Music

Pato Fu

Grupo comemora 30 anos com álbum de músicas inéditas, EP ao vivo, turnê nacional e ainda levando o projeto Música de Brinquedo à TV

Texto e entrevista por Abonico Smith

Foto: Divulgação

Sobreviver fazendo rock neste país é uma tarefa difícil para artistas profissionais da música. O gênero, após um período de glórias entre os anos 1980 e 1990, parece ter caído em desgraça mercadológica após a internet 2.0 ter mudado todo o consumo de comunicação e arte depois da virada do século. A briga por um lugar ao sol no gosto da população brasileira contra outras vertentes-medalhões vem sendo bastante desigual há um bom tempo e são bem poucos os nomes que, hoje, conseguem se manter apenas viajando pelo território nacional e lançando uma ou outra coisa nova. Pertence ao passado aquela engrenagem que envolvia gravadoras, meios de comunicação (emissoras e programas de rádio e TV voltados a este nicho, sobretudo) e uma molecada disposta a envolver seus recursos (indo desde o material ao abstrato, como o tempo). Há quem possa argumentar que novas plataformas digitais possibilitam novas coisas, como contato direto com fãs e a mola-mestra do DIY por mais tosco que seja, mas também o panorama é desolador: multiplicou a demanda e aumentou a concorrência pelos ouvidos e gostos de cada pessoa. Sem falar que, por aqui, o rock envelheceu e caducou, transformou-se em coisa voltada a gente mais velha e conservadora, de origem branca e com mais dindim no bolso. Basta dar uma olhada geral na plateia que circula entre grandes festivais e shows de arenas e estádios de futebol.

Sobreviver tanto tempo em uma mesma banda também é tarefa difícil. Esta sempre foi, na verdade. Quando se convive com frequência com mais de duas cabeças pensantes, fica complicado conciliar vontades, desejos, maneiras de se pensar, fazer e agir. É raro passar anos e anos segurando uma mesma formação, sobretudo quando são envolvidas mentes criativas e egoicas. Dá para contar nos dedos os grupos, tanto no Brasil quanto no exterior, que permanecem por mais de uma década com a mesma formação, seja a original ou aquela considerada clássica por crítica e público. Discordâncias frequentes quase sempre dão origem a rupturas inevitáveis mais cedo ou mas tarde.

Formado em Belo Horizonte em 1992 por Fernanda Takai (voz, guitarra e violão), John Ulhôa (guitarra, violão, voz e programações) e Ricardo Koctus (baixo e voz), o Pato Fu permanece vivo, atuante e esperneando. Mesmo que seus integrantes principais se dividam em outras atividades paralelas (Fernanda tem uma bem sucedida carreira solo, John é produtor e Ricardo possui uma pizzaria), o trio nunca parou de se apresentar ao vivo e disponibilizar novidades em áudio e vídeo para novos e velhos fãs. Nesta temporada de 2023, inclusive, vem proporcionando lançamentos que celebram o extenso currículo. Tudo pelo próprio selo da banda, o Rotomusic.

O primeiro deles foi surgindo aos poucos na internet desde o ano. O álbum 30 é o primeiro disco autoral de inéditas em nove anos. Nove também é o número de faixas. A curiosidade é que elas foram pipocando aos poucos nas plataformas, em três lotes de três músicas cada. Foi como se a banda fizesse três singles e agora os compilasse em um único disco, em uma metodologia semelhante a feita por artistas e selos lá no ínicio do rock’n’roll, nos anos 1950, quando os compactos eram a melhor forma de lançar novidades e testar a popularidade de uma canção. Além de uma caprichada versão em português para o clássico da musica popular italiana “Io Che Amo Solo Te”, os fus ainda oferecem um punhado de faixas com temáticas comuns a todos no Brasil nos últimos, como os reflexos da pandemia e o isolamento social, mais a política de horrores praticada pelo (des)governo que infestou os prédios públicos de Brasília entre 2019 e 2022. 

Além de Fernanda, John e Ricardo, o grupo tem novamente Xande Tamietti segurando as baquetas. Ele era integrante oficial quando os mineiros lançaram seus discos mais conhecidos, deu uma pequena saidinha e acaba de voltar. O tecladista Richard Neves, que já tocou com muita gente do primeiro escalão da nossa música (de Milton Nascimento a Ney Matogrosso), completa a atual formação de quinteto que agora roda o país com a turnê 30 Anos, que possui um repertório especial, misturando hits com vários lados B bastante queridos pelos fãs mais hardcore da banda – isto é faixas que não ganharam videoclipe na MTV Brasil nem tocaram nas rádios mas que são cantadas de cabo a rabo por muita gente. A escala deste final de semana ocorre em Curitiba – o quinteto se apresenta no tradicional Teatro Guaíra (para onde já levara quatro anos atrás o projeto Música de Brinquedo) hoje, dia 30 de setembro (mais informações sobre ingressos e horário você tem clicando aqui). O sábado seguinte, 7 de outubro, marcará o retorno à terra natal Belo Horizonte, com um show no Palácio das Artes (mais sobre este evento, aqui).

Seis músicas que estão no repertório desta turnê foram gravadas ao vivo e compõem o segundo disco deste ano, o EP gravado em parceria com o estúdio belorizontino Sonastério. O nome do disco, não por acaso, é Sonastério Ilumina Pato Fu. Aqui a ideia foi captar como a banda soa em shows, com arranjos menos eletrônicos e mais orgânicos, um pouco diferentes em relação às timbragens e sonoridades das gravações originais das composições mais antigas.

Engana-se quem pensa que os lançamentos irão parar por aqui. Vem ainda, em breve, um outro disco ao vivo, agora gravado em conjunto com a Orquestra Ouro Preto e batizado Rotorquestra de Liquidificafu. Por fim, para o ano que vem o canal por assinatura Nickelodeon estreará um programa que levará o projeto Música de Brinquedo para a TV. Já existem duas temporadas gravadas, com episódios que reunirão a banda, os monstros criados pelo Giramundo e as releituras de clássicos da música pop feitas somente com instrumentos infantis.

Mondo Bacana conversou com Fernanda e John, que falam do pulsante e prolífico momento atual do trintão Pato Fu. E ainda tenta solucionar um grande mistério que envolve o grupo e parece ignorar a sua longa trajetória como um dos principais nomes do rock nacional.

Qual o segredo do sucesso da manutenção por três décadas de um casamento musical? No caso de vocês, ainda há uma curiosidade nisso, já que dois terços do núcleo que começou a banda lá no início dos anos 1990 permanecem como um casal na vida real.

John: É uma fórmula que a gente pode até tentar estabelecer, mas dificilmente aplicar pras outras bandas. Acho que começa com aquele clássico “fizemos a coisa certa na hora certa”. Isso explica o sucesso inicial, mas pra durar 30 anos, acho que o principal ingrediente é o respeito e amizade entre os integrantes. Sempre fizemos escolhas consistentes na carreira, cuidamos bem dos fãs, procuramos parcerias de alto nível em som, vídeo, fotografias, tudo. Mas a gente não duraria tanto se o clima interno da banda fosse de brigas e discussões intermináveis. Sempre fomos amigos, continuamos sendo. E até o meu relacionamento com a Fernanda, é parte disso. Não sei se o Pato Fu teria dado certo sem nosso casamento. Ao mesmo tempo, não sei como seria nosso casamento sem esse projeto em comum, o Pato Fu. É mesmo uma fórmula de uso único.

O novo álbum tem nove faixas que foram lançadas de um modo diferente, em três lotes diferentes de três canções cada. O novo modelo de negócios no mercado fonográfico aponta mesmo a tendência de se abandonar a concepção de um álbum como uma peça inteira e básica. Vocês concordam? Como foi esta experiência com o Pato Fu?

John: Gostamos de álbuns. São parte do nosso modo de fazer as coisas. Podemos até lançar de outro modo, mas quisemos deixar aquele cheiro de “álbum” no ar. O LP em vinil está no forno, já já será lançado. Quando se faz um álbum, um monte de outras ideias se somam, a começar pelo projeto gráfico. Daí aquilo vai pro cenário da turnê e vai se multiplicando. Esse pessoal que não faz álbuns não sabe o que está perdendo…

O novo álbum parece ser a obra do Pato Fu em que é mais explícito o quanto o ambiente redor afetou vocês como músicos e cidadãos. As letras falam sobre pandemia, isolamento, desgoverno brasileiro, política de horrores. Foi intencional querer botar isso para fora?

John: Sim, claro! Esse ambiente obviamente nos afetou e isso transparece nas letras. Já podíamos notar coisas assim nos discos anteriores, mas acho que agora mesmo as questões mais pessoais passaram pela situação extrema que vivemos, são recados aos amigos, como “Fique Onde Eu Possa Te Ver”. Essa vontade de mandar um abraço aos amigos e ao mesmo tempo denunciar os absurdos que presenciamos foi realmente a tônica do álbum.

Uma curiosidade é a versão em português de “Io Che Amo Solo Te”, clássico da musica romântica italiana dos anos 1960, década em que o pop cantado naquele idioma era bastante consumido aqui pelas Américas. Como surgiu a ideia? A canção tem relação com a memória afetiva de vocês do tempo de crianças?

John: Essa é o alívio romântico, versão inesperada, memória afetiva deslavada, essas coisas que sempre aparecem nos discos do Pato Fu. A gente já tinha citado essa música no finalzinho de “Vida Imbecil”, lançada em 1995 no álbum Gol de Quem?. Um dia desses, zapeando o streaming, nos deparamos com a versão da Rita Pavone. A gente vinha procurando uma música pra gravar com a Orquestra Ouro Preto, com quem estamos fazendo vários concertos. “Io Che Amo Solo Te” tocou muito na nossa infância, foi trilha de novela e foi um desses momentos tipo “por essa você não esperava!” que a gente vive perseguindo. Ruriá Duprat fez o arranjo de cordas e o resultado ficou lindo. Temos tocado essa ao vivo nos shows com a orquestra. É uma emoção.

O disco também trouxe de volta a parceria com o Dudu Marote, responsável pela produção de alguns dos discos mais populares da banda. Como surgiu a ideia do reencontro? Alguma mudança no modo de trabalhar entre passado e presente?

John: Nessa celebração dos 30 anos tentamos trazer de volta muitos conceitos e muita gente também. Pessoas que já trabalharam conosco em momentos importantes, achamos que seria legal tê-las por perto de novo. E o Dudu foi um desses. Produtor fundamental em nossa carreira. Ficou animadíssimo com o convite, veio nos visitar, ficamos todos pilhados e empolgados em trabalhar com ele de novo em duas das músicas. Dudu sempre foi um cara muito envolvente, e continua sendo. Ainda é seu estilo o artesanato pop, a busca do beat, do timbre exato, da colocação de voz perfeita. Aprendi muito com ele e essa foi mais uma chance pra eu aprender mais.

Outra faixa traz uma parceria com Climério Ferreira, poeta, cantor e compositor piauiense e também professor aposentado da Universidade de Brasília…

Fernanda: Climério é meu parceiro já em outras duas canções que eu tinha gravado em meus discos solo. Resolvi trazê-lo também pro Pato Fu, pois achava que a canção cabia na proposta de representatividade dos nossos lados líricos diversos. Vez por outra me pego lendo seus versos e pensando: “esse aqui daria um belo começo de música!”. Geralmente saio juntando várias linhas dele, encontrando um sentido entre as frases. Quando termino melodia e harmonia, mando pra ele reconhecer a paternidade.

A capa de 30 é baseada em traços de mangá. Esta é mais uma forte ligação do Pato Fu com a cultura pop japonesa. Como surgiram os bichos/personagens de cada faixa, que ilustram a capa e os vídeos de animações do YouTube?

Fernanda: Eu conheci o trabalho do Bruno Honda quando escolhi um quadro dele como recompensa num financiamento coletivo de livro. Junto veio uma outra ilustração dele com um recadinho dizendo que ele amava a música do Pato Fu. Isso deve fazer uns 4 anos… Quando fomos escolher entre vários artistas, apresentei os seus traços aos outros músicos, que acabaram votando por ele também. Ele gosta de desenhar bichos em funções humanas. Então perguntou quais os animais que poderiam ser usados para cada música. Demos nossas sugestões e ele foi exatamente em cima delas.

O álbum 30 não é a única novidade do Pato Fu. A banda também acaba de soltar um EP com seis faixas, gravado ao vivo, com algumas faixas clássicas inclusive tendo seus arranjos modificados. Este disco serviu como um laboratório para a nova turnê? Por quê modificar alguns dos hits mais conhecidos desta trajetória de trinta anos?

Fernanda: Eu acho que as gravações do Sonastério são bem fieis aos arranjos originais. A gente mudou muito quando fez o Ao Vivo no Museu de Arte da Pampulha. Essa leva agora só traz a pegada mais forte de banda mesmo. “Spoc”, por exemplo, só não tinha o Xande antes. Não modificamos a essência dos arranjos nos álbuns.

A turnê atual também recupera alguns “lados B” da banda. É importante para um artista não se fixar só no mainstream de seu repertório, ainda mais quando se trata de uma carreira longeva?

Fernanda: Pato Fu é justamente uma banda que tem essa dualidade de vários hits de FM, vídeos, novela, mas que possui uma base de fãs que gosta do lado mais ácido e experimental. A gente lida com isso de forma bem natural desde o início, pois gostamos disso também. Não conseguiríamos ser previsivelmente de um jeito só.

Falem um pouco dos próximos trabalhos da banda: o disco ao vivo com a Orquestra Ouro Preto (que já aparece em uma faixa do EP ao vivo), o Música de Brinquedo chegando à TV por meio do Nickelodeon…

Fernanda: Esse disco deve ser lançado no começo do ano que vem, John ainda vai mixar as faixas. Ele esteve dedicado ao sound design da série da Nick Jr, que ocupou bastante o tempo dele, assim como toda a preparação pra turnê, som e vídeos, trabalhando com a equipe do Batman Zavareze, que assina a direção de arte das projeções. Música de Brinquedo, a série, vai ao ar em episódios inéditos todo sábado, meio-dia e meia, com reprise durante a semana. Já temos duas temporadas gravadas. Tomara que siga em frente, pois é algo muito divertido, onde os monstros do Giramundo tem mais espaço pra brilhar!

Por que diabos o Pato Fu não é chamado para tocar nos principais festivais de música dos últimos anos no Brasil, como Rock In Rio, The Town, Lollapalooza e Primavera Sound?

Fernanda: Devem estar esperando a gente completar 40 anos de carreira! Mas há festivais só de música nacional também como o João Rock, por exemplo, que nunca nos chamou em 20 anos. The Town fiz como convidada do Terno Rei, já há uma esperança… Fizemos quase todos os grandes festivais do passado e temos feito ainda os festivais do circuito mais indie. Acho que somos sobreviventes a tantas ondas que a ideia é permanecer vivo, com saúde e tocando bem para quando for a hora de novo.

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Nick Drake

Há 75 anos nascia o cantor e compositor de muita timidez e zero reconhecimento em sua curta vida

Texto por Fabricio Muller

Foto: Reprodução

>> Texto publicado pelo Mondo Bacana em novembro de 2014

Paulo Francis, por ter falado da corrupção da Petrobras no começo dos anos 1990, tem sido bastante lembrado ultimamente. Vou falar de outra lembrança que tenho dele: reconheço que me incomodava, naquele tempo, quando Francis batia sem dó na música pop. Ele dizia que isto não era arte, que nada sobreviveria. E eu ficava me questionando se ele não teria mesmo razão.

Hoje, muitos anos depois, este assunto – se a música pop é arte ou não – já não tem o menor sentido para mim. De todo modo, se Paulo Francis fosse vivo, eu teria um argumento muito forte contra a sua teoria: o nome deste argumento é Nicholas Rodney Drake – ou Nick Drake, nome pelo qual este grande cantor folk britânico é conhecido até hoje.

Nick Drake, cujo falecimento ocorreu no dia 25 de novembro de 1974, é o típico artista reconhecido depois da morte, tal como Van Gogh, Kafka ou Bach. Mas, ao contrário destes, ele era um músico pop. Este reconhecimento póstumo tem pouquíssimos exemplos neste gênero – se é que tem algum. Poderíamos pensar no Velvet Underground, mas é covardia. Realmente, a grande banda americana só foi reconhecida depois do término; mas não só ela era patrocinada por Andy Warhol, como Lou Reed e John Cale continuaram vivos e tocando músicas do Velvet Underground muitos anos depois do fim da banda. Já Nick Drake só deixou para a posteridade alguns discos e algumas fotos – várias delas promocionais. Não há sequer uma filmagem dele adulto. Já a única entrevista que ele deu foi de um constrangimento total, para todas as partes envolvidas.

Os três discos que Nick Drake lançou em vida – Five Leaves Left, de 1969; Bryter Layter, de 1970; e Pink Moon, de 1972 (depois ainda seriam lançados alguns títulos póstumos, compilando gravações já lançadas ou algumas inéditas) – não chamaram a atenção de ninguém. Naquele período a concorrência de música pop era pesada – Cat Stevens, Paul Simon, Bob Dylan, Stevie Wonder, Elton John, Paul McCartney, John Lennon – e Nick, um cantor de uma timidez absurda, que odiava se apresentar ao vivo, dar entrevistas, promover seu trabalho, simplesmente não conseguiu achar seu espaço. É verdade que há quem diga que a gravadora Island deveria ter trabalhado mais para promovê-lo, mas ninguém duvida que o próprio Drake também não ajudava. O que importa é que, depois da morte do cantor em 1974, sua fama e sucesso não param de crescer. Isto – é o que eu diria a Paulo Francis – é a prova de que a música pop pode, sim, ser eterna. Arte com A maiúsculo, aquelas coisas.

Nascido na antiga Birmânia (o país, situado no sudeste asiático, hoje se chama Myanmar) em 19 de junho de 1948, Nick Drake cresceu numa família de classe média alta. Era um estudante quieto, mas relativamente popular – muito distante do verdadeiro eremita em que se transformou nos últimos anos da sua vida. Viajou com amigos para França e, como tantos outros nos anos 1960, teve diversas experiências com drogas – se ele usava em grandes ou pequenas quantidades é motivo de dúvida até hoje. Estudou literatura em Cambridge e desistiu do curso para se dedicar à música.

Ainda muito jovem conseguiu um contrato com a Island para gravar, durante vários meses e com uma excelente equipe de músicos, o trabalho de estreia Five Leaves Left. Apesar da baixa vendagem do álbum, lançou mais outro disco com uma equipe contratada pela gravadora. Como Bryter Layter (o meu preferido) também vendeu muito pouco e o cantor foi ficando cada vez mais recluso (além de praticamente não conseguir se apresentar ao vivo), foi uma verdadeira surpresa quando Nick Drake dirigiu-se até a Island e gravou em apenas duas sessões o seu terceiro álbum, Pink Moon (desta vez, só ele e seu violão em quase todas as faixas). Este disco, que é o favorito de Jake Bugg, também não vendeu quase nada.

Consciente de seu fracasso como artista e com problemas emocionais cada vez mais sérios, Nick voltou a morar na casa de seus pais, onde faleceu devido a uma dose excessiva de comprimidos para dormir – não se sabe com certeza até hoje se foi suicídio ou uma superdosagem acidental.

O estilo de Drake é calmo, às vezes triste – e às vezes se nota uma ponta de ironia. Normalmente se percebe que ele tinha um grande prazer em cantar. Sua técnica no violão era primorosa: muitos até hoje não entendem a afinação que utilizava. Sua voz com freqüência era sussurrada, mas a dicção quase sempre bem clara. De todo modo, uma voz que era um complemento perfeito para suas melodias belíssimas e sua interpretação atingia profundidades inauditas.

DEZ FAIXAS CLÁSSICAS

“Day Is Done”

Tudo é perfeito aqui. A sensação de que tudo já foi cumprido. A instrumentação de câmara. A interpretação ao mesmo tempo arrebatadora e contida. A melodia inacreditavelmente linda.

“Hazey Jane II”

E você achava que o Belle & Sebastian não era original porque “imitava” Smiths ou Velvet Underground? Na verdade, a obra inteira da banda escocesa é derivada desta canção de Nick Drake. Desculpem aí…

“Poor Boy”

Até bossa nova o cara colocava nas músicas dele. Um monstro.

“The Thoughs Of Mary Jane”

Olha, não posso acreditar que uma música tão doce e sensível seja uma homenagem à marijuana. Não combina, gente!

“Way To Blue”

Os Beatles já tinham feito música pop de excelente qualidade com quarteto (ou coisa que o valha) de cordas em “Eleanor Rigby”. Com uma formação semelhante, Nick Drake chega num patamar também semelhante de qualidade. É de arrepiar.

“At The Time Of A City Clock”

Melodia e arranjo intrincados. Uma canção cheia de possibilidades.

“I Was Made To Love Magic”

Canção póstuma, com Nick Drake deliciosamente irônico… e doce.

“Saturday Sun”

Uma valsa que certamente inspirou as belíssimas valsas do fã Elliott Smith.

“Sunday”

O que é esta flauta? O que é esta flauta???

“Fly”

E estas cordas ao fundo, com voz e violão à frente?

Music

Titãs – ao vivo

Formação clássica da banda se reúne em Curitiba para duas horas e meia de som, fúria e resgate nostálgico da juventude do passado de seus fãs

Texto por Filipe Silva

Fotos: Vitor Augusto/Divulgação

“Brasileiro é o caralho”, gritou Arnaldo Antunes, envolto em uma nuvem de barulho produzido pelos Titãs nos últimos instantes de “Lugar Nenhum”, segunda música do show da turnê Titãs Encontro – Todos ao Mesmo Tempo Agora em Curitiba. Na imensidão monumental da Pedreira Paulo Leminski lotada, neste último dia 10 de junho, a música pareceu soar ainda mais pesada do que quando foi lançada, em 1987, no álbum Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas. O grito, quase ao final de uma música que questiona os conceitos de nacionalidade, fronteiras e patriotismo, ecoou pela pedreira como provocação a uma cidade que, nos últimos anos, transformou-se no centro político de um jeito no mínimo questionável de se considerar amor à pátria. “Nenhuma pátria me pariu”, diz a música. Frase gritada com força por todos os quatro vocalistas da banda. 

Dita por um senhor de quase 63 anos de idade, de vida confortável conquistada com próprio trabalho (na banda e em carreira solo), filho da classe média alta paulistana intelectual, pode soar algo patético. Protesto pasteurizado, como disse alguém um dia depois do show. Parece que Arnaldo não está nem aí, como diz a letra da mesma música, assim como Nando Reis, que não deixou escapar oportunidades de chamar os quatro anos de governo Bolsonaro de inferno – foi mais aplaudido do que vaiado por isso, fez o L para as câmeras que exibiam a imagem da banda nos telões do palco e disparou “esse país pirou e tá na hora da gente botar o pé de novo”. Ele meteu o nome de Bolsonaro na lista de patifes e facínoras de “Nome aos Bois”. E, sem querer, instigou parte da plateia ao coro “ei, Bolsonaro, vai tomar no cu”. 

Por uma excursão de 24 concertos – a tour se encerrará em Lisboa, Portugal, no dia 3 de novembro – os Titãs voltaram a ser os Titãs que durante um bom tempo foram a maior banda de rock do país. Sem Marcelo Fromer, morto em 2001, Arnaldo, Nando, Charles Gavin, Paulo Miklos, Branco Mello, Tony Bellotto e Sérgio Britto (o produtor Liminha assume no palco a guitarra de Fromer), o grupo visita boa parte da carreira, com foco nos álbuns gravados antes da saída de Antunes, em 1992, mais algumas faixas de sucesso absoluto registradas após a primeira baixa do grupo. 

Nove das 31 músicas executadas em quase duas horas e meia de show são de Cabeça Dinossauro (1986), disco que flertou com o punk e o pós-punk de Clash e Gang Of Four e botou a banda no andar de cima do rock nacional. “Estado Violência”, “Igreja”, “Polícia”, “Porrada”, “Homem Primata”, “Bichos Escrotos”, cutucadas em instituições, se não deixam de soar como revolta juvenil de garotos bem criados de 20 e poucos anos na década de 1980, transmitem também certa dose de raiva que passou a fazer sentido. É a tal da “hora de botar o pé de novo” de Nando.  

Paulo Miklos e Sérgio Britto

Se em dezembro do ano passado, os Titãs atuais – compostos por Branco, Bellotto e Britto mais Beto Lee (guitarra) e Mario Fabre (bateria) – se arrastaram no palco da mesma Pedreira durante cerca de 50 minutos de apresentação no Prime Rock Brasil Curitiba em uma apresentação constrangedora, a de 10 de junho vingou o fracasso. É como se a volta temporária de Arnaldo, Nando, Miklos e Charles revigorasse o núcleo que ainda insiste em manter o nome na ativa. 

set acústico soou protocolar. É aquela necessidade de agradar aos diversos públicos; há quem prefira baladas, pra acender aa lanternas dos celulares e cantar junto. Mas também pode ser o momento de respiro que senhores, já todos na casa dos 60, precisam pra segurar mais de duas horas na mesma energia de quando tinham 30 anos. O palco é remontado e a banda se posta no formato da gravação do Acústico MTV (1997). Alice Fromer, filha de Marcelo, foi introduzida ao público por Arnaldo. Juntos, cantaram “Toda Cor” e “Não Vou Me Adaptar”, dos dois primeiros álbuns. O público se emociona, como também se emociona ao ouvir Branco informar, rouco, que está curado de um tumor na garganta, dizer que está feliz ao estar na turnê ao lado de “amigos de uma vida toda” e cantar “Cabeça Dinossauro”, “Tô Cansado”, “32 Dentes”, “Flores” e mais os backing vocals nas outras faixas – ele ainda tocou baixo nas músicas acústicas. 

“Diversão”, que abriu a noite, “Comida”, “Miséria” e “Sonífera Ilha”, que fechou, empolgaram. “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas” soou com fúria maior do que no álbum homônimo. “Eu Não Sei Fazer Música”, também cantada por Branco, foi a única de Tudo Ao Mesmo Tempo Agora, disco de 1991 que, deu o trocadilho para o subtítulo da tour (batizada Encontro – Todos ao Mesmo Tempo Agora). Não veio nenhuma de Titanomaquia, o disco grunge, de 1993, o primeiro sem Arnaldo. Das mais pesadas, “Lugar Nenhum”, “Cabeça Dinossauro”, “Porrada” e “Bichos Escrotos” estiveram entre as melhores da noite. “Televisão” foi como uma cápsula do tempo, quando os Titãs substituíam o brega por um jeito próprio de fazer new wave.

Na área vip, as atrizes Malu Mader e Ângela Figueiredo (respectivas esposas de Tony e Branco, dançavam) registravam trechos do show com o celular e trocavam ideias com Alice Fromer (que depois de cantar, desceu do palco para ver a performance) e Ana Cristina Martinelli (mãe de Alice e viúva de Fromer). Na Pedreira, homens e mulheres acima dos 40 anos, alguns casais com filhos adolescentes, encontraram o que procuravam: duas horas e meia de um retorno à juventude, entregues com a mesma fúria dos tempos em que o rock brasileiro ainda sustentava a relevância que deixou pelo caminho nas últimas duas décadas. Nostalgia e cultura pop andam de mãos dadas. Os Titãs sabem disso.

Set list: “Diversão”, “Lugar Nenhum”, “Desordem”, “Tô Cansado”, “Igreja”, “Homem Primata”, “Estado Violência”, “O Pulso”, “Comida”, “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas”, “Nome Aos Bois”, “Eu Não Sei Fazer Música” e “Cabeça Dinossauro”, “Epitáfio”, “Os Cegos do Castelo”, “Pra Dizer Adeus”, “Toda Cor”, “Não Vou Me Adaptar”, “Família”, “Go Back”, “É Preciso Saber Viver”, “32 Dentes”, “Flores”, “Televisão”, “Porrada”, “Polícia”, “AA UU” e “Bichos Escrotos”. Bis: “Miséria”, “Marvin” e “Sonífera Ilha”.

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RPM

Luiz Schiavon, que faleceu aos 64 anos, foi o principal responsável pela popularidade do sintetizador na música brasileira dos anos 1980

O RPM em 1985: Fernando Deluqui, Paulo Ricardo, Luiz Schiavon e PA

Texto por Carlos Eduardo Lima (Célula Pop)

Foto: Divulgação/CBS

Na manhã da última quinta-feira, 15 de junho, recebemos a notícia da morte de Luiz Schiavon, tecladista e fundador do RPM, aos 64 anos. Além de ser precoce, é uma perda enorme para a música brasileira, uma vez que Schiavon foi um dos grandes nomes – talvez o maior – da inserção do sintetizador nas paradas pop dos anos 1980 em diante. Ele não foi exatamente o pioneiro, mas estava neste momento peculiar do tempo, no qual o instrumento de teclas se uniu à produção em escala cada vez mais massificada. A bordo do RPM, grupo que ele fundou em 1983, Schiavon assumiu condição de protagonista criativo, elaborando o conceito da banda e seu direcionamento musical.

Com a chegada do vocalista Paulo Ricardo – que também assumiria o baixo – um ano depois e mais as presenças de Fernando Deluqui e Paulo Pagni (conhecido como PA) na guitarra e na bateria, o RPM iniciou sua produção de canções, que resultaria num bom contrato com a CBS da época (hoje Sony) e num álbum, que se chamou Revoluções Por Minuto, lançado em 1985. É possível dizer que o quarteto se tornou, ainda que por cerca de um ano e pouco, a banda mais importante do Brasil em termos de execução e vendas de discos. Isso se devia à figura de Paulo Ricardo, que impunha doses generosas de sensualidade em suas interpretações e, sim, à qualidade das canções apresentadas.

Deste primeiro trabalho, o grupo cravou seis singles nas paradas, “Louras Geladas”, “Rádio Pirata”, “A Cruz e a Espada”, “Olhar 43”, “Revoluções Por Minuto” e “Juvenília”, que tocaram em todas as rádios e programas de auditório do país entre março de 1985 e todo o ano de 1986. A estabilidade econômica do Brasil à época, materializada pelo Plano Cruzado, turbinou as vendas deste primeiro álbum e assegurou o lançamento acelerado do segundo, Rádio Pirata – Ao Vivo, que saiu no fim de 1986.

Com este disco gravado ao vivo, o RPM tapava a lacuna da demanda por mais canções do grupo, que, exausto após turnês subsequentes por dois anos, estava esgotado e à beira do fim por conta dos desentendimentos internos. Ainda que parecesse uma usina de sucessos imparável, o RPM era palco de disputas criativas, sempre com Paulo Ricardo desejando inserir mais elementos roqueiros e Schiavon pendendo a balança para os timbres derivados do tecnopop e do new romantic, então vigentes na produção pop anglo-americana. Mesmo assim, a presença de covers de Caetano Veloso (“London, London”) e Secos & Molhados (“Flores Astrais”) no segundo álbum, além de um dueto com Milton Nascimento em “Feito Nós”, single de 1987, mostrava que a banda tinha mais do que o desejo simples pelo sucesso.

Foi preciso muito poder de convencimento para a CBS recolocar o RPM em estúdio para a gravação do terceiro álbum. Ofertas de discos solo dos participantes, mixagem em Los Angeles, orçamento polpudo liberado, tudo foi posto na mesa para que o grupo entregasse mais uma fornada de possíveis hits. Talvez os conflitos internos, talvez uma mudança de perspectiva, talvez o espírito daquele 1988, no qual a lambada já surgia como uma alternativa viável para o público jovem, sabe-se lá, mas o fato é que o novo disco, intitulado simplesmente RPM, veio muito mais profundo e “difícil” em relação aos dois discos anteriores. A preocupação estética da banda com arranjos, timbres e letras afastava o álbum do sucesso almejado, ainda que canções como “Partners”, “Um Caso de Amor Assim” e “Quatro Coiotes” tenham tocado medianamente nas rádios. Foi uma pena, pois este álbum tem detalhes interessantes e excêntricos, como a presença de Bezerra da Silva em “O Teu Futuro Espelha Essa Grandeza”. Poucos meses depois desse lançamento, o RPM encerrou as atividades. 

Nos anos seguintes até a semana passada, quando lançou o fraquíssimo single “Liberdade”, o RPM veio e foi, em diferentes encarnações. Na mais importante delas, em 2002, a banda gravou um disco ao vivo para a MTV, além de canções inéditas (como “Vida Real”, que se tornou o insuportável tema do não menos insuportável Big Brother Brasil). Alguns discos foram lançados, shows e apresentações aconteceram, além de mais e mais disputas judiciais entre os integrantes da banda. Nada do que foi feito depois de 1988 vale a pena ser considerado seriamente na antologia da banda.

Luiz Schiavon, por sua vez, também trabalhou em trilhas sonoras para a TV, como as das novelas O Rei do GadoTerra Nostra e Esperança, para as quais também escreveu canções originais, além de selecionar músicas que fizeram parte das tramas. De 2004 a 2010, foi diretor musical do Domingão do Faustão, interagindo frequentemente, ao vivo, com o apresentador do programa de auditório da Rede Globo.

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NX Zero

Oito motivos para não perder a nova turnê nacional do quinteto, que está voltando à ativa depois de uma pausa de seis anos

Texto por Frederico Di Lullo

Foto: Cesar Ovalle/Divulgação

Grande sucesso no rock brasileiro dos anos 2000, o NX Zero está voltando aos palcos com sua formação original, composta por Di Ferrero (vocais), Gee Rocha (guitarra), Caco Grandino (baixo), Daniel Weksler (bateria) e Fi Ricardo (guitarra). A tour Cedo Ou Tarde começou em maio e até dezembro irá passar pelas cinco regiões do Brasil – mais informações sobre datas e shows você pode ter clicando aqui.

A banda, que acumula mais de 20 anos de estrada contando este recente intervalo das atividades em conjunto, lançou seis álbuns de estúdio, emplacou diversos hits e é um verdadeiro baluarte da geração emo nacional. Anos depois do boom, o NX Zero anunciou uma pausa nas atividades em 2017. Agora vêm os primeiros shows desde então. Músicas como “Razões e Emoções”, “Daqui Pra Frente”, “Pela Última Vez”, “Hoje o Céu Abriu” e a própria “Cedo ou Tarde” – que foram a trilha sonora de adultos, outrora jovens apaixonados e descrentes da vida amorosa – voltam a ser executadas ao vivo pelo quinteto.

“A gente está muito empolgado. Ficamos nos olhando, lembrando, parece que foi ontem que a gente deu uma pausa. Estou sentindo que vai ser um dos momentos mais incríveis das nossas vidas. Depois de várias histórias que cada um viveu nesse tempo, vamos trazer essa bagagem pra essa tour. Não vejo a hora de tocar”, contou Di Ferrero sobre o retorno aos estúdios para ensaiar para este giro nacional.

Por isso, seja pelo gatilho emocional, saudosismo ou apenas por querer participar de tudo, aqui citamos oito motivos para não perder, de jeito nenhum, a tour Cedo ou Tarde.

Reencontro com o seu eu adolescente 

Aquele rapaz ou garota de 15 anos que ficou lá no passado certamente estará orgulhoso de você. A turnê promete trazer um set list repleto de sucessos que marcaram a carreira do NX Zero. Prepare-se para cantar junto e relembrar os hits que embalaram aquela geração.

Energia contagiante

Os shows do quinteto sempre foram conhecidos pela energia intensa e entrega total da banda. Não importa se foi em 2001, 2004, 2007, 2017 ou se será agora em 2023: certamente haverá uma experiência eletrizante, durante a qual você se sentirá parte de algo maior, do seu passado ou até mesmo do presente.

Pura nostalgia

As letras do NX Zero sempre abordaram temas profundos, relevantes e intensos. Por isso, que tal aproveitar o reencontro para refletir sobre a vida, os desafios e as emoções que todos nós enfrentamos àquela época? Será que hoje é aquilo que você esperava?

Impacto cultural (leia-se o emo nunca morreu)

As pessoas podem falar o que quiser, mas é inegável que esta é uma das bandas mais influentes do cenário musical brasileiro. Seja pelo seu passado, pelos sucessos que se cravaram no íntimo de milhões de jovens ou pelo rebuliço que gerou o anúncio da atual turnê, o NX Zero moldou boa parte da sociedade contemporânea deste país. Pelo jeito, o emo nunca morreu: apenas estava adormecido no peito do agora jovens adultos.

Produção de alta qualidade

Espere um espetáculo visualmente impactante, com luzes, cenários e efeitos especiais que tornarão cada concerto uma experiência única. Segundo a organização da turn6e, este show irá explorar a interação com público e a criatividade no uso de led, conteúdo e tecnologia.

Momentos inesquecíveis

Os shows do Nx Zero são conhecidos por proporcionar momentos inesquecíveis aos espectadores, que sempre saem mexidos ao final. Seja cantando em coro, pulando junto com a banda ou se emocionando com uma balada especial, cada momento vivido é para ser guardado na memória para sempre. Pergunte a quem é fã.

Amostra grátis

Quem assistou in loco aos shows do festival Mita dias atrás (ou viu pelo streaming e TV a transmissão do fim de semana no Rio de Janeiro pela dobradinha de canais Bis e Multishow) pode atestar. Um dos headliners da escalação nacional, o grupo mostrou que está bastante afiado e com as baterias recarregadas para percorrer boa parte do território nacional nessas viagens. 

Saia do isolamento virtual

Em tempos de isolamento virtual da humanidade, nada se compara à experiência de assistir a um show ao vivo. A energia da plateia, a interação com os fãs e a entrega dos músicos no palco criam sempre uma atmosfera única e inesquecível. O tempo pode ter passado se você é de uma geração antiga, mas sempre vale a pena se reconectar com seu interior de nem menor idade. Se você já nasceu com um mouse na mão, tente descobrir as maravilhas que vivíamos antes de toda essa tecnologia de comunicação viciar a gente.