O conglomerado Wu-Tang Clan já era para ter pisado em terras brasileiras em terra brasilis em abril de 2020. A pandemia da Covid-19 decretada um mês antes, entretanto, quase pôs fim ao sonho de ver esta instituição do hip-hop in loco. Eis que quase mil dias após a data prevista, naquele domingo 2 de abril era enorme a expectativa dos fãs nos arredores do Espaço Unimed, em São Paulo. Desde cedo, aficionados pelo coletivo já desfilavam camisetas, bonés e aparatos a granel com o gigantesco “W” característico do grupo. Apesar das anunciadas ausências dos fundadores GZA e Method Man, era enorme a expectativa por uma apresentação única (e, por que não dizer, a última) por aqui. Bem “hoje ou nada”.
Antes da apresentação principal, o Planet Hemp deu as caras. Com 30 anos de carreira nas costas, o coletivo carioca capitaneado por Marcelo D2 e BNegão provou porque ainda é relevante no cenário do hip hopnacional após três décadas. Apesar de haver um recente álbum lançado (Jardineiros, 2022), a performance foi carregada de emoção e nostalgia. Teve homenagens ao fundador Skunk (morto em 1994), eixbição de trechos de entrevistas concedidas no início da carreira do grupo e revisitação dos primeiros álbuns, (Usuário e Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Para).
Citações do punk brasileiro (“Pela Paz Em Todo Mundo”, do Cólera) e inéditas como “Puxa Fumo” também deram o tom. O fator negativo ficou por conta da onipresente baixa iluminação do palco. Proposital ou não, isso incomodou. Sorte que o coeso repertório salvou a pátria. Até que o hino “Mantenha o Respeito”, com andamento alterado, decretou números finais à apresentação que em nenhum momento comprometeu e provou ser mais que adequada como passagem para a grande atração da noite.
Marcelo D2 (Planet Hemp)
Com trinta anos de carreira, o Wu Tang-Clan surgiu na cidade de Staten Island, NY, para mudar a cara do hip hop. Sempre com o método de trabalho colaborativo, explodiu já em sua estreia, em novembro de 1993, com o seminal álbum Enter The Wu-Tang (36 Chambers).
Na semana do show, um temor generalizado abateu-se nas redes sociais com o anúncio das ausências dos fundadores Method Man e GZA. Porém, os remanescentes Ghostface Killah, Masta Killa, RZA, Inspectah Deck, Cappadonna, U-God e o DJ Mathematics sabiam exatamente o que fazer. E assim o fizeram em Sampa. Eram pouco mais de 20h30 quando os primeiros acordes de “Killa News On The Swarm/Clan In Da Front” transformaram o Espaço Unimed num antro de celebração nas cores amarelo e preto. Com status de religião, o coletivo tinha a plateia sob seu comando e em nenhum momento deixou-a dispersar.
“Da Mystery Of Chessbown” sustentou o ar de celebração à cultura hip hop, tendo a guitarra pesada de “One Blood Under W” como sequência. Porém, nada comparado ao PANDEMÔNIO instalado no salão com o universal hino “C.R.E.A.M.”. o efeito que esta faixa ainda provoca em audiências mundo afora após três décadas é algo a ser estudado! Marca registrada do rap que seria reconhecida até dentro de uma cápsula do tempo enviada à Lua.
Após de breve intervalo, RZA surgiu com uma garrafa de champanhe aberta nas mãos “para abrir nossos caminhos”, comandando a introdução de “Reunited”, conhecida por onze em cada dez fãs do grupo. Uma atmosfera de comoção tomou conta do local, já transformado em enorme pista de dança. Tudo ficou ainda mais acentuado com a homenagem ao eterno integrante OI’ Dirty Bastard, morto em 2004.
Depois de noventa minutos, um fato inusitado: o som da casa foi cortado bem no meio da execução de “Protect Ya Neck”, provavelmente por estouro do horário-limite. Foi a ducha de água fria para uma plateia que ficaria entregue aos seus comandantes até às cinco da manhã do dia seguinte, necessário fosse.
No fim, entretanto, a certeza de que trinta anos de história ali à frente valeu a pena. O Wu-Tang Clan não é somente uma banda, um grupo ou um coletivo. É muito mais que isso: é uma ideia.
Set list Wu-Tang Clan: “Killa Bees On The Swarm”/”Clan In Da Front”, “Bring Da Ruckus”, “Da Mystery Of CHessboxin’”, “One Blood Under W”, “Shame On A Nigga”, “Wu-Tang Clan Ain’t Nuthing Ta F* Wit”, “Can It Be All So Simple”, “Clan In Da Front”, “Uzi (Pinky Ring)”, “C.R.E.A.M”, “Method Man”, “Run”, “For Heavens Sake”, “Tearz”, “Shimmy Shimmy Ya”, “Got Your Money”, “Ice Cream”, “Gravel Pit”, “Triumph”, “Reunited”, “4th Chamber”, “Smells Like Teen Spirit” e “Protect Ya Neck”.
Set list Planet Hemp: “Distopia”, Marcelo Yuka, “Taca Fogo”, “Puxa Fumo”, “Dig Dig Dig (Hempa)”, “Jardineiro”, “Amnésia”, “100% Hardcore”, “Hip Hop Rio”, “Zerovinteum”, “O Ritmo e a Raiva”, “Legalize Já”, “Deisdazseis”, “Onda Forte”, “Cadê o Isqueiro?”/”Quem Tem Seda?”, “Contexto”, “A Culpa é de Quem?” e “Mantenha o Respeito”.
Oito perguntas sobre o presente e o futuro da banda mineira que se despede do público neste domingo após 32 anos de carreira
Samuel, Lelo, Henrique e Haroldo (da esq. à dir.)
Texto e entrevista por Abonico Smith
Foto: Divulgação
Resta um. Apenas unzinho. Domingo próximo será o último dia. Às 19h do dia 26 de março de 2023, Samuel Rosa (guitarra, violão e vocais), Henrique Portugal (teclados, violão e vocais), Lelo Zaneti (baixo e vocais) e Haroldo Ferreti (bateria) sobem pela última vez ao palco juntos. Será o derradeiro show do Skank, após uma carreira contínua e muito bem-sucedida (tanto criativa quanto comercialmente) de 32 anos. Depois deste show, quem não viu in loco não terá mais tal chance. Daí só recorrendo a gravações em áudio e vídeo.
O local escolhido para o gran finale não poderia ser mais especial: o Mineirão, a maior arena a céu aberto de Belo Horizonte, a cidade que deu a banda ao mundo. O mesmo local que, no final do ano passado, assistiu lotado à emocionante retirada dos palcos de Milton Nascimento, outro ícone da música mineira. No caso do Skank, entretanto, há uma conexão a mais com o mundo do futebol. Além do grupo ser dividido meio e meio entre torcedores fanáticos dos dois maiores times de lá (Samuel e Henrique são Cruzeiro; Lelo e Haroldo, Atlético Mineiro), os integrantes passaram os primeiros anos da carreira vestindo camisas de muitos clubes nacionais em concertos, videoclipes e programas de televisão. Outra curiosidade: a primeira apresentação ao vivo do quarteto, em 5 de junho de 1991, contou com apenas 37 “testemunhas” comprando ingresso. Tudo devido ao fato de São Paulo e Bragantino estarem decidindo o Brasileirão naquela mesma noite.
O show deste domingo no Mineirão colocará um ponto final na extensa turnê de despedida que já passou por diversas capitais e grandes cidades do país no último par de anos. Na verdade, o adeus estava programado para casar com a comemoração de trinta anos de existência da banda, em 2021. Contudo, a pandemia da covid-19 e a paralisação de quase dois anos na produção e realização de eventos culturais acabou provocando o adiamento da tour para os dois anos seguintes.
O Mondo Bacana – que teve a sorte de acompanhar de perto a trajetória que rendeu treze discos (nove gravados em estúdio e mais quatro ao vivo) e seis DVDs – entrevistou o grupo nesta reta final. Henrique – que, assim como Samuel, participava do embrião que formou o Skank, um quarteto chamado Pouso Alto – respondeu a oito perguntas que pontuam não o passado, mas o presente e o futuro do Skank e seus membros. Afinal, é hora de se festejar um ciclo que termina e o próximo que estará se abrindo a cada um deles.
Março de 2023 foi o último mês de shows do Skank, depois de 32 anos de estrada. A cada dia que passa mais perto fica o fim. Como estão os corações e mentes dos quatro integrantes nestes dias derradeiros? Como está sendo encarar um encerramento de um ciclo tão grande?
Os shows têm sido uma verdadeira celebração. Estamos focados em nos divertir com nossos fãs e não sentimos essa melancolia de fim de um ciclo, porque foram anos muito gratificantes para nós quatro. Estamos vivendo as emoções, pedidos de música, particularidades de cada cidade. Temos a sensação de dever cumprido, por seguirmos juntos por tanto tempo e somos orgulhosos do legado que deixamos para os nossos fãs.
Muito se brinca que no Brasil as bandas de rock não costumam acabar oficialmente. Algumas dão um tempo, aproveitando para se reunir esporadicamente em turnês especiais pelo Brasil, outras se arrastam por um período, sendo postas em segundo plano diante de carreiras e projetos solo de seus integrantes. A pergunta que não quer calar: será mesmo o fim oficial do Skank ou, graças à amizade entre vocês, a porta estará ainda aberta para uma possível reunião no futuro?
Nós decidimos parar agora para que cada um possa ter tempo para se dedicar a projetos pessoais que a agenda intensa do Skank impedia. Mas a nossa música continua por todos os lados e de fácil acesso. O Skank sempre vai existir, independente de nós estarmos juntos tocando o Brasil. Enquanto todos ouvirem nossas músicas, estamos existindo.
Haverá algum produto especial extraído desta turnê de despedida? Algum filme, documentário, disco ao vivo?
Estamos registrando todos os shows e no Mineirão será feita uma bela produção para o encerramento deste ciclo. O que faremos com estas imagens só será decidido depois da turnê.
Cada um de vocês quatro já definiu o que fará da vida após o fim do Skank? Vão continuar atuando no território da música? Alguma coisa já pode ser adiantada sobre a nova fase pós-Skank? No caso do Samuel, há alguma chance de rolar uma turnê a dois violões com o parceiro de composição Nando Reis (que acabou de fazer algo assim com a Pitty)?
Estamos focados ainda na turnê e nos organizado e programando nossos trabalhos solos. Alguns de nós já tem coisas paralelas à banda e vamos seguir trabalhando com outros amigos, com outros projetos. A gente entende que agora é o momento de cada um devolver para a música tudo o que ela nos deu durante todos esses anos.
Depois do sucesso e desfile de hits dos primeiros discos da banda, o Skank tomou uma decisão interessante: usar o dinheiro da gravadora que seria para gravar em bons estúdios na construção e realização de um estúdio próprio da banda. Se não me engano, ficava no terreno da casa do Haroldo. Este estúdio ainda existe e é utilizado? Agora, com a separação, será usado também para novos trabalhos e gravações musicais dos quatro integrantes?
Esse estúdio que você está se referindo era o Maquina. Na verdade os donos eram eu, Haroldo e o Lelo. Mas já o vendemos há algum tempo. A vida intensa na estrada com o Skank impossibilitava a gestão dele. O Haroldo, viciado em estúdio, já montou outro só pra ele. Inclusive o Skank tem ensaiado neste local.
Nos dias de hoje, a música parece ter perdido a condição de finalidade e se transformado em apenas um meio. Tanto que festivais não vendem mais música há tempos, vendem experiências. Os mais jovens estão perdendo o costume de sair à noite para se comungar com outras pessoas desconhecidas ou conhecidas e ver uma banda tocar ao vivo em pequenos espaços. Nas plataformas digitais, a frieza do algoritmo substitui o aconchego do amigo ou irmão mais velho para apresentar aquilo que você ainda não conhece e deveria ouvir… Como é fazer música em tempos de streaming, quando um rápido clique no botão pode alterar e encurtar o tempo de audição de uma faixa, até em questão de segundos, e velocidade voraz para uma não tão paciente assim GenZ?
Depois de passar por tantas mudanças, continuo acreditando que o mais importante é que a música seja boa. As mudanças tecnológicas acabaram mudando a forma como as pessoas escutam música. É uma geração que tem pressa para assimilar informação e quando algo não agrada eles mudam para o próximo. Isso mudou também o jeito de compor e produzir canções.
Como o Skank vê o espaço para o segmento pop/rock dentro da música nacional de hoje? Pergunto isso o domínio arrasador do sertanejo que se refletiu por cerca da última década e meia parece estar se diluindo e sendo combatido, no gosto da GenZ, pela presença do funk e do pop mais dançante e com grooves (Anitta, Pabllo Vittar, Gloria Groove, Ludmilla). De alguma forma isso anima vocês para um futuro mais próximo de quando as gerações 1980 e 1990 do rock vieram com tudo no mercado fonográfico nacional? O rock já teve um papel importante na sociedade que era questionar os valores sociais. Hoje em dia, este papel é do hip hop. O Brasil nunca foi um país forte no rock. Temos e tivemos alguns expoentes, mas sempre enxerguei um movimento pop/rock forte e poucas bandas de rock puro. Somos um país de misturas culturais, com uma grande força na parte rítmica.
Vocês são herdeiros e discípulos diretos do Clube da Esquina, grupo/disco que recentemente ganhou o primeiro lugar em uma votação de especialistas e imprensa (da qual eu tenho orgulho de ter participado, aliás) dos melhores álbuns de todos os tempos da música brasileira. Como avaliam este resultado? O tempo é mesmo o melhor curador para que se perceba a qualidade de uma obra musical? Ainda mais em tempos de música digital, que parece ter deixado igual a força de qualquer obra gravada em qualquer tempo e em qualquer geração…
A digitalização da música mudou a relação das pessoas com os artistas. Hoje em dia, as pessoas conhecem mais as canções do que dos artistas que as interpretam. Em compensação, acabou com a temporalidade das canções. Não existe mais o velho e o novo, todos estão iguais. Isto foi ótimo. A nossa relação com o Clube da Esquina é natural, ainda mais no meu caso pois fui criado no bairro de Santa Tereza aqui em BH. Este é um álbum histórico para a música brasileira. Escutei do ator Matheus Nachtergaele que o mineiro se mistura pouco com outros artistas, só que é muito profundo na maioria das coisas que faz. Pra mim este álbum é isto. Profundo e intenso.
Fotos por Rock On Board (Vinicius Pereira: Slipknot; Rom Jom: Judas Priest, Mt Bungle, Bring Me The Horizon e Sepultura)
No último dia 18 de dezembro foi realizada a primeira edição do Knotfest Brasil, em São Paulo. O festival, idealizado pelo Slipknot, reuniu naquele domingo doze bandas em dois palcos e teve todos os seus ingressos esgotados. Cerca de 45 mil pessoas estiveram no local para acompanhar bons shows, incluindo medalhões e bandas da nova geração.
Mesmo gerando algumas críticas por parte do público, os palcos localizados em cada extremo do Anhembi até que funcionaram bem na questão de mobilidade entre os shows. Com as atrações alternadas entre o KnotStage e o Carnival Stage, os fãs precisavam se deslocar de um lado ao outro do sambódromo assim que terminava uma apresentação, para poder assistir à seguinte. O deslocamento durante o evento até que aconteceu de forma bem tranquila, com exceção do período da tarde, onde uma enorme quantidade de pessoas aglomerou-se em frente a um telão instalado no meio do Anhembi, para assistir à final da Copa do Mundo, entre França e Argentina.
Outro fator que vale registro é que embora o Knotfest tenha suas ativações para experiências como qualquer outro grande festival, como por exemplo, o Slipknot Museum e estúdios de tatuagem, ele se diferencia por seguir um modelo mais old school, no qual os shows são o maior atrativo – algo que caracteriza bastante o público amante do metal, que vai aos festivais principalmente para assistir às bandas.
Não é sempre que temos um festival, onde podemos dizer que praticamente todos os shows foram realmente bons ou interessantes. O destaque, é claro, ficou para os donos da festa (Slipknot), que fecharam o festival de forma sublime, mostrando o porquê é hoje um dos melhores grupos de rock para se assistir ao vivo. A banda contou com um som de alto nível, além de toda a estrutura cênica, com labaredas, fogos de artifício e telão de qualidade. Levaram os fãs ao delírio por uma hora e meia de um repertório praticamente de grandes sucessos e um Corey Taylor – que já pode ser considerado um dos maiores frontmen da História – inspirado. Essa foi certamente uma das melhores passagens da banda pelo Brasil, perdendo apenas (na opinião deste jornalista) para a antológica apresentação do Rock in Rio em 2011.
Judas Priest
Em um line up bem diversificado, tivemos também um grande show do Judas Priest, que comemora 50 anos de carreira. Surpreendeu pela ótima forma de Rob Halford, que veio com seus agudos preservados, mesmo aos 71 anos de idade. O set list também foi de respeito, já que a banda priorizou o preferido da casa, Screaming For Vengeance, que completou 40 anos em junho. Ao todo, foram cinco canções do álbum de 1982.
Outro show que deu o que falar e reuniu um grande público interessado foi o tributo ao Pantera, que contou apenas com apenas Phil Anselmo da formação original, já que o baixista Rex Brown cancelou sua participação por ter contraído covid-19. Com Zakk Wylde (Ozzy Osbourne/Black Label Society) e Charlie Benante (Anthrax), foram prestadas homenagens aos dois integrantes e irmãos fundadores, os falecidos Vinnie Paul e Dimebag Darrell. Num repertório baseado nos dois álbuns mais bem sucedidos do finado grupo (Vulgar Display Of Power e Far Beyond Driven), o tributo agradou a grande maioria dos presentes.
Mr Bungle
Contando com menos apelo e interessados, outros nomes também saíram do festival com novos fãs. O Mr Bungle, banda liderada por Mike Patton (mais conhecido pelo trabalho com o Faith No More) se apresentou com sua nova formação, que traz dois ícones do thrash metal: o baterista Dave Lombardo (ex-Slayer) e o guitarrista Scott Ian (Anthrax). Num repertório baseado em sua primeira demo, relançada em 2020, o Bungle fez uma ode ao thrash, com canções longas e riffs matadores. Abusando do português, Patton homenageou a campeã Argentina, xingou o já ex-presidente Bolsonaro e convidou no palco Andreas Kisser e Derrick Green do Sepultura para uma versão de “Territory”.
Outra banda que estreou no Brasil foi o Vended, que tem dois filhos de integrantes do Slipknot. O vocalista Griffin Taylor, filho de Corey Taylor, e o baterista Simon Crahan, filho de Shawn “Clown” Crahan. O som do grupo pode ser considerado um subproduto do Slipknot, com foco na fase mais embrionária, onde o nu metal ainda é referência – basta ouvir o último single deles, “Overall”. Com o rosto pintado, Griffin comandou o show com muita energia e boa performance. A banda, formada apenas em 2018, ainda não possui um full álbum e apresentou músicas de seus EPs lançados nos últimos anos.
Bring Me The Horizon
Dos nomes que já passaram por aqui, o Bring Me The Horizon vai mostrando um crescimento de sua legião de fãs no Brasil. O grupo carregou um bom público para o palco principal (Knotstage) e fez a galera cantar alguns de seus sucessos. Assim como aconteceu no Rio de Janeiro, o grupo também foi um dos primeiros a utilizar bem os telões, com imagens e efeitos visuais criados especificamente para as canções. Ainda rolou um pedido do público para “Sleepwalking”.
Primeira banda gringa a tocar neste Knotfest, o Trivium se apresentou debaixo de um sol escaldante. O destaque ficou para o carismático Matt Heafy, que além de usar uma blusa do Brasil falou o tempo inteiro com o público. A banda não priorizou nenhum álbum específico. Eles resolveram fazer um apanhado de toda carreira e funcionou bem no festival. A verdade é que o grupo agradou sem precisar fazer muito esforço.
Dos nacionais, o Sepultura fez um show já bastante conhecido por aqui. No entanto, eles aproveitaram as atrações do Knotfest para incluir convidados em sua performance. Scott Ian apareceu no palco em “Cut Throat”. Matt Heafy foi outro que colaborou tocando “Slave New World”. Phil Anselmo emprestou sua voz ao clássico “Arise”. No final, os hits “Ratamahatta” e “Roots Bloody Roots” encerram o set com nível elevado.
Sepultura
Aquecendo o público no início do festival, tivemos três boas apresentações nacionais. Não existiria melhor nome para iniciar o festival de uma forma tão intensa quanto o Black Pantera. A banda já parece veterana em cima do palco, mostrando cada vez mais à vontade em festivais dessa envergadura. Além de carregar um repertório de letras contundentes, o grupo não deixa de se posicionar contra todo tipo de preconceito. Tanto que não foram poucas vezes que o vocalista Charles Gama mandou seu recado (“White Power é o caralho!”), referindo-se ao tema polêmico envolvendo Phil Anselmo, que se apresentara mais tarde.
Já o Project 46 promoveu uma ode às rodas de pogo numa apresentação impecável para um festival de metal. Agitando sem parar, o vocalista Caio MacBeserra usou e abusou – no bom sentido – dos berros e dos agudos, mostrando o porquê de ser um dos melhores cantores do gênero no cenário nacional. O público, já bem numeroso, respondeu ao show do grupo de maneira catártica, com mosh, palmas e energia lá em cima. A banda saiu de palco consagrada pela galera.
Em show dividido em primeiro e segundo tempo, Jimmy & Rats e Oitão agitaram o público que chegava aos poucos no Anhembi. As bandas abriram o palco Carnival Stage e não deixaram a intensidade baixar. Destaque para o bom repertório de Jimmy & Rats que basearam o show em seu ótimo album, Só Há Um Caminho a Seguir, comprovando a efetividade da fórmula musical entre fãs de metal em geral.
Em Curitiba, canadense mostra na voz toda a gratidão por ter superado as adversidades enfrentadas pela família desde um pouco antes da pandemia
Texto e foto: Janaina Monteiro
Existe uma fórmula simples para constatar o caminho da nossa evolução: traçar paralelos. Feche os olhos e assista à sua vida em retrospectiva. Eu, por exemplo, era tímida, com baixa autoestima e, ingênua, acreditava em príncipe encantado. Ou seja, bem diferente da minha versão atual.
Portanto, se o tempo serve pra alguma coisa – além de nos botar rugas na cara – é nos permitir comparar o passado e o presente, sobretudo em relação ao modo como enfrentamos as adversidades, os furacões, os tsunamis da vida. Porque num piscar de olhos, o chão pode ruir. O cantor e compositor canadense, Michael Bublé, que esteve no Brasil recentemente com a turnê denominada An Evening With…, sabe muito bem como lidar com esse cenário apocalíptico e cair na fenda provocada por um terremoto.
A vida de Bublé virou de cabeça para baixo antes mesmo da pandemia. Em 2016, seu primogênito Noah foi diagnosticado com câncer no fígado aos 3 anos de idade. Para ele, esta notícia significou muito mais que um soco no estômago. Abalou o contagiante bom humor e por pouco custou sua carreira. Tanto é que o artista prometeu a si mesmo que só retornaria aos palcos quando o menino se curasse.
Depois dessa rasteira, ele afirmou que a pandemia foi capaz de unir ainda mais sua grande e linda família (hoje Michael tem quatro filhos com a atriz argentina Luisana Lopilato). Por isso, quem sobe ao palco hoje com a turnê baseada no álbum mais recente, Higher, não é mais aquele rapaz boa-pinta, capaz de arrancar suspiros de multigerações. Quem sobe ao palco não é um crooner, aquele sucessor dos clássicos natalinos eternizados por Frank Sinatra. É, nitidamente, um artista que evoluiu. E nenhuma canção seria mais apropriada para iniciar a apresentação em Curitiba, realizada em 8 de novembro último na Arena do Athlético Paranaense, do que “Feeling Good”. Bublé não só demonstra sentir-se bem consigo mesmo e com seus fãs cada vez mais apaixonados – muitos deles de longa data, aliás – como mostra encarar a vida de outro jeito.
A confiança e a gratidão transbordam da sua voz e da sua performance, acompanhada de uma animada orquestra (formada boa parte por jovens e músicos locais). Bublé entretém, dança, “se joga” na plateia, faz piadas e atende ao pedido de um fã para cantar um trechinho de “Me and Mrs. Jones”, faixa que, aliás, não estava no roteiro. “Ainda bem que você escolheu uma que eu sabia”, brincou. Humilde, agradece à plateia por ter pago ingressos caros e confessa: “Quando eu vou dormir, rezo e agradeço a Deus por ter essas pessoas lindas na minha vida. Sentirei falta de vocês”.
Entre o “hi” e o “goodbye”, emenda um clássico no outro, temperando o set list com suas composições autorais como “Haven´t met you yet”, “Everything”, “Home” e “Higher”. Essa última, além de batizar o disco mais novo, foi composta em parceria como filho Noah. Bublé mostra ainda completo domínio da voz, sem cometer excessos, sem ao menos tomar água para refrescar a garganta. Tirando o terno violeta (um pouco justo), tudo é sob medida em sua apresentação. Sua voz, seus passos de dança aprimorados por conta da participação no programa Dancing With The Stars. A sintonia também aparece na interação com a plateia, com os músicos e o maestro da orquestra.
Entre o palco principal e o secundário, ele desfila na passarela, olhando nos olhos das fãs (inclusive tem um apelo enorme com o público masculino!), que arremessam seus lenços e echarpes, emulando um ritual ao estilo de Elvis. Do ídolo de Memphis, emociona ao interpretar “Always On My Mind” e “Can´t Help Falling In Love”, que surge no meio de um medley com “You´re The First, The Last, My Everything”, famosa na voz potente de Barry White, e “To Love Somebody”, clássico dos Bee Gees. Sua nova roupagem para “Smile”, de Charlie Chaplin, arrepia.
Enfim, esse canadense, romântico inveterado, é capaz de costurar um repertório eclético, com arranjos modernos e sofisticados, esbanjando nostalgia, como se nessa salada só existissem as melhores frutas da estação. Tanto é que em seus 20 anos de carreira, gravou versões que vão de Queen, George Michael, Eric Clapton, Marvin Gaye e Stevie Wonder a, claro, Frank Sinatra.
Agora, observando a vida em retrospectiva: se este show fosse realizado há três anos, quando minha mãe pediu para que eu comprasse as entradas (bem lá na frente), provavelmente um outro Bublé subiria ao palco. Provavelmente uma outra eu assistiria ao espetáculo. Mesmo porque nós duas também enfrentamos nosso próprio câncer.
Por isso, quando vou dormir, rezo e agradeço a Deus por ter acompanhado a dona Silvia nesta noite. Um espetáculo de show.
Set list: “Feeling Good”, “Haven´t Met You Yet”, “L-O-V-E”, “Such a Night”, “Sway”, “When You´re Smiling”, “Home”, “Everything”, “Higher”, “To Love Somebody”, “Hold On”,“Smile”, “I´ll Never Not Love You”, “Fever”, “One Night”, “All Shook Up”, “Can´t Help Falling In Love”, “You´re The First, The Last, My Everything”, It´s a Beautiful Day”, “Cry Me a River”, “How Sweet It Is (To Be Loved By You)”, “Save The Last Dance For Me” e “You Are Always On My Mind”.
Oito motivos para não perder um dos shows do cantor, ator e ex-integrante do One Direction durante sua passagem pelo Brasil em dezembro
Texto por Janaina Monteiro
Foto: Divulgação
Quantos ex-integrantes de boy band você se recorda de terem feito tanto sucesso ao se lançar em carreira solo? Robbie Williams? Ricky Martin? Pois o ex-One Direction Harry Styles entra para esse seleto rol com a diferença de que ele é um sujeito que pelo menos tenta atravessar as fronteiras do óbvio. Por conta disso vem sendo chamado de David Bowie da nova geração. Soa um pouco pretensioso? Será mesmo?
Fato é que os dois primeiros e premiadíssimos álbuns de Styles (o homônimo, de 2017, e Fine Line, de 2019) prestam uma clara homenagem a Bowie, além de Joni Mitchell. E essa inspiração do Camaleão é facilmente detectada em seu visual andrógino carregado de propósito, para romper as barreiras da discriminação. Aliás, essa estética versátil e híbrida ressoa nas suas composições em que ele aproveita para homenagear os ídolos com sua voz de barítono.
Harry flerta com gêneros e décadas diversas (pop, rock, funk, disco), o que, para muitos, pode beirar ao pastiche justamente devido à enxurrada de referências encontradas nas faixas. Por isso, pode-se considerar que Styles é um artista que, sim, já conquistou um espaço entre tantos cômodos de uma mansão, mas ainda segue em busca de sua essência.
Só que uma coisa é certa: ao se aventurar pelo ecletismo, o britânico não tem receio de dar a cara pra bater, dançar fora do ritmo, vestir paetês, usar camisetas kitsch e, ainda, atuar como ativista. Ou seja, se tinha uma única direção até pouco tempo atrás (com o perdão do trocadilho), agora ele aponta para vários horizontes: uma carreira de sucesso na música, no cinema e na moda. O artista é modelo para a garotada da Geração Z ou mesmo um alento para os que nasceram nas décadas passadas, que curtiam bandas como New Kids On The Block, Backstreet Boys e outros conterrâneos de Styles (Take That e Westlife) e podem reviver essa fase da vida em que os hormônios regem os gritos.
Como na maioria das boy bands, há sempre um integrante que se destaca mais. No caso do One Direction, foi Harry Styles. Por isso, o Mondo Bacana lista oito motivos para você conferir a nova turnê desse furacão britânico, que promete trazer muito amor e good vibes para o Brasil, onde ele passa em dezembro (de 6 a 14) e se apresenta em São Paulo (com direito a duas sessões extras), Rio de Janeiro e Curitiba – clique aqui para saber mais sobre locais, datas e ingressos ainda disponíveis).
One Direction
Assim como outros artistas (vide os brasileiros Supercombo e Roberta Sá), Harry Styles é exemplo de que não é preciso ganhar um concurso de televisão para se tornar superstar. No caso do britânico, participar do reality foi o suficiente para o One Direction ganhar a atenção de Simon Cowell. O pequeno Harry, inclusive, já mostrava uma forte inclinação para as artes quando cantava nos karaokês, seu divertimento favorito. Então, em 2010, ele, Liam Payne, Louis Tomlinson, Zayn Malik e o irlandês Niall Horan se juntaram para participar da sétima temporada do The X Factor UK. Mesmo não saindo vitoriosos da competição, o sucesso deles foi estrondoso, com cinco álbuns de estúdio lançados, turnês arrebatadoras, uma avalanche de prêmios e fãs espalhados pelos quatro cantos do mundo, febre comparada à beatlemania. Foram esses fãs, chamados de stylers, que passaram a noite na fila para comprar o ingresso desta turnê de HS, antes mesmo de ele lançar o ótimo álbum Harry’s House. Portanto, pelo menos “What Makes You Beautiful”, do One Direction, deve ser hit presente no set list. Caso contrário, seu séquito irá chiar.
Colecionador de prêmios
Desde que se lançou como artista solo, HS vem acumulando prêmios. Em 2017, seu primeiro single solo, “Sign Of The Times”, já ganhou o título de canção do ano pela Rolling Stone. O álbum de estreia também foi #1 na Billboard 200. O segundo álbum, Fine Line, levou o Grammy de melhor disco de 2019. Duplamente platinado, Fine Line entrou para a História ao liderar as paradas em mais de 20 países, acumulando um total de 5 bilhões de streams em todo o mundo, e recentemente foi nomeado um dos 500 melhores discos de todos os tempos pela Rolling Stone. Com “Watermelon Sugar”, o cantor ganhou o Grammy de Melhor Performance Pop Solo e o Brit Award de 2021 de Melhor Single Britânico. Três meses depois de seu lançamento, o terceiro, Harry ‘s House, já abocanhava o título de melhor álbum do ano pela MTV, consagrando o hit “As It Was” como melhor clipe do ano. Seus videoclipes, aliás, merecem atenção à parte, como no surreal “Adore You”, no qual ele vira “amigo” de um peixe.
Harry’s House
Com melodia que lembra o melhor do synth pop dos anos 1980, o sucesso “As It Was” se transformou rapidamente no hit de 2022, sendo capaz de grudar nos ouvidos como o melhor chiclete Ploc da sua vida. E o disco todo (cuja capa lembra o do rapper brasileiro TETO) traz novamente a parceria com Tyler Johnson e Thomas Hull (aka Kid Harpoon) e revela uma incrível coesão entre as canções, que convidam o ouvinte a dançar, pular, chorar e rir. Nas composições, transparece o misto de emoções que contornaram a vida do artista nos últimos anos, sempre com a figura feminina no spotlight. HS lembra o rompimento de um casamento até o encontro de um novo amor – tanto é que ele considera este álbum como o mais intimista dos três. E se temos de agradecer a alguém, esse alguém se chama Olivia Wilde, a atriz, diretora de cinema e obviamente a musa inspiradora de canções como “Cinema”. O novo trabalho, aliás, deixa evidente a evolução em comparação com os dois anteriores e o rumo a um som mais genuíno. No disco de estreia, por exemplo, é possível perceber influências um tanto explícitas a Beatles em “Sweet Creatures” (que lembra “Blackbird”), ecos de Rolling Stones em “Angel” (que, por sinal, é também o nome de uma música dos roqueiros britânicos) e “Woman”, cuja introdução é Elton John na veia.
Galã de Hollywood
O presidente da New Line Cinema não precisa ter bola de cristal para prever que o futuro de HS é no cinema. Por outro lado, alguns críticos ainda não se convenceram de suas atuações. Aliás, seu mais recente trabalho, My Policeman, acabou de ser lançado na Amazon Prime cercado de polêmicas e acusações de queerbaiting – logo contra um ator que levanta a bandeira da liberdade de gênero. Isso porque Styles faz um policial conservador e enrustido, que vive um romance com o funcionário de um museu. A trama se passa na Inglaterra dos anos 1950, quando ser homossexual era considerado crime e, portanto, era preciso manter as aparências. Este é o terceiro longa de HS, cujo début já aconteceu em 2017 em Dunkirk, dirigido por ninguém menos que Christopher Nolan e indicado ao Oscar. Portanto, Harry se tornou o primeiro artista britânico com um single, um álbum e um filme de estreia em primeiro lugar no mesmo ano. Recentemente, ele também estrelou Não Se Preocupe, Querida, thriller psicológico dirigido por sua atual mulher Olivia Wilde. Além da sua presença cinematográfica, o cantor também já apresentou o tradicional humorístico da TV norte-americana Saturday Night Live.
Covers
Além do repertório próprio, quem acompanha a carreira de Styles sabe que ele é chegado em uma cover, sobretudo para revistar aquelas baladas e canções que de certa forma marcaram a sua vida e evocam memórias afetivas. No festival Coachella deste ano, por exemplo, o britânico convidou a rainha do country pop Shania Twain, que fez enorme sucesso nos anos 1990 com suas baladas melosas. Os dois fizeram dueto nas músicas “Man! I Feel Like a Woman” e “You’re Still The One”. Nesta, inclusive, Styles escorregou um pouquinho e deu uma desafinada, não sendo perdoado pelos youtubers mais críticos. Em show recente na Califórnia, ele cantou “Hopelessly Devoted To You”, composição do australiano John Farrar, que ficou famosa na voz de Olivia Newton-John (falecida em agosto último), no musical Grease. HS também já se aventurou a fazer releituras de outros ícones no palco e em estúdio, como Fleetwood Mac, Lizzo, e Ariana Grande.
O ativista que veste Gucci
Com um sobrenome desses, o artista não poderia deixar de se aventurar no mundo fashion e da cosmética (sim, ele tem uma marca chamada Pleasing). Tanto é que a marca considerada a mais popular do mundo, encontrou em HS uma oportunidade de expandir ainda mais a sua presença – se não no armário, pelo menos no imaginário dos pobres mortais – ao lançar a coleção batizada de HA HA HA e assinada pelo diretor criativo da grife, Alessandro Michele, com o britânico durante a última Semana de Moda Masculina de Milão. Ao todo, são 25 peças inspiradas no estilo vintage, mesclando alfaiataria anos 1970 com estampas descontraídas e coloridas. Inclusive, na sua recente turnê por Nova York, Harry esbanjou glamour nas suas performances, desfilando macacões setentistas com muitas listras. Já dos anos 1980, ele costuma resgatar os paetês. Mas uma peça que ele abandonou (pelo menos por enquanto) foi o seu tênis Adidas x Gucci. Isso por conta da polêmica envolvendo o rapper Ye (aka Kanye West) e suas recentes declarações antissemitas. No final de outubro, HS foi visto usando tênis vermelhos da marca Vans. Os stylers logo perceberam essa troca de figurino e deduziram que essa era uma forma de protesto. Aliás, o cantor tem um histórico de ativismo e, em 2015, quando ainda fazia parte do One Direction, chegou a pedir aos fãs que deixassem de ir ao parque Sea World, que naquele período estava sendo acusado de maltratar animais.
A casa de Harry
Como o terceiro álbum do artista foi concebido durante a pandemia, nada mais plausível do que chamá-lo de Harry´s House. Na verdade, a quarentena serviu para dar um respiro desde que a carreira começou em 2010. Tanto é que, nas letras, há várias alusões a detalhes caseiros como a cozinha, o jardim e até o maple syrup de suas panquecas. Em entrevista à Better Homes & Gardens, a quarta revista mais vendida nos Estados Unidos, ele chegou a fazer um paralelo entre sua residência e sua mente. “Eu acho, às vezes, tomando a terapia como exemplo, que você pode abrir um monte de portas na sua casa que você nem sabia que existia. Você encontra todos esses cômodos que existem para explorar”, disse. Ah, só para constar: a mansão em Los Angeles, onde o astro britânico morou até 2019, foi colocada à venda por quase 8 milhões de dólares, segundo o Hollywood Reporter.
Estrutura especial
Para a Love on Tour, o público pode esperar um palco diferentão, em formato de um círculo, por onde o astro se desloca de uma extremidade a outra com piruetas, fazendo com que todos os setores do estádio possam ter uma boa visão do show. Só não vale arremessar nuggets no cantor, que é vegetariano. Pior que isso de fato aconteceu em uma apresentação em Nova York. E, no melhor estilo Harry Styles, ele tirou de letra.
>> Leia aqui e aqui, respectivamente, para ler as resenhas de Não se Preocupe, Querida e Meu Policial, os dois filmes protagonizados por Harry Styles em 2022