Série sobre a história de uma banda fictícia inspirada no Fleetwood Mac dos anos 1970 mistura ficção e sentimentos reais de forma mesmerizante
Texto por Taís Zago
Foto: Amazon Prime/Divulgação
Histórias de bandas fictícias/montadas por um casting em forma (ou não) de mockumentary – suposto documentário ficcional cheio de fatos falsos e/ou deboche – ou narradas em voice over por jornalistas e integrantes não é, de maneira alguma, novidade no universo cinematográfico. Tudo iniciou como formato musical com o fake documentário A Hard Day’s Night (1964) dos Beatles, que acabou inspirando o surgimento dosMonkees logo depois e ganhou força no final da década com musicais como Tommy (1969), da banda real The Who, e Spinal Tap (1984), tendo nova força nos anos 1990-2000 com obras mais dramáticas como Velvet Goldmine (1998), Quase Famosos (2000), Hedwig And The Angry Inch (2001) ou Dreamgirls (2006), para citar apenas alguns. A lista do estilo, portanto, é imensa. O que nos leva à pergunta: qual história ainda não foi contada?
A resposta é simples: nenhuma. Chegamos a um ponto onde arcos e enredos como pano de fundo de empreitadas musicais já se esgotaram. Adentramos, portanto, uma nova época. Uma época em que o importante não são mais as repetições de dramas, conflitos e situações engraçadas, mas sim o trabalho estético, o esmero dos atores e a riqueza dos diálogos. Assim chegamos no seriado de streaming que estreou em março chamado Daisy Jones & The Six (EUA, 2022 – Amazon Prime). O best-seller homônimo de 2019 da escritora Taylor Jenkins Reid, conta, em formato de entrevista com os envolvidos e membros da banda, as desavenças e os conflitos de mais um combo movido a sexo, drogas, soft rock e muito drama. Reid admitiu abertamente que a banda que a inspirou para o esqueleto do livro foi a mundialmente famosa Fleetwood Mac. O grupo subiu à apoteose musical ao vender mais de 40 milhões de cópias doálbum Rumours (1977) por todo o mundo, o 6º disco mais vendido nos anos 1970 e o 12º mais vendido de todos os tempos. Aos mitos e “rumores” envolvendo as conturbadas gravações do disco, viraram parte do folclore musical. O Fleetwood Macacabou se tornou sinônimo do estilo de vida rock’n’roll abastecido com entorpecentes, sofrimento e loucura. Os integrantes trabalhavam suas diferenças, amores e decepções em suas canções e o planeta assistia a tudo isso hipnotizado enquanto eles derramavam o conteúdo intenso de seus corações no palco em apresentações inesquecíveis até hoje.
Após ler o livro, pensei: tudo bem, trata-se aqui de mais um apanhado de clichês onde frontman e a frontwoman carregam a banda nas costas com sua relação conturbada. Pensei na hora, claro, em Stevie Nicks e Lindsey Buckingham; em Agnetha e Björn mais Benny e Anni-Frid, do Abba; em Ike e Tina Turner, ou em qualquer outro casal que trouxe a público suas desavenças e dores afetivas. Mas também vi o potencial cinematográfico de um enredo que sempre vai encontrar um nicho – a magia da liberdade conquistada nos anos 1970, a transgressão de valores conservadores, a atmosfera envolvente dos tempos pré e pós-hippie, um casal de protagonistas lindos, talentosos e extremamente carismáticos vivendo um amor torturado e nunca satisfatoriamente consumado. Era apenas uma questão de tempo até uma adaptação para as telas ser feita.
Os criadores Scott Neustadter e Michael H. Weber não perderam tempo, adaptaram o livro de Reid e chamaram James Ponsoldt (Master Of None) e Nzingha Stewart (Little Fires Everywhere) para assumir a direção da maioria dos dez episódios totais da série, que, adequadamente, recebem o título de tracks 1 a 10. Para o elenco, buscaram atores que sabiam tocar instrumentos e cantar – sim, isso faz uma diferença enorme quando assistimos a qualquer tipo de biopic (mesmo que fake) de algum artista musical. E aqui a escolha foi mais que acertada. Para o papel de Daisy, foi escolhida Riley Keough (Neta de Elvis, filha de Lisa Marie Presley). A atriz incorpora o papel de uma forma mesmerizante. Traz profundidade, complexidade e uma intensidade maior do que a Daisy do livro de Reid nos apresenta. Seu “par romântico” é interpretado pelo sensacional Sam Claflin, que também não nos deixa nada a desejar ao nos mostrar um Billy contraditório, por vezes estrito e sisudo e em outras completamente entregue à sua paixão pela música.
A química entre os dois atores é inegável e palpável. É ela a força-motriz por trás de todos os episódios da série. É um clássico embate de egos, um vai-vem de sedução e tortura emocional que nos mantém vidrados todas as vezes que aparecem em cena. Uma queda de braço entre os opostos que se atraem irresistivelmente e que precisam desesperadamente um do outro para trazer à flor da pele a genialidade das composições e interpretações da banda. Perto da dupla, compreensivelmente, o resto do elenco meio que desaparece, apesar de suas performances também serem bem fortes.
Entre os coadjuvantes temos Suki Waterhouse como a tecladista Karen, que, em certo momento, forma um par romântico com o irmão de Billy, o guitarrista Graham, interpretado por Will Harrison. Também uma apologia ao outro casal polêmico do Fleetwood Mac (John e Christine McVie). Nabiyah Be merece uma menção honrosa pelo papel de Simone Jackson, a melhor amiga de Daisy, uma dancing queen da era disco e suporte emocional da cantora. Apesar de seu personagem não aparecer em vários capítulos Timothy Olyphant está sensacional como Rod Reyes, tour manager da trupe, assim como Tom Wright, que interpreta Teddy Price, produtor dos The Six e figura paterna de Billy.
O elenco, que já tinha certa experiência musical, passou por uma preparação para seus papéis que durou um ano inteiro, ao final do qual se apresentaram para os executivos da série. O resultado superou em muito o esperado e Daisy Jones & The Six realmente se transformou em uma banda real. E isso é o ponto alto de uma produção que não nos traz muitas surpresas em suas reviravoltas. O caminho de ascensão-queda-autorreflexão da banda só se torna mais verossímil ao percebemos que nada ali foi dublado e nem fingido. Os sentimentos irradiados são os sentimentos reais dos atores, seus movimentos, seus trejeitos. Cada um criou sua persona no palco e isso funcionou espetacularmente, quando poderia ser apenas mediano.
Daisy Jones & The Six completa com louvor a tarefa de mimetizar a realidade ao misturar sentimentos reais e ficção de uma forma envolvente e convincente. É um grande banquete para olhos e para os ouvidos que volta e meia ainda divagam sobre os loucos anos 1970 e a exploração dos limites da liberdade.
Cineasta sueco volta a criticar acidamente a hipocrisia da sociedade, agora com trama eat the rich que envolve o mundo da moda e um cruzeiro
Texto por Janaina Monteiro
Foto: Diamond Films/Divulgação
O cinema do sueco Ruben Östlund é feito para desafiar o espectador. Sua intenção é clara: instigar e provocar reações nada açucaradas com suas sátiras ácidas, recheadas de criatividade. E esse jeitinho sueco de criticar a hipocrisia da sociedade vem lhe rendendo cada vez prestígio entre a classe, sobretudo perante seus colegas europeus. Com Triângulo da Tristeza (Triangle Of Sadness, EUA/Suécia/Reino Unido/Alemanha/França/Turquia/Dinamarca/Grécia/Suíça/México, 2022 – Diamond Films), Ruben repetiu o feito de The Square, de 2017 e levou mais uma vez a Palma de Ouro no Festival de Cannes, tornando-se o nono cineasta a ter duas palmas de ouro na história.
Sim, a exploração dos pobres pelos ricos, da situação oprimido versus opressor, pode ter se tornado um tema batido, só que o modo como Ruben escancara essa disparidade entre os superricos e a classe trabalhadora é, de fato, instigante e capaz de chocar aqueles mais acanhados. Afinal, o sueco coloca no mesmo barco (ou melhor, no mesmo cruzeiro) personagens estereotipados e um tanto caricatos, mas é eficiente ao subverter os papeis e modelos de comportamento, como ao travar o embate entre o magnata russo capitalista Dimitry (Zlatko Buric), dono de uma empresa de fertilizante, e o comandante do navio, bêbado e comunista, interpretado por Woody Harrelson. Os dois protagonizam um dos momentos mais hilários e geniais do cinema recente.
Em comparação a The Square, em Triângulo da Tristeza Ruben fez questão de usar PH beirando a zero. Sua qualidade “cítrica e crítica” já fica evidente nas peças de divulgação do filme. Na conta do Instagram, por exemplo, não escapam vômitos dourados de caviar. “Free botox for everyone” (botox grátis para todos, em português), estampa um cartaz.
O botox, nesse caso, é para ser injetado sobretudo no chamado triângulo da tristeza, que leva esse nome por conta das marcas de expressão quando contraímos a testa, seja para chorar ou para estampar a insatisfação. Preste atenção, vá na frente do espelho e perceba a medida do seu triângulo.
Essa explicação do que vem a ser o tal triângulo da tristeza surge logo no início do filme (que, aliás, conta com três atos bem marcados). No início, somos apresentados a uma série de modelos que participam de um teste para estampar uma campanha publicitária de uma loja de roupas. Um deles é Carl (Harris Dickson). Para vender para os ricos, a orientação é fazer cara blasé e acionar a região do triângulo. Para o público consumidor de artigos populares, o modelo deve abusar dos sorrisos radiantes.
Carl namora a também modelo e influenciadora digital Yaya, interpretada pela atriz Charlbi Dean (que morreu, aos 32 anos, vítima de sepse, em agosto do ano passado, não tendo a felicidade em ver o filme indicado em três das categorias principais do Oscar: filme, direção e melhor roteiro original).
Questões monetárias e de equidade social e de gênero já surgem como o fio condutor da narrativa no diálogo entre Carl e Yaya a respeito de quem deve pagar o jantar do casal. E o rapaz se sente ofendido porque sua namorada é quem ganha mais e, portanto, ela acha que deveria pagar. No segundo ato, os dois aparecem como convidados de um cruzeiro ao lado de ricaços, entre eles um casal de representantes da indústria bélica. Viciada em likes, Yaya não desgruda de seu celular. Carl lê Dostoievski na beira da piscina.
Quando o naufrágio dá início ao terceiro ato, Ruben inverte o triângulo (ou melhor, a pirâmide social). O mais forte ali não é quem tem dinheiro, mas quem consegue ser mais forte e se impor. Neste momento, a personagem da filipina Dolly de Leon, de nome Abigail, vai mostrar quem manda na ilha – o que, certamente, deixaria Jean-Jacques Rousseau de boca aberta.
Aliás, foi o filósofo francês quem disse “quando o povo não tiver mais nada o que comer, ele comerá os ricos”. E assim o cinema vai abrindo cada vez mais espaço a uma espécie de subgnênero: o “eat the rich”, que surpreendeu o mundo com Parasita levando o Oscar alguns anos atrás. Ou seja, quando o barco afunda, a conta bancária não faz a mínima diferença.
Como instigar o diálogo e a reflexão em um ambiente de sororidade dentro de comunidade que incentiva a masculinidade tóxica
Texto por Taís Zago
Foto: Universal Pictures/Divulgação
Em 2010, uma série de 151 estupros e abusos sexuais chocou o mundo em um assentamento menonita chamado Manitoba, na Bolívia. Os crimes foram cometidos por um grupo de nove homens, no qual a maioria era composta por integrantes da comunidade. Eles borrifavam pelas janelas das casas um spray narcótico à base de beladona e que servia de anestésico para animais antes da castração. Por deixarem as vítimas e suas famílias inconscientes e com perda de memória, seus crimes foram acobertados por algum tempo… até que dois desses homens foram pegos no ato. Após julgamento e prisão, a maioria deles ainda cumpre pena em um presidio perto da cidade de Santa Cruz.
Tendo essa ocorrência como base, a escritora canadense Miriam Toews, que também cresceu entre menonitas, escreveu seu romance parcialmente ficcional, Women Talking, publicado em 2018. Toews queria, por meio de seu livro, dar voz às mulheres da comunidade menonita, as quais quase sempre são silenciadas pelos homens que comandam a religião. No romance, a autora deixa em aberto a localização da comunidade e não expõe diretamente os crimes cometidos. Também dá a palavra para as mulheres e abre uma grande discussão sobre machismo, patriarcado e abuso.
Os menonitas são um movimento do cristianismo evangélico que surgiu na Alemanha do século 16, seu nome tem como origem o teólogo Menno Simons (1496-1561). Com o passar do tempo, a religião originou agrupamentos rurais fechados ao redor do mundo, onde se prega uma forma frugal de existência, longe de tecnologias, ciência e completamente dominada pelos homens. Algo bastante parecido com os amish, que formam umoutro grupo também originário do protestantismo alemão. Mais alguém por aí pensou em O Conto da Aia? Pois saibam que vocês não estão sozinhos: a escritora Margaret Atwood teceu enormes elogios à obra de Mirian Toews.
Com esse material em mãos, a atriz, diretora e roteirista Sarah Polley chamou um grupo estelar de atrizes mulheres para fazer exatamente o que o título diz: falar. Sarah roteirizou e dirigiu, enquanto Frances McDormand produziu e atuou em um modesto papel como a conformada Scarface Janz. O cenário é praticamente um só – o celeiro da comunidade, um ambiente soturno, sombrio, úmido e pouco acolhedor. Após a ocorrência dos abusos, as mulheres resolvem se reunir e decidir o que fazer dali para frente, enquanto os homens da comunidade haviam se ausentado, para justamente ir pagar as fianças dos estupradores. Caiu, deste modo, a última gota d’água em um barril transbordando abusos e agressões. Após uma votação dentre os presentes, duas das três soluções ofertadas (seguir como antes ou enfrentar ou fugir) acabaram empatando (ficar e enfrentar os homens ou fugir). Para decidir esse impasse foram selecionadas oito mulheres das famílias mais importantes da comunidade, entre elas Ona (Rooney Mara), Salome (Claire Foy), Mariche (Jessie Buckley), Agata (Judith Ivey) e Greta (Sheila McCarthy). Por serem praticamente iletradas, essas mulheres convocaram August (Ben Whishaw) – um filho pródigo da comunicada que havia sido excomungado e que retornara para servir como professor dos meninos menonitas – para escrever a ata do encontro e fazer o registro que seria entregue aos homens quando voltassem da cidade.
Entre Mulheres (Women Talking, EUA/Canadá, 2022 – Universal Pictures) tem a dinâmica de uma peça de teatro: apenas uma locação, figurinos modestos e diálogos que beiram monólogos na penumbra. Com essa configuração fica complicado prender a atenção do espectador fora do palco e da proximidade que temos na dramaturgia teatral. Mas Sarah e o sensacional elenco conseguem esse feito. Women Talking é uma roda de discussão sobre todos os temas que afligem mulheres oprimidas ao redor do mundo. Somos expostos aqui a uma miríade de sentimentos que brotam dessas mulheres – medo, raiva, ira, rancor, culpa, arrependimento, negação, impotência, tristeza e mágoa. Cada uma tem sua história de sofrimento derivada da dominação masculina e da ausência de voz – enquanto uma lida com uma brutal violência doméstica, outra sofre as consequências de uma gravidez indesejada como fruto do estupro e outra encara após a violência à sua transexualidade. Estamos diante de todo o leque de difíceis temas discutidos pelo feminismo desde seu surgimento. Aqui isso se espelha dentro de uma sociedade paralela que simplesmente ignorou as mudanças dos tempos ao seu redor. Os menonitas, não raramente, são nômades, mudam de lugar conforme suas exigências arcaicas são questionadas pelas autoridades locais ou pela opinião pública. Esse tipo de dinâmica favorece a invisibilidade feminina e reforça as relações de codependência entre homens e mulheres.
Sarah Polley abre o filmecom a frase “What follows is an act of female imagination” (O que vem a seguir é fruto de imaginação feminina, em português). É a síntese do exercício que Polley e Toews fizeram em suas respectivas obras: ambas ofereceram um microfone para os prováveis e necessários pensamentos que nunca tomaram forma concreta após a violência real sofrida pelas menonitas na Bolívia, assim como em várias outras culturas e grupos onde a masculinidade tóxica e a insegurança masculina forçam, ainda hoje, milhões de mulheres em uma caixinha com quase nenhuma autonomia onde são mantidas pequenas e “inofensivas”. Um adestramento monstruoso como forma de garantia da manutenção do poder patriarcal. Portanto, talvez o maior legado de Women Talking seja exatamente o de instigar o dialogo e a reflexão em um ambiente de sororidade.
MC do Planet Hemp recria obra praieira de Dorival Caymmi com a participação de Danilo Caymmi e da Orquestra à Base de Sopro de Curitiba
Texto e foto por Abonico Smith
Bernardo Santos teve uma epifania na adolescência, nos anos 1980, deitado no chão do quarto, ouvindo o vinil Canções Praieiras, de Dorival Caymmi. Durante a audição das quatro faixas do lado A, seu corpo tremia todo, a cabeça alucinava com as imagens propostas pelas letras. Quando a agulha chegou ao sulco central do long play, bateu aquele medo de virar o disco. Se a metade inicial já provocara todo esse rebuliço nele, arriscar as outras quatro faixas finais logo de cara passava a ser algo temeroso a se fazer de imediato.
Esta pequena lembrança de sua adolescência foi contada logo após o início do showBNegão Canta Dorival Caymmi com a Orquestra à Base de Sopro de Curitiba, a principal atração do último dia 27 de janeiro da tradicional Oficia de Música de Curitiba que há 40 edições enche de harmonias, melodias, cantos e instrumentos a capital paranaense. No Teatro Guaíra, BNegão voltava a receber seu fiel escudeiro neste projeto, o violinista Bernardo Bosisio, para recriar as tradicionais canções registradas na fase “praieira” de Dorival Caymmi, majoritariamente gravadas no formato voz e violão. Juntos, algumas vezes já se apresentaram algumas vezes nos últimos anos para celebrarem este período todo especial da obra desta divindade que representa um período de ligação entre os sambas-canção da era de ouro do rádio no Brasil (todos os anos 1940) e o surgimento da bossa nova (final dos 1950). Desta vez, porém, trouxe novidades.
Dois convidados ilustres da cidade também participaram do concerto. Veio primeiro Orquestra à Base de Sopro de Curitiba, criada há 25 anos e com extenso currículo de concertos e presenças na Oficina, veio primeiro. Com doze instrumentistas de sopro (um deles seu regente e diretor artístico, Sergio Albach) e mais o acompanhamento de bateria, percussão, contrabaixo acústico e piano. Preencheu alguns dos arranjos com uma sofisticada orquestração que em vários momentos não só relembrou a sofisticação do pop dos anos 1960 como também o tempo em que as canções pré-praieiras de Caymmi era executadas pelos muitos músicos contratados para trabalhar diariamente no auditório da Rádio Nacional no Rio de Janeiro. Isto é, tempos em que a música popular, fosse nacional ou estrangeira, apresentava uma riqueza de possibilidades analógicas que maravilhavam todo e qualquer ouvido. E já na metade final do repertório, Danilo Caymmi, um dos filhos do homenageado (e que também mora em Curitiba há alguns anos), ocupou a cadeira do outro lado de BNegão para dividir com ele os vocais de algumas das principais composições do pai. Por fim, o set list de 16 canções apontou para o que o artista carioca irá apresentar em seu próximo álbum, o primeiro efetivamente solo, que será gravado no decorrer deste ano (e muito provavelmente com o acompanhamento não só de Bosisio mas também da própria orquestra curitibana).
O que se viu durante cerca de uma hora de concerto foi um BNegão extremamente emocionado por estar no comando de versos poderosos de Caymmi, que exaltam as belezas, alegrias, tristezas e perigos do mar mais todo o universo que gravita ao redor das ondas: o vento, os peixes, as jangadas e canoas, a praia, as mulheres dos pescadores e também a soberana rainha das águas, Iemanjá. A afinação mais grave do violão usado por Caymmi nas gravações estava reproduzida por Bosisio. O vozeirão tonitruante de Danilo, por sua vez, incorporou a principal característica de seu pai enquanto intérprete. Já o também MC do Planet Hemp, por sua vez, justificou de cabo a rabo a “herança espiritual” daquele repertório. Fala mansa, timbre menos grave do que o de Dorival porém não tão longe assim para se encaixar perfeitamente nas canções, reverência constante ao mestre e ainda um ligeiro quê de esperteza e malemolência para dar brilho à interpretação das obras escolhidas para aquela noite. Do início, sossegado e na brisa de “O Vento” às várias saudações a Iemanjá (“Dois de Fevereiro”, “Promessas de Pescador”, “Morena do Mar” e “Rainha do Mar”), passando por flertes com o PH, como no canto falado da work song “Pescaria (Canoeiro)” ou nos versos violentamente trágicos e impactantes de “A Jangada Voltou Só”.
E não poderia ser algo diferente o final de toda aquela celebração que não com “Canção da Partida”. De vinheta de abertura do álbum Caymmi e o Mar (pertencente a uma história narrada com prosa e músicas entremeadas), a marchinha transformou-se em hino, daqueles de serem cantados a plenos pulmões. Tanto que, segundo contou Danilo no palco daquela noite, tornou-se um grande hit na Rússia de Vladimir Putin. Tudo por conta de uma adaptação do cinema norte-americano (rodada inteiramente na Bahia e falada em inglês) do livro Capitães de Areia, de Jorge Amado. The Sandpit Generals, de 1971, foi fracasso de bilheteria em território norte-americano, mas fez tanto sucesso quando exibido na então União Soviética, com a canção na voz de Dorival na trilha sonora. Se no Brasil pouco se soube sobre a produção, já que ela fora censurada pela ditadura militar, os jovens russos adotaram a melodia, que depois até ganhou uma versão em russo e se transformou em símbolo da entrada no mundo adulto no comunismo da era anterior a Leonid Brejnev, que liderou o Soviete Supremo de 1977 até morrer em 1982). Vale lembrar que aquele período ficou conhecido como era da estagnação. Muitos dos recrutas dispensados de servir ao país durante a Guerra do Afeganistão (que duraria de 1979 a 1989) não encontravam oportunidades de estudar nem trabalhar e viram na obra do baiano o manifesto perfeito para quem se encontrava às margens da sociedade e via o ingresso em organizações mafiosas daquele país como a única tábua de salvação para continuar tocando a vida.
No Guaíra, a pequena multidão não vinha de Moscou e arredores e nem devia saber da existência do tal filme mas reagiu tal qual aquela juventude russa distante dos anos de 1971 (o filme) ou 1957 (Caymmi e o Mar). Quando o arranjo acabou, a alternativa para os cantores e instrumentistas ali no palco foi retomar a música imediatamente, de tanto entusiasmo e efusividade. Sinal de toda a contemporaneidade de Dorival Caymmi, afinal grande parte da plateia do teatro era formada por pós-adolescentes, jovens e jovens adultos que também não eram nascidos no tempo da produção fonográfica praieira de Caymmi ou quando The Sandpit Generals foi rodado. E tal como BNegão, tiveram uma epifania – agora coletiva – naquela noite ao som da obra do baiano que cantou como ninguém o mar (e sem saber nadar, aliás!).
Set list: “O Vento”, “Noite de Temporal”, “Quem Vem Pra Beira do Mar”, “Pescaria (Canoeiro)”, “Dois de Fevereiro”, “O Bem do Mar”, “Promessa de Pescador”, “Morena do Mar”, “Rainha do Mar”, “Itapoã”, “O Mar”, “A Jangada Voltou Só”, “É Doce Morrer no Mar”, “A Lenda do Abaeté”, “Saudade de Itapoã” e “Canção da Partida”.
Sessenta curiosidades para celebrar a trajetória de 60 anos do agente secreto britânico James Bond nas telas de cinema
Texto por Carolina Genez
Fotos: Divulgação
Seja pelo visual sempre memorável, pela trilhas sonoras marcantes ou pelas aventuras eletrizantes todo mundo conhece Bond, James Bond. Muito popular, o espião mais famoso da história do cinema já foi interpretado por um seleto grupo de seis atores.
Como neste ano de 2022 James Bond completa seis décadas de chegada às grandes telas, o Mondo Bacana elaborou 60 curiosidades que marcaram esta trajetória de sucesso de bilheterias e culto mundial que perpassa gerações e permanece cristalizado até hoje.
Ian Fleming
>> Apesar de sua estreia no cinema ter sido em 1962 em 007 Contra o Satânico Dr. No, o personagem foi criado em 1953 pelo militar, jornalista e escritor britânico Ian Fleming. Sua primeira aparição foi no livro Casino Royale.
>> Apesar de ser um personagem fictício, de fato existiu um James Bond na vida real. Fleming encontrou inspiração para o nome do agente em um livro de pássaros escrito por um ornitólogo chamado… James Bond.
>> Assim como 007, Ian Fleming também foi um espião naval durante a Segunda Guerra Mundial.
007 Contra o Satânico Dr. No (1962)
>> 007 Contra O Satânico Dr. No não era bem uma opção dos produtores para dar o pontapé inicial na história cinematográfica de James Bond. O filme foi escolhido para ser a primeira adaptação porque os sócios Albert Broccoli e Harry Saltzman, que fundaram em 1961 a companhia Eon Productions, não possuíam os direitos do livro Casino Royale. Como outras histórias ou faziam parte de uma disputa judicial ou eram muito caras para serem gravadas, Dr. No (o título original, em inglês) parecia ser a melhor decisão.
>> Desde 1962 já foram lançados nos cinemas 25 filmes do agente. Isto se for contabilizada somente a lista das produções da Eon. Existem ainda outras duas produções “não oficiais” (isto é, não bancadas pela empresa criada por Broccoli e Saltzman).
>> Casino Royale (1967) e 007 – Nunca Mais Outra Vez (1983) são os títulos fariam o número subir para 27. Na primeira, Bond (interpretado por David Niven) é tirado de sua aposentadoria para mergulhar no mundo dos cassinos de Mônaco. Sua missão é derrotar um de seus mais tradicionais inimigos, Le Chiffre (Orson Welles). No outro, com Sean Connery de volta ao papel principal, o protagonista rivaliza com membros e cabeças da Spectre. Detalhe: Um ainda iniciante e desconhecido Woody Allen está no elenco de Casino Royale.
Moscou Contra 007 (1963)
>> O papel de 007 já foi interpretado por seis diferentes atores nas produções oficiais: Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig.
>> Doze diretores já assinaram a direção dos filmes da Eon: Terence Young, Guy Hamilton, Lewis Gilbert, Peter R. Hunt, John Glen, Martin Campbell, Roger Spottiswoode, Michael Apted, Lee Tamahori, Marc Forster, Sam Mendes e Cari Joji Fukunaga.
>> John Glen é o cineasta que mais dirigiu filmes do espião britânico. São cinco no currículo.
>> Apesar de ainda não ter feito uma história de James Bond, Steven Spielberg é fã declarado do agente secreto. A série de filmes protagonizada pelo personagem Indiana Jones é uma homenagem ao espião. Já em Tubarão (1975), há cenas inspiradas em 007 Contra a Chantagem Atômica (1965).
>> Para agradecer e retribuir a homenagem de Spielberg, os roteiristas de Bond batizaram de Jaws (título original de Tubarão) o vilão de dentes de aço de 007 – O Espião que me Amava (1977). No filme, o personagem ainda mata um tubarão a dentadas.
007 Contra Goldfinger (1964)
>> O título de maior bilheteria da saga até hoje é 007 Operação Skyfall (2012). Com direção de Sam Mendes, o longa arrecadou mais de um bilhão de dólares e ainda se destacou no Oscar ao arrebatar duas estatuetas, nas categorias mixagem de som e canção original.
>> Por falar em Oscar, 007 – Sem Tempo Para Morrer (2021) é o terceiro título da franquia a levar o Oscar na categoria canção original, com “No Time to Die”, na voz de Billie Eilish, neste ano. Em 2013, Adele levou o troféu com “Skyfall”, tema de 007 Operação Skyfall (2012). Já 007 Contra Spectre (2015) foi embalado por “Writing’s On The Wall”, de Sam Smith, vencedor do ano seguinte. Detalhe é que as estatuetas foram ganhas pelas últimas três produções, lançadas nos últimos dez anos apenas.
>> Apesar de nem todas as músicas terem sido premiadas com o Oscar, os temas dos filmes da série são disputados entre os artistas do momento. Já gravaram canções de 007 nomes como Paul McCartney, A-ha, Shirley Bassey, Tom Jones, Lulu, Tina Turner, Madonna, Garbage, Nancy Sinatra, Duran Duran, Sheryl Crow e Carly Simon. No serviço de streaming Amazon Prime, por sinal, está disponível um documentário em torno da criação de várias destas famosas canções feitas e gravadas para cada filme. Chama-se As Músicas de 007.
007 Contra a Chantagem Atômica (1965)
>> Já a tão famosa música-tema de James Bond foi composta por Monty Norman. Entretanto, a cara definitiva dela foi dada pelo maestro John Barry, junto aos músicos de sua banda, que misturava rock e jazz. A música vendeu mais de 25 milhões de discos e está presente em todos os filmes da série. Em As Músicas de 007, toda a sua concepção é dissecada também.
>> Outra marca registrada dos filmes do agente são as bond girls. Em 25 produções, a franquia já apresentou quase 60 delas. A mais famosa delas é a suíça Ursula Andress.
>> Apesar da saga contar com muitas mulheres, foi apenas no mais recente longa que uma mulher ocupou o papel do agente. A personagem interpretada pela atriz Lashana Lynch assume o codinome 007 durante a aposentadoria do astro da espionagem, no início de 007 – Sem Tempo Para Morrer (2021).
>> Ainda sobre as bond girls, apenas duas atrizes reprisaram seus papéis: Eunice Gayson e Léa Seydoux.
Com 007 só se Vive Duas Vezes (1967)
>> Desde o primeiro filme da saga, James Bond também é lembrado pelo seu famoso drink: um martini batido (e não mexido) com vodka (e não gim). O pedido do agente foi tão marcante que fez a popularidade do gim cair.
>> Mais de 45 carros já passaram pelas mãos de James Bond. O mais famoso deles é um Aston Martin DB5, utilizado em 007 Contra Goldfinger (1964). O automóvel era equipado com traquitanas nada usuais sobre quatro rodas, como assento ejetor e metralhadoras.
>> A frase “Meu nome é Bond, James Bond” é uma das mais conhecidas da história do cinema. Ela foi dita pela primeira vez já no primeiro filme, aos 5 minutos e 38 segundos de 007 Contra o Satânico Dr. No (1962).
007 A Serviço Secreto de Sua Majestade (1969)
>> É necessária muita vontade para viver o agente britânico nas telas. Por conta das locações em diversas partes do mundo e das muitas cenas de ação, as jornadas diárias de trabalho dos protagonistas duram em média 14 horas.
>> Tendo arrecadado mais de 12 bilhões de dólares, 007 é a série de filmes mais lucrativa da história do cinema.
>> James Bond foi eleito o maior herói de Hollywood pela Entertainment Weekly em 2009. O segundo lugar ficou com Indiana Jones e o terceiro com o Homem-Aranha.
>> James Bond não é o único agente da MI-6. O codinome 007 se refere a um seleto grupo de agentes 00, onde cada zero significava inicialmente o número de mortes necessárias para se tornar um espião.
>> A designação 00 também significa (a partir do terceiro livro, 007 Contra o Foguete da Morte, publicado em 1955) que o agente possui a “licença para matar” concedida pela rainha da Inglaterra.
>> Somando todos os filmes, James Bond já matou mais de 600 pessoas.
Com 007 Viva e Deixe Morrer(1973)
>> Inicialmente Ian Fleming, via como o filme perfeito do 007 uma produção dirigida por Alfred Hitchcock e estrelada por Cary Grant. Entretanto, o escritor mudou de ideia quando viu Sean Connery em 007 Contra o Satânico Dr. No (1962).
>> Entre os atores que protagonizaram os filmes de 007, apenas Daniel Craig e Roger Moore eram, de fato, ingleses. Pierce Brosnan é irlandês. Sean Connery, escocês. Timothy Dalton veio do País de Gales. Já George Lazenby era australiano.
>> Um dos filmes de James Bond tem uma cena realizada no Brasil. Em 007 Contra o Foguete da Morte (1979), Roger Moore veio ao Brasil rodar o filme. A cena de ação tem o bondinho do Pão de Açúcar como cenário.
007 Contra o Fogeuete da Morte (1979)
>> Sean Connery quase foi morto durante a gravação de uma cena de perseguição com um helicóptero em Moscou Contra 007 (1963). O piloto era inexperiente e voou baixo demais.
>> Assim como o agente secreto, Connery também fez parte da marinha britânica. O ator se alistou aos 16 anos mas precisou se afastar por conta de problemas de saúde
>> O ator que primeiro fez 007 nos cinemas passou 12 anos sem interpretar o papel. Ausente desde 1971, retornou em 1983, em 007 – Nunca Mais Outra Vez, o tal filme que não era da Eon. Foi convencido por sua esposa a retomar o papel que o fizera famoso no cinema.
007 Somente Para Seus Olhos(1981)
>> Sean Connery foi consagrado como sir em 2000, quando tornou-se um dos cavaleiros da Rainha Elizabeth II pelos serviços pelo cinema e pelas artes.
>> Sua performance como James Bond foi ranqueada em quinto lugar na lista dos 100 maiores personagens de todos os tempos elaborada pela revista francesa Première.
007 – Permissão Para Matar(1989)
>> George Lazenby participou de um único filme da franquia, 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade(1969). Isso ocorreu durante um breve período de ausência de Sean Connery.
>> Durante o filme, Lazenby acusou seu par romântico, Diana Rigg, de comer alho propositadamente antes de atuarem juntos em cenas de amor.
>> O australiano desejava fazer as próprias cenas de ação sem uso de dublês, porém o estúdio era contra. Um dia foi permitido que ele fizesse uma das cenas de acrobacia. O ator quebrou o braço, o que atrasou as filmagens.
>> Lazenby foi convidado para uma sequência, porém recusou. Acreditava que o agente secreto britânico se tornaria um anacronismo em plena era de Woodstock.
>> Além de um filme de 007, George fez outra aparição como um agente britânico secreto no telefilme A Volta do Agente da UNCLE (1983), que tinha como base uma popular série também de TV. Seu personagem é chamado de JB, que poderia significar James Bond. Neste longa, ele também diz o famoso bordão “batido, não mexido”.
007 Contra GoldenEye (1995)
>> Era para Roger Moore interpretar o agente britânico mais cedo. Ian Fleming queria o ator desde o primeiro filme, porém ele não pode aceitar por estar envolvido com a série O Santo (1962-1969).
>> Em um intervalo de 12 anos (1973-1985), Roger Moore atuou em sete filmes do agente britânico. É o ator que mais participou de filmes da Eon como James Bond, superando por um título Sean Connery.
>> Claro que com todo este tempo interpretando o agente secreto, Moore saiu com algumas marcas. Em Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973), quebrou um dente em uma cena de perseguição em uma lancha. Em 007 Contra Octopussy (1983), cortou a mão e deslocou um ombro.
>> Os contratos de Roger incluíam uma cláusula que garantia a ele um suprimento ilimitado de cigarros da marca Monte Cristo.
>> Moore também achava que corria de forma esquisita. Por isso, precisou de dublês para todas as cenas em que seu personagem aparece correndo.
007 – Casino Royale (2006)
>> Timothy Dalton fez dois filmes como James Bond: 007 Marcado Para a Morte (1987) e 007 – Permissão Para Matar (1989). Ele deveria estrelar um terceiro título. Porém, por conta de problemas com o roteiro e a produção, ocorreu um intervalo gigante até o próximo filme. Quando finalmente começaram a produzir 007 Contra GoldenEye (lançado em 1985), o ator abriu mão do papel.
>> Dalton incorporou um James Bond mais humano, realista e condizente com os livros de Ian Fleming
>> Seu Bond foi o último a fumar nas telas.
>> Os filmes de Dalton foram gravados no auge da epidemia de aids. Por isso, o ator sugeriu que James Bond tivesse apenas um relacionamento. A ideia foi acatada e assim a relação teve ares mais românticos do que nos filmes anteriores.
>> Segundo o galês, seus filmes favoritos do agente secreto britânico são: 007 Contra o Satânico Dr. No (1962), Moscou Contra 007 (1963) e 007 Contra Goldfinger (1964). A justificativa é de serem mais parecidos com os livros de Fleming.
007 Operação Skyfall(2012)
>> Pierce Brosnan interpretou James Bond entre 1995 e 2002. Durante esse período, o ator foi liberado para participar de outras produções. A única restrição era quanto ao uso em cena de um smoking.
>>007 Contra GoldenEye (1985) termina com o saldo final de 47 mortos, fazendo deste o filme um dos mais letais da franquia. O James Bond de Brosnan também é o mais assassino de todos. O ator matou 135 pessoas durante sua trajetória como o agente britânico.
>> O primeiro convite para ele atuar como James Bond veio por causa de sua primeira mulher, a atriz Cassandra Harris, que atuou em 007 – Somente Para Seus Olhos (1981), ao lado de Roger Moore. Brosnan foi visitá-la no set deste filme e o produtor ficou encantado com o ator. “Se este cara souber atuar, ele é meu próximo Bond”, disse Broccoli.
>> Pierce Brosnan foi convidado, então, para substituir Moore. Ele, porém, não pode aceitar o papel na época por estar atuando na série Jogo Duplo.
>> Além de seu salário, Brosnan recebeu um carro por cada filme.
007 Contra Spectre (2015)
>> A escolha de Daniel Craig para interpretar Bond foi polêmica já que ele é loiro, enquanto James Bond é tradicionalmente moreno. Além disso, o ator nasceu seis anos depois da estreia do primeiro filme da série.
>> Na primeira cena de luta de Casino Royale (a versão de 2006, já com os direitos adquiridos pela Eon), Craig levou um soco e perdeu dois dentes.
>> A era Daniel Craig se diverge das outras, já que pela primeira vez há uma trajetória completa, formando uma sequência, uma história coesa. Os filmes anteriores, embora fossem com o mesmo ator fazendo o papel de James Bond, sempre se revelavam aventuras independentes umas das outras.
>> Daniel Craig foi o ator que deteve por mais tempo o posto de 007: foi uma década e meia entre os lançamentos de Casino Royale (2006) e de 007 Sem Tempo Para Morrer (2021). Inclusive, a marinha britânica chegou até a dar ao ator o título de comandante honorário, a mesma patente do agente nos filmes.
>> Daniel Craig é o James Bond que mais bebe em toda a trajetória do personagem nos cinemas.