Music

Lanny Gordin

Ícone universal da guitarra brasileira ficou famoso por sua participação em discos fundamentais de tropicalistas

Texto por Carlos Eduardo Lima (Célula Pop)

Foto: Divulgação

Lanny Gordin foi chamado de “Brazil’s own Hendrix” emuma matéria do site americano Pitchfork, na qual eram comentados vinte discos fundamentais da Tropicália. Uma olhada para esta produção mostra que o sujeito esteve em vários trabalhos fundamentais do estilo, lançados por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jards Macalé, Gal Costa. E até em obras que não eram exatamente tropicalistas, como, por exemplo, o álbum de estreia do grupo Brazilian Octopus (liderado por Hermeto Pascoal), em 1968, e o nosso álbum preferido de Erasmo Carlos, Sonhos e Memórias 1942-1971.

Lanny nasceu Alexander Gordin, em 28 de novembro de filho de pai russo e mãe polonesa, na cidade de Xangai, na China. Viveu alguns anos em Israel. O início de sua carreira como músico de estúdio, logo após participar do Brazilian Octopus, foi em obras de cantores da Jovem Guarda, caso de Eduardo Araújo em Nem Sim, Nem Não. A partir daí, ele ingressou na turma tropicalista com força, participando, em sequência, de obras como Gal Costa(1969), Gal (1969), LeGal (1970) e Fatal – A Todo Vapor (1971), com Gal Costa; Build Up (1970), com Rita Lee;Caetano Veloso (também conhecido como Álbum Branco, 1969) e Araçá Azul (1973), de Caetano Veloso (1969); Gilberto Gil (1969) e Expresso 2222 (1972), de Gilberto Gil. Lanny também esteve no primeiro disco de Jards Macalé (1972); na música “Chocolate”, de Tim Maia, e em “Kabaluêre” de Antonio Carlos & Jocafi. Ainda acompanhou ao vivo artistas como Elis Regina, Tom Zé e Jair Rodrigues.

Lanny tinha problemas de saúde que o sentenciaram ao ostracismo. Tinha esquizofrenia e questões com o uso de drogas, mas, mesmo assim, participou de algumas gravações ao longo dos anos 1990 (como em Aos Vivos, álbum de Chico César) e foi por conta da presença de Luis Calanca, dono da loja paulistana Baratos Afins, que ele voltou a gravar, lançando um disco solo em 2001. Seis anos depois, lançou “Duos”, com participação de vários artistas, entre eles Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom Zé e ainda artistas mais jovens, como Zeca Baleiro, Fernanda Takai, Vanessa da Mata, Adriana Calcanhoto, Max de Castro e Rodrigo Amarante.

Foi um ícone universal da guitarra brasileira. Morreu no mesmo dia em que comemoraria 72 anos de idade, em consequência de uma pneumonia.

Deixe um comentário