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Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo

Lily James, Amanda Seyfried e Cher brilham em longa que mostra que às vezes tudo o que a gente precisa na vida é cantar uma musiquinha do Abba

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Texto por Flávio St Jayme (Pausa Dramática)

Foto: Universal Pictures/Divulgação

Quem nunca se pegou cantarolando uma musiquinha no meio do dia? Enquanto está arrumando a cama, lavando a louça ou colhendo algumas laranjas (???), você de repente entoa versos de uma canção preferida. Não importa se você desafina ou não. Ou se é cantor profissional ou não.

Em muitos momentos de Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo (Mamma Mia! Here We Go Again, EUA/Reino Unido, 2018 – Universal Pictures) é essa a sensação que nós temos. Com uma direção de arte muito melhor que a da nossa vida particular, é claro, mas ao ouvir gente como Dominic Cooper, Colin Firth, Pierce Brosnan ou Hugh Skinner estufando o peito para cantar seus versos, nos sentimos um pouquinho como eles: cheios de boa vontade e passando longe da afinação.

Isso incomoda? De forma alguma! Pelo contrário, é muito do que faz Mamma Mia! ser uma delícia de filme desde dez anos atrás. Não ter cantores profissionais cantando músicas conhecidas é como juntar os amigos numa mesa de bar e começar a cantar. Claro, novamente, com muito mais glamour (você pode substituir “mesa de bar” por “ilha paradisíaca na Grécia”, por exemplo).

Se boa parte das canções mais conhecidas do Abba já estavam no primeiro filme, sobrou pouco delas para este segundo. Mas dez anos depois, se muitas das músicas são menos populares, o brilho e a leveza de Lilly James e Amanda Seyfried iluminam a tela e fazem tudo ficar bem. Ambas possuem um ar quase sobrenatural de luz e, principalmente James, que até hoje não havia se destacado no cinema, está nada menos que resplandecente como a jovem Donna (papel que era de Meryl Streep no filme anterior). A atriz consegue até mesmo eclipsar o pouco talento e carisma de seus três pares românticos.

Se para alguns o musical é um gênero brega no cinema, o novo Mamma Mia! deixa bem claro sua resposta: faz questão de ser brega, de ser doce até arrepiar e, por mais que paire sobre todo o filme uma aura de tristeza (fundamentada por um certo fato do roteiro), ele faz questão de celebrar o amor em verso e prosa. E coreografia.

O longa vai e volta no tempo para a contar a história da jovem Donna, que termina a faculdade na Inglaterra e parte para conhecer o mundo. Passa por Paris e termina na Grécia, onde é “adotada” por uma família local e passa a viver logo depois de descobrir que está grávida. No tempo presente, temos Amanda Seyfried, filha de Donna, às voltas com a reinauguração do hotel que ela e a mãe idealizaram nesta mesma ilha grega.

Como a cereja do bolo, há a participação de ninguém menos que Cher. Já não é segredo para o público que a diva-mãe interpreta a avó de Amanda Seyfried no filme. O que ninguém sabe é que Cher protagoniza um dos melhores momentos, involuntariamente cômico e coroando a breguice que toma conta da tela (e de nós) desde os primeiros acordes.

Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo é definitivamente um dos melhores filmes do ano, alegre, colorido, plasticamente deslumbrante (graças às suas paisagens), de cantar junto e até mesmo derramar algumas lágrimas. Dez anos atrás, quando o primeiro longa estreou, a jornalista Isabela Boscov escreveu em sua crítica na revista Veja: “Desligue o cérebro e vá ao cinema”. Com tanta coisa menos divertida na telona atualmente, com sua avalanche de reboots e remakes, às vezes tudo o que a gente precisa é de um mar azul, uma música do Abba e um romance açucarado em que a gente possa desligar o cérebro, cantar junto e mergulhar sem medo.

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