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A Freira

História de entidade maligna que aparece em Invocação do Mal 2 é contada em novo filme da franquia de James Wan

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Texto por Abonico Smith

Foto: Warner/Divulgação

Não é de hoje que o exorcismo é um prato cheio para os filmes de terror. O ritual executado por uma pessoa devidamente autorizada para expulsar espíritos malignos que tomaram posse do corpo de outra pessoa é algo recorrente no gênero cinematográfico. O filme mais lembrado até hoje, de 1973, chamado O Exorcista, abriu as portas da popularidade para um filão até então considerado menor. Nada mais natural, então, que a temática voltasse a ser abordada neste que está sendo considerado um novo levante de criatividade e bilheterias das tramas que fazem o espectador sentir medo, se agarrar nas poltronas do cinema (ou mesmo no braço de quem está ao lado) e dar gritos de susto de forma indiscriminada.

O produtor, roteirista e diretor australiano James Wan é quem faz a aposta da vez. Famoso pelos dois filmes A Invocação do Mal, responsáveis pelo início de uma nova época áurea do terror nesta década, ele agora apresenta A Freira (The Nun, EUA/Austrália, 2018), filme que estreia neste fim de semana nos cinemas de praticamente todo o planeta. Para que já viu o segundo A Invocação do Mal, ficou a deixa: era justamente uma misteriosa freira uma das formas manifestadas pelo demônio Valak. Foi justamente o pouco que precisava para aguçar a curiosidade do público para este spin-off.

Deixando agora a direção a cargo do inglês Corin Hardy, mais famoso por dirigir videoclipes de artistas do primeiro escalão do rock britânico (Prodigy, Horrors, Paolo Nutini, Biffy Clyro), Wan volta ao ano de 1952 para contar a história do que seria a tal freira misteriosa. Ele aponta como o local onde tudo teria começado uma remota abadia localizada em uma zona rural na Romênia. Ali o demônio teria se manifestado pela primeira vez, fazendo como vítimas religiosas que habitavam o local. Para desvendar o mistério que culmina com a trágica morte de algumas delas, o Vaticano convoca um padre experiente na arte de exorcizar os outros. Para acompanhar Father Burke (Demián Bichir), ninguém melhordo que uma casta noviça, prestes a fazer seus votos religiosos. Sister Irene (Taissa Farmiga – irmã mais nova de Vera Farmiga, a protagonista Lorraine de Invocação do Mal 2) pouco entende ainda do mundo religioso, quanto mais de uma missão tão importante como esta. Mas parece ser a pessoa mais indicada para ajudar Burke nesta missão.

Explorando belas imagens – realizadas tanto na natureza quanto na secular construção gótica um tanto quanto abandonada por causa de sua maldição), as imagens de Hardy e a história de Wan vão decifrando as ligações da entidade maligna com o lugar e como ela teria se infiltrado ali para, posteriormente, ganhar o mundo exterior. Como (quase) todo filme de terror de hoje em dia, os efeitos dão o tom nos momentos de maior tensão. Entretanto, as histórias paralelas de Burke, Irene e Frenchie (o morador do vilarejo local que os conduz até a abadia) são o melhor do filme. As transformações e as atitudes de coragem e ousadia que vão poissibiltando a eles (e aos espectadores) novas descobertas.

A Freira não reinventa a roda e muito menos se propõe a trazer novas revoluções para o gênero cinematográfico. Entretanto, rende bons momentos e cumpre bem o papel de entreter sem deixar de entregar alguma qualidade durante a hora e meia de filme.

Music, Videos

Clipe: Magic Gang – Alright

Artista: Magic Gang

Música: Alright

Álbum: The Magic Gang (2018)

A primeira coisa que você deve saber é sobre a banda Este quarteto que se conheceu na cidade de Hampshire mas que depois mudou-se Brighton está sendo celebrado como uma das boas revelações do rock britânico. Depois de lançar seu primeiro single no final de 2015, só agora eles ve com seu álbum de estreia Neste meio-tempo já fizeram muitos shows, tocaram em grandes festivais, assinaram com o selo tocado por um ex-integrante do grupo Maccabees, fizeram dois EPs por la e agora chegam a uma gravadora de grande porte. Os quatro músicos se conhecem desde a adolescência e têm entre 22 e 24 anos. Suas maiores influências são canções pop tradicionais das décadas de 1950 e 1960, em especial aquelas dos Beatles e Beach Boys que apresentam elaboradas harmonias vocais para uma banda de rock. Já o som, aliando estas influências a arranjos básicos com duas guitarras, baio e bateria e mais refrãos mais explosivos e barulhentos no tocante às distorções, remetem diretamente à melhor fase do Weezer – isto é seus primeiros dois álbuns, quando Rivers Cuomo ainda era um jovem nerd à procura de espaço ao sol no rock alternativo americano. Agora vamos falar sobre este videoclipe, que, por sinal, remete também aos primórdios do Weezer. A banda fica de coadjuvante, aparecendo tocando discreta e separadamente ao fundo de tudo, dentro da casa. A história é a seguinte. Rapaz leva namorada para conhecer seus pais. Raramente todos os quatro aparecem juntos e quase todas as cenas são a partir do ponto de vista de um deles. Se isso já é de enlouquecer o espectador, repare também nas atitudes freaks de cada um, que acaba detonando caras e bocas de espanto e surpresa do casal mais novo. Quer mais bizarrice? O clipe inteiro traz diversos erros de continuidade, um mais grotesco que o outro. Tudo proposital, por sinal. Tão proposital que após a historieta a banda lista cada um destes easter eggs e sua respectiva minutagem, só para fazer você assistir ao clipe mais e mais vezes, prestando mais atenção em tudo. Ah, sim! Fazendo isso, o power pop grudento do Magic Gang fica devidamente instalado na sua cabeça. O resultado é que você não sente mais falta de um disco decente e criativo do Weezer. Agora dá para ficar ouvindo sem parar esta “gangue mágica”.

Texto por Abonico R. Smith