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Cry Macho: O Caminho Para Redenção

Novo longa de Clint Eastwood fecha com louvor uma trilogia reavaliadora da persona cinematográfica de seu protagonista e diretor

Texto por Marden Machado (Cinemarden)

Foto: Warner/Divulgação

A história do novo filme de Clint Eastwood, já existe há quase 50 anos. Seu autor, o americano N. Richard Nash, escreveu-a primeiro como roteiro para cinema. No entanto, não conseguiu na época nenhum estúdio interessado em produzi-lo. Ele, então, transformou o roteiro em romance e o publicou em meados de 1975. O livro fez muito sucesso e por duas vezes quase chegou às telas: a primeira em 1991, com Roy Scheider, e a segunda em 2011, com Arnold Schwarzenegger. No final, felizmente, coube ao nonagenário cineasta dirigir e de Cry Macho: O Caminho Para Redenção (Cry Macho, EUA, 2021 – Warner).

Nick Schenk, que já havia escrito para Eastwood os roteiros de Gran Torino e A Mula, cuidou da adaptação e fez os ajustes para que Mike Milo tivesse a idade do ator/diretor. Tudo começa quando Mike, ex-astro de rodeio, é procurado por Howard (Dwight Yoakam), seu antigo patrão, que pede para ele ir até a Cidade do México buscar seu filho Rafa (Eduardo Minett). A partir daí, Cry Macho se transforma em um road movie (filme de estrada) ou, melhor dizendo, em um “filme de parada de estrada”, já que a improvável dupla se refugia por um tempo em um pequeno vilarejo próximo à fronteira do México com os Estados Unidos.

É fantástica e sutil a dinâmica que se estabelece entre eles. Os quase 80 anos que separam os dois revela diálogos inusitados e muito ricos em simbologia e conteúdo. Mike, apesar de sua idade avançada, descobre-se capaz de vislumbrar o futuro com esperança, enquanto Rafa, novo e pouco experiente, amadurece rapidamente. Mesmo apresentando uma narrativa por vezes previsível, é fabuloso como o diretor filma com elegância e precisão. Eastwood tem aqui um dos melhores desempenhos de sua carreira e a química entre ele e Minett é ótima.

Gran TorinoA Mula Cry Macho formam uma trilogia reavaliadora da persona cinematográfica de Clint Eastwood, um artista que aos 91 anos poderia já ter parado mas, felizmente, continua criando obras impactantes, revisionistas e envolventes.

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