosa(1988) ou um Doolittle (1989) aqui, mas muita faixa mais recente honra com dignidade o passado quase perfeito dos Pixis. O mais recente, Doggerel, sairá agora em outubro: pirtanto, o timing perfeito para se conhecer em “quase primeira mão” alguma faixa que venha a pintar no palco do festival.

Cat Power

Chan Marshall já tem trinta longos anos de carreira. Destacou-se no meio indie americano nos anos 1990, já utlizando o pseudônimo de Cat Power e lançando bons discos pelo badalado selo Matador. Depois, diversificou sua sonoridade de guitarra se violões gravando The Greatest (2006) um álbum bastante influenciado pelo soul e contando, na banda de apoio, com renomados músicos da velha guarda de Memphis, Tennessee (cidade da famosa rua boêmia Beale Street, frequentada pela comunidade negra dos arredores). Durante todo este tepo também cristalizou a fama de artista errática em suas performances ao vivo. Tudo depende de como estáo humor e seu estado mental no dia: a apresentação pode variar do sofrível ou regojizo memorável. Quando esteve em uma edição passada do Popload, Chan levou a plateia ao delírio, sentada ao piano. Espera-se bastante que repita a good vibe de sua estreia no evento. 

A volta de Chet Faker

O músico Nick Murphy alcançou a fama em meados de 2011, quando ainda era conhecido pelo pseudônimo Chet Faker. Sua releitura de “No Diggity” conquistou a internet, ao lado de hits como “I’m Into you” e “Love and feeling”. Seu primeiro álbum, Built on Glass, lançado em 2014, contou com uma ótima recepção da crítica.  Em 2016, decidiu abandonar o alterego e passou a assinar seus trabalhos com o próprio nome, mantendo esse projeto até hoje. Seu mais recente lançamento enquanto Nick Murphy é o álbum Take In The Roses, de 2021. Para nossa sorte, no entanto, 2021 também foi o ano no qual o artista decidiu reviver a velha alcunha com a produção de outro álbum, Hotel Surrender. E é como Chet Faker que ele se apresentará no palco do Popload Festival. Então, virá muita coisa boa no repertório.

Years & YearsO vocalista da banda inglesa é uma importante influência dentro da comunidade LGBTQIA+ – e não apenas por ser um ícone pop. Além de músico, performer e ator (estrela da série It’s a Sin, da HBO), Olly Allexander é conhecido por levantar debates para a conscientização acerca de temas como saúde mental, sexo seguro e distúrbios alimentares. Um dos grandes ícones do indie pop dos últimos anos, também é responsável por apresentações empolgantes em cima de um palco.

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