Representante do Butão no Oscar 2022 faz uma tocante homenagem aos professores e ao ofício de lecionar

Texto por Marden Machado (Cinemarden)
Foto: Pandora Filmes/Divulgação
Quantos filmes do Butão, pequeno país asiático situado entre a China e a Índia, você já viu? Eu tinha visto apenas um: A Copa, de 1999. Com o lançamento de A Felicidade das Pequenas Coisas (Lunana: A Yak In The Classroom, Butão/China, 2019 – Pandora Filmes), estreia do roteirista e diretor butanês Pawo Choyning Dorji, agora são dois.
A ação tem início em Timbu, capital do país. Lá somos apresentados ao jovem professor Ugyen (Sherab Dorji), que é, digamos assim, pouco empenhado em sua profissão. Ele sonha se mudar para a Austrália e se tornar um cantor. Mas seus superiores decidem puni-lo, enviando-o para lecionar na mais remota escola do mundo, que fica na pequena vila de Lunana, a quase cinco mil metros de altura e onde moram apenas 56 pessoas. Não era aquele destino que Ugyen esperava encontrar em seu futuro. Porém, a vida costuma nos pregar peças inesperadas.
A Felicidade das Pequenas Coisas é, antes de tudo, uma bela e singela homenagem ao ofício de lecionar e, óbvio, ao importante trabalho de um professor. Com um elenco predominantemente composto por moradores da região sem experiência alguma de atuação, o filme passa uma verdade tão palpável que parece até um documentário. A câmera de Dorji é, na maioria das vezes, contemplativa. Jamais intrusiva. Além disso, temos a beleza natural das locações e a espontaneidade das crianças em cena. Tudo isso engrandece essa tocante obra e nos faz refletir sobre aquilo que realmente importa.
Em tempo: A Felicidade das Pequenas Coisas representa o Butão entre os cinco finalistas da disputa do Oscar 2022 na categoria de melhor filme internacional (que reúne aqueles que não são falados em língua inglesa).