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A Praga

Obra que José Mojica Marins não conseguiu concluir chega agora aos cinemas como homenagem ao legado do mestre do horror nacional

Texto por Frederico Di Lullo

Fotos: Elo Studios/Divulgação

A Praga era uma produção dirigida por José Mojica Marins, o magnânimo Zé do Caixão, que nunca conseguiu concluir a obra. Eis que agora a mesma A Praga (Brasil, 1980/2023 – Elo Studios) ressurge post-mortem. Finalizada e lançada hoje em circuito nacional de cinema.

Até onde se sabe este é único título inédito do mestre do horror brasileiro, falecido há três anos. Além do filme em si, o contém cenas de bastidores e do making of, além de depoimentos exclusivos e imagens da HQ que originou o filme. Sim, a última praga de Mojica está mais viva do que nunca. E documentada.

Narrado por Zé do Caixão, que curiosamente não aparece em cena, o média-metragem conta a história de Juvenal, um jovem que, após provocar uma misteriosa velha senhora, é amaldiçoado e passa a ter uma fome insaciável por carne crua. Enquanto luta para se livrar da praga e procura ajuda médica e espiritual (e também de forças ocultas), ele vai definhando. Tudo é bem limitado materialmente, mas compensa pela cultuada assinatura do diretor, que mistura à veia trash todo um erotismo que explode na tela tal como o sangue das imagens do horror.

Esta peça foi, originalmente, produzida como parte da antologia Além, Muito Além do Além, no final da década de 1960. Entretanto, as imagens de A Praga se perderam no grande incêndio da TV Bandeirantes, o que obrigou Mojica a começar novamente do zero. Ele filmou novamente o curta em 1980, mas infelizmente nunca finalizou. Assim, terminar o filme ficou por conta de Eugênio Puppo e da Heco Produções, que, não só restauraram os negativos em 4k, como remasterizaram a trilha sonora e terminaram a montagem do mesmo.

Tudo isso torna esta “nova” A Praga algo muito necessário,  um must-see para os fãs do gênero e amantes do cinema de horror de nosso querido Zé do Caixão. Sem sombra de dúvida, uma última homenagem ao legado de José Mojica Marins como o maior mestre do terror nacional.

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