Music

Astrud Gilberto

Cantora que popularizou a bossa nova no mundo todo deixa legado inestimável apesar de ter passado os últimos anos no isolamento

Texto por Carlos Eduardo Lima (Célula Pop)

Foto: Reprodução

Acordamos nesta terça-feira 6 de junho com a notícia triste do falecimento de Astrud Gilberto. Ela foi, durante um bom tempo, a cantora mais importante e conhecida do Brasil no exterior, responsável pela voz em “The Girl From Ipanema”, canção que popularizou a bossa nova em nível mundial, gravada em 1963. Filha de pai alemão e mãe brasileira, ele professor, ela instrumentista, Astrud já tinha certa familiaridade com a música, mas a participação no clássico de Tom Jobim e Vinícius de Moraes foi sua primeira gravação profissional, aos 22 anos. E aconteceu por acaso: na cabine de gravação do estúdio da Verve Records, em Manhattan, naquele dia 18 de março de 1963, estavam monstros como o produtor Creed Taylor, o letrista Norman Gimbel (que compôs a versão em inglês de “Garota de Ipanema”), o engenheiro Phil Ramone, além de João Gilberto (então marido de Astrud), o saxofonista Stan Getz e o próprio Tom Jobim. Taylor queria alguém para cantar a versão em inglês e Astrud se ofereceu para a tarefa. O resultado – um dueto entre João e Astrud – foi parar em Getz/Giberto, o álbum que catapultou a bossa nova para os Estados Unidos e, dali, para o mundo.

Este episódio, ainda que pareça o início de uma carreira brilhante, marca, na verdade, um grave caso de abuso. Astrud, inexperiente e jovem, recebeu apenas 120 dólares por sua participação em Getz/Gilberto. João, segundo Chega de Saudade, livro escrito por Ruy Castro, lucrou cerca de 23 mil dólares, enquanto Stan Getz arrebatou perto de um milhão de dólares. Além disso, a participação dela foi omitida dos créditos do álbum, mesmo sua interpretação sendo indicada ao Grammy como melhor gravação em 1964. Nos meses seguintes, ela integrou a banda de Getz em um papel secundário, ganhando mal, ao mesmo tempo em que via seu casamento com João terminar por conta da relação dele com Miúcha.

Felizmente, Astrud meio que renasceu em 1965, deixando a banda de Getz e todo o resto para trás, iniciando, de fato, uma carreira vitoriosa na Verve, tendo gravado, de 1965 a 1971, nada menos que oito discos solo – The Astrud Gilberto Album (que lhe rendeu mais uma indicação ao Grammy de melhor interpretação vocal, feminina), The Shadow Of Your SmileLook To RainbowBeach SambaA Certain Smile, A Certain SadnessWindySeptember 17, 1969 e I Haven’t Got Anything Better To Do – tendo a chance de trabalhar com luminares como Gil Evans e Walter Wanderley (e com Quincy Jones, em “Who Needs Forever”, tema de Deadly Affairthriller dirigido por Sidney Lumet. Além destes, Astrud também gravou dois álbuns para a CTI Records, Astrud Gilberto With Stanley Turrentine e Now, até 1972.

Os primeiros trabalhos, registrados até 1966, investem nos desdobramentos e interpretações de Astrud como uma cantora de bossa nova, pegando todos os standards possíveis do estilo e colocando-os a serviço de sua voz agridoce. A partir de A Certain Smile…, de 1967, os produtores começaram a enxergá-la como uma cantora versátil o bastante para se apropriar do cancioneiro pop mais universal da época. Não por acaso é deste álbum a bela versão dela para “Call Me”, cavalo de batalha interpretado por Chris Montez no ano anterior e gravado por todo mundo que importava naquele tempo. Neste disco ela trabalhou com o sensacional organista Walter Wanderley mas foi com Windy, de 1968, que esta transição ficou mais forte. Já na faixa-título Astrud surge triunfal, levando sua formosura também para “Never My Love” (ambas foram sucesso com o grupo Association) e até para uma releitura belíssima de “In My Life”, dos Beatles. Mesmo assim, ela não deixou seu repertório original de lado, trazendo “Chup Chup I Got Away”, “Crickets Sing For Anamaria” (ambas de Marcos Valle) e “Dreamy” (Luiz Bonfá) para compor o álbum.

Essa tendência se intensificaria nos trabalhos seguintes, com destaque para o impressionante September 17, 1969, um disco psicodélico e plural, no qual Astrud interpreta canções gravadas por Beatles (“Here, There And Everywhere”), Doors (“Light My Fire”), Harry Nilsson (com uma adorável “Don’t Leave Me”), Chicago (“Beginnings”), além de momentos realmente belos, como a versão anglo-francesa para “Love Is Stronger Far Than We” e o pequeno épico soft-psicodélico “Summer Sweet Parts 1 & 2”, espantoso para uma voz que, cinco anos antes, representava a garota de Ipanema no inconsciente das pessoas. Os álbuns gravados para a CTI são o ápice deste movimento. Mesmo que Creed Taylor, dono da gravadora, tenha sido um dos responsáveis pela exploração que Astrud sofreu no início da carreira, ele sabia muito bem que apostar no talento dela era garantia de sucesso. Em Astrud Gilberto With Stanley Turrentine, de 1971, ela passeia com graça e desenvoltura por um repertório que vai de Eumir Deodato a Bacharach/Davis, passando por Jorge Ben (com uma versão jazzística e sensacional de “Zazueira”), Edu Lobo e Milton Nascimento. Em “Now”, do ano seguinte, ela reinventa novos sucessos de Jorge Ben (“Take It Easy My Brother Charles”) e Milton Nascimento (“Bridges”, a versão em inglês de “Travessia”), sem falar em algumas composições autorais, como a ótima “Zigy Zigy Za”, uma reinvenção de “Escravos de Jó”, com viagens instrumentais deliciosamente pop e “Daybreak”, impressionante. Ainda são dignas de menção as versões para “General da Banda” (de Blecaute) e “Baião” (de Luiz Gonzaga). 

Depois deste álbum, Astrud iniciou um processo de reclusão. Ela ainda gravaria um disco em 1977, That Girl From Ipanema, tentando atualizar algumas composições dos tempos da bossa nova sem muito sucesso, mas realizando um sonho antigo: gravar com ninguém menos que Chet Baker, o que aconteceu na faixa “Far Away”. Ao longo dos anos seguintes, ela se apresentou com seu repertório mais clássico em poucos festivais de jazz na Europa e nos Estados Unidos, gravou com a James Last Orchestra em 1986 e parecia fadada ao esquecimento, quando participou da campanha contra a aids promovida pela Red + Hot Organization, sendo convidada para gravar “Desafinado” por um fã recente, George Michael. No ano seguinte, Astrud realizou mais um disco solo, Temperance, em 1997 e anunciou sua aposentadoria permanente dos palcos e aparições públicas em 2002, após lançar um último e fraco álbum, Magya.

Os últimos tempos, no entanto, foram extremamente difíceis para Astrud Gilberto, que completou 83 anos em março deste ano. Suas experiências no mundo da música a afetaram profundamente e prejudicaram sua confiança nas pessoas, tendo feito vários álbuns sem contratos formais, apenas acreditando na palavra dos contratantes e produtores. Recebeu menos do que deveria, teve muito menos créditos como compositora do que merecia. Ela viveu seus últimos dias isolada, em seu apartamento com vista para o rio, na cidade americana da Filadélfia, com a companhia de um gato e as visitas e ligações dos filhos. Acabar isolada e desconhecida é um destino doloroso para uma artista tão exuberante, que seu filho João Marcelo a descreve com razão como “a cara e a voz da bossa nova para a maioria do planeta”. Ela merece ser homenageada como uma cantora que trouxe alegria ao mundo com uma música que, em suas próprias palavras, deu a todos “romance e sonho”.

Music

Arctic Monkeys

Oito motivos (entre eles alguns que envolvem o aguardado álbum The Car, que acaba de ser lançado) para não perder os shows dos britânicos no Brasil

Texto por Abonico Smith

Fotos: Divulgação

Se existe um dos nomes mais aguardados pelos fãs brasileiros de indie rock neste fim de ano, ele é o do Arctic Monkeys. Afinal, o grupo liderado pelo guitarrista, vocalista principal e letrista Alex Turner está de volta aos discos e palcos.

Passado um intervalo de quatro anos, o quarteto volta a lançar um novo álbum, The Car, o sétimo trabalho de estúdio da carreira, que chegou oficialmente às lojas físicas e plataformas digitais neste último 21 de outubro. Trazendo como base a divulgação desta coleção de dez novas faixas, Turner, Jamie Cook (guitarra, teclados), Nick O’Mailey (baixo) e Matt Helders (bateria e backing vocals) já estão na estrada desde o verão europeu.

Depois de participarem de um punhado de festivais, o grupo levou a turnê homônima aos Estados Unidos e mais alguns países do Velho Continente antes de chegar à América Latina, onde passa o próximo mês com datas marcadas para Brasil, Paraguai, Chile, Argentina, Peru, Colômbia e México. Em território nacional, o grupo é um dos headliners da primeira noite (5 de novembro) da primeira edição da edição em verde e amarelo do Primavera Sound, em São Paulo, no Distrito Anhembi (outras informações sobre o festival você tem aqui). Na véspera (dia 4), fazem um dos sideshows do Primavera no Rio de Janeiro na Jeneusse Arena. O segundo compromisso (dia 8) será em Curitiba, na Pedreira Paulo Leminski. Em ambas as oportunidades, a atração de abertura ficará por conta dos nova-iorquinos do Interpol, também escalados para o Primavera BR. Mais sobre os ingressos desses dois concertos paralelos você pode encontrar clicando aqui.

Como esquenta dessa nova vinda ao país de uma das mais importantes formações do rock britânico do século 21, o Mondo Bacana preparou oito motivos para você nem sequer pensar em perder a nova passagem do quarteto por aqui.

The Car

O sétimo álbum de estúdio demorou mais do que o previsto para ser apresentado publicamente por conta de uma interrupção forçada pela pandemia da covid-19. Neste caso, porém, o mal veio para o bem Afinal, a banda pode ter um bom tempo de sossego e calma para trabalhar na pós-produção e refinando a sonoridade até chegar com requinte e perfeição ao objetivo inicialmente proposto: fazer dos Arctic Mokeys, em um total de dez faixas, uma grande banda de sonoridade pop orquestral sixtie. Scott Walker, John Barry, Serge Gainsbourg, Burt Bacharach, George Martin… Boas referencias saltam aos ouvidos já durante a primeira audição. Também percebe-se o esmero dos vocais impressos por Alex Turner. Ele canta com estilo, livre, leve e solto. Manda diversos trechos em falsete com aquela segurança que só o tempo é capaz de dar a um grande músico (vale lembrar que aquele garoto-prodígio dos dois primeiros álbuns avassaladores dos Arctic Monkeys já chegou aos 36 anos!). E tem ainda a bela capa clicada pelo baterista Helders, com um automóvel estacionado solitariamente no terraço de um edifício-garagem.

Ao vivo no Kings Theatre

No dia 22 de setembro, os Monkeys estavam em Nova York. Mais precisamente no tradicional e recentemente renovado Kings Theatre, no Brooklyn, para fazer diante de 3 mil espectadores aquela que, até agora, foi a mais luxuosa (e intimista, se contar que era o palco de um teatro e quem viu tudo estava sentado em uma poltrona confortável) apresentação da turnê de The Car. No set list figuraram quatro das dez faixas do novo disco, sendo duas tocadas pela primeira vez ao vivo diante de seus fãs. “There’d Better Be a Mirrorball” fez o trabalho de abertura da noite. Lá pelo meio pintou ainda “Body Paint”, que já havia sido mostrada dias antes, mas desta vez na TV, durante o talk show comandado por Jimmy Fallon. O restante do repertório (18 outras canções) deram uma boa espanada na já extensa trajetória do grupo de Sheffield, com destaque para o mais popular trabalho, AM, de onde foram pinçadas seis faixas. Hits não faltaram, para mostrar que, sim, os Monkeys continuam uma grandiosa banda ao vivo, com muito peso e presença de palco. Entre eles estavam “Do I Wanna Know”, “Arabella”, “R U Mine”, “Why’d You Call Me Only When You’re High?”, “Crying Lightning”, “Brainstorm” e “I Bet You Look Good On The Dancefloor”. De quebra, pintou uma composição que não estava prevista inicialmente no set preparado para a noite (“The Ultracheese”, do álbum anterior Tranquility Base Hotel + Casino). Ficou com vontade de poder ter estado lá e assistido a este concerto de 45 minutos? Então acesse o YouTube da banda neste domingo, 23 de outubro, às 16h no horário de Brasília. O show será transmitido pela banda na íntegra por lá. Não poderá assistir a ele neste horário? Não tem problema também: tudo ficará disponível ali mais um pouco, até o dia 27.

I Ain’t Quite Where I Think I Am

A performance desta nova música do show no Kings Theatre também virou o videoclipe oficial dela. Executada na parte final do set list, a canção ganhou uma aura soul com a combinação entre o vocal estiloso de Turner, o efeito wah wah da sua guitarra, uma percussãozinha discreta e aquela mãozinha poderosa dos backings em falsete feitos por vários músicos no palco. Para completar, a reunião de versos bastante abstratos criados pelo frontman desenham um certo sentimento de entranheza e nao pertencimento durante um passeio pela Riviera francesa com sua namorada também francesa.

There’d Better Be a Mirrorball

Faixa de abertura de The Car e também de boa parte dos shows da nova turnê. Quando tocada ao vivo, com os músicos recém-chegados ao palco, pode até causar estranheza em fãs mais desavisados, esperando uma pancadaria sonora para injetar adrenalina na plateia logo de cara. Só que não. O desafio da trupe de Turner no novo disco é provocar um mergulho retrô pela sofisticação do pop sessentista, quando belas melodias e harmonias bem trabalhadas se encontravam com muitos arranjos de cordas que em muito ainda contribuíam para a riqueza auditiva. Não é diferente em “There’d Better Be a Mirroball”. Com versos que flertam com ares reflexivos provocados pela deparação do protagonista/narrador com uma ambientação de explícita decadência e aquela sonoridade de boate da boca do lixo, a faixa é o cartão de visitas da nova fase do grupo. Portanto, nada melhor do que também começar o concerto com ela, com as cordas disparadas em bases pré-gravadas ou mesmo recriadas em sintetizador. Curiosidade: Alex também assina a direção e a fotografia do videoclipe. As imagens foram todas captadas por ele durante as sessões de gravação do novo disco em Los Angeles, para onde carregou a tiracolo uma câmera de 16mm para também brincar de cineasta dentro do estúdio.

Body Paint

Mais uma faixa de The Car que ganhou videoclipe oficial antes mesmo do disco ter sido lançado oficialmente. Com direção de Brook Linder e imagens captadas entre Londres e Missouri, o clipe é, na verdade, um metaclipe. Mostra os bastidores da filmagem e da edição de um filme e brinca com diversas referências de formas circulares e retilíneas, além de fazer da projeção dentro da projeção um elemento vivo de cena, que comanda por meio de luzes uma determinada linha melódica de um riff ou ainda faz o vocalista se multiplicar em três para cada um deles cantar uma parte do mesmo verso. Os cinéfilos poderão notar a reverência ao cineasta norte-americano Alan J. Pakula (Todos os Homens do PresidenteA TramaA Escolha de SofiaKlute: O Passado Condena).

Tranquility Base Hotel + Casino

The Car é um passo além daquele dado pelo grupo há quatro anos, quando relevou ao mundo o surpreendente sexto álbum da carreira. O peso, a urgência e a ansiedade explosiva dos primeiros trabalhos deram lugar, em 2018, a um trabalho muito maduro, que mesclava referências sonoras díspares (entre elas glam, progressivo, jazz e psicodelismo). Certamente The Car não teria sido feito se não tivesse existido Tranquility Base Hotel + Casino – que, inclusive, chegou a abocanhar o Grammy de melhor disco de rock alternativo. Suas duas principais faixas continuam mantidas no novo repertório ao vivo (a música-título e “Four Out Of Five”) e devem ser tocadas para os fãs brasileiros.

505

Favourite Worst Nightmare (lançado em2007), rendeu três grandes hits naquele ano: “Brainstorm”, “Fluorescent Adolescent” e “Teddy Picker”. Quinze anos depois, mais uma faixa daquele trabalho veio a se juntar à mesma galeria de sucessos. Trata-se do final daquele segundo álbum da carreira. “505”, a famosa “última do lado B”, descoberta meses atrás pela geração Z e que viralizou a tal ponto no TikTok que impulsionou a canção, outrora obscura e desconhecida, ao pódio das maiores execuções dos Monkeys no Spotify. O título se refere ao número do quarto do hotel onde está a namorada do narrador/protagonista da canção, que preenche os versos com muita imaginação e os sobrecarrega com pimenta sexual (“In my imagination you’re waiting lying on your side/ With your hands between your thighs”, diz o refrão). Turner, em entrevista ao website britânico NME, diz achar curioso e legítimo o revival intenso da canção por uma geração que ainda era bem criança quando ela foi gravada e fechava os shows da banda na mesma época, mas também confessa ter ficado um tanto quanto confuso sobre o porquê da escolha e da adoração desta faixa. De qualquer modo, ele que não é bobo, já encaixou “505” no repertório desta turnê e em um lugar especial: o encerramento do bis, logo antes de todos os músicos deixarem o palco em definitivo.

Menino-prodígio

Lá em meados dos anos 2000, quando o MySpace bombava entre os fãs de rock e pop como a plataforma de divulgação musical mais democrática e interessante na recente internet 2.0, nomes como Arctic Monkeys, Lily Allen e Cansei de Ser Sexy pegaram muita gente de surpresa ao voarem do quase anonimato para a fama mundial. No caso da banda de Sheffield, Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006) entrou para a História como o álbum de estreia de maior vendagem no mercado fonográfico britânico (contabilizou quase 400 mil exemplares somente na primeira semana nas lojas. E mais: lançado por um selo independente chamado Domino, faturou o Brit Awards de melhor álbum da temporada e ainda passou a ser incensado como um dos mais fantásticos primeiros discos de um artista em todos os tempos. Alex Turner era o cérebro por trás de toda essa força-motriz. As faixas empolgavam por conseguirem encaixar um canto falado em um arranjo básico (leia-se guitarra, baixo e bateria) poderoso, urgente e de alto teor de adrenalina. Algo que, guardadas as devidas proporções, não acontecia na ilha da Rainha Elizabeth desde os tempos do punk rock. As letras escritas pelo vocalista também eram fantasticamente criativas e elaboradas, cinematograficamente literárias, com vocabulário rico pouco comum para um jovem de apenas 20 anos. O bom é que tudo isso não se mostrou um fogo-de-palha. Favourite WIrst Nightmare veio no ano seguinte para dar prosseguimento ao grande estilo dos Monkeys. Depois, a banda elaborou o som, adotando mais peso e sujeira em discos como Humbug e AM, seu álbum mais popular até hoje. As letras escritas por Turner – ainda bem – continuaram com o sarrafo sendo posto lá em cima, ajudando o quarteto a se tornar uma das maiores bandas britânicas deste século 21. E tudo isso sem contar os projetos paralelos do rapaz, como a trilha sonora do filme Submarine e o Last Shadow Puppets, formação criada ao lado de Miles Kane ex-Rascals) e o produtor James Ford (nome seminal do indie disco dos anos 2000, membro do cultuado Simian Mobile Disco, produtor de todos os álbuns dos Monkeys e que já trabalho com gente do quilate de Depeche Mode, Gorillaz, Haim, Foals, Beth Ditto, Peaches, Florence & The Machine, Little Boots, Mumford and Sons, Kalxons, Kylie Minogue e Jessie Ware)