Por que assistir: Se você digitar o termo chemtrails em sistemas de busca da internet logo nas primeiras opções vai encontrar fácil fácil textos a respeito de uma tal teoria que envolve aqueles jatos de fumaça traçados por aviões pelo céu. Muita gente diz que se tratam de um composto químico feito com o intuito de deixar as pessoas mais dóceis e subservientes. Pura balela, sem comprovações científicas, como muitas das afirmações conspiratórias que rondam o universo de fake news comandado pela extrema direita (e o pior é ver um monte de gente comprando o peixe e espalhando barbaridades por aí). Então, o que isso teria a ver com o título (e o clipe) da nova faixa de Lana Del Rey, divulgada dias atrás como carro-chefe do novo álbum da cantora e compositora, batizado com o mesmo nome e previsto para o mês de março próximo? Em primeiro lugar, as metáforas com as “trilhas químicas” são um elemento que sempre nortearam a carreira da artista nos últimos dez anos, quando ela adotou de vez o pseudônimo de Lana Del Rey. Afinal, Lana retrata em suas letras um certo jeito wild life de ser, ligado à famosa trinca sexo, drogas e rock’n’roll. Portanto, a interpretação do tal “pó branco” cai como uma luva na concepção trazida pela união das belíssimas imagens com os versos um tanto quanto empoderados. Com referências que sugerem, do início ao fim, uma certa influência do best seller literário Mulheres que Correm com os Lobos, Lana vai narrando uma transformação interior feminina. A garota pura e virginal (que começa vestida toda de branco, com luvas de renda e look vintage) se liberta da padronização comportamental imposta pela sociedade (o tal Country Club do refrão e do título) para descobrir e exorcizar seus impulsos selvagens ao lado de outras amigas. A direção do clipe – que evoca uma estética super-8 do passado, mesmo com itens atualíssimos como uma charmosa máscara cheia de brilhos e com uma trama de tela – é assinada pela dupla BRTHR, nome revelado recentemente pelo Brooklyn nova-iorquino e que vem alcançando burburinho no mundo dos vídeos musicais e propagandas para grifes de moda.
Diálogos mal montados e personagem exagerada marcam a irregularidade de história protagonizada por Marcélia Cartaxo
Texto por Leonardo Andreiko
Foto: Vitrine Filmes/Divulgação
O legado de uma atriz pode ofuscar ou elevar uma obra. Marcélia Cartaxo, a protagonista de Pacarrete (Brasil, 2020 – Vitrine Filmes), tem trinta e cinco anos de carreira, é sempre reconhecida por sua estreia cinematográfica: a personagem Macabéa, de A Hora da Estrela. Nesse longa, em que interpreta a própria Pacarrete, Cartaxo é o foco – não somente do filme em si, mas de todo o falatório envolvendo seu lançamento.
A atriz interpreta aqui uma professora de balé aposentada que deseja se apresentar no aniversário de 200 anos de sua cidade, a pequenina Russas, no interior do Ceará. No roteiro, um esforço conjunto de quatro pessoas (entre elas o próprio diretor, Allan Deberton), Pacarrete briga, insiste e se interessa por aqueles que vivem ao seu redor. Por ser tão próxima da personagem, a trama é absolutamente ligada às suas relações. Por consequência, é de extrema importância que a própria protagonista seja, no mínimo, gostável.
No entanto, cai por terra a empatia quando, por uma questão estrutural da montagem, somos introduzidos ao universo de Pacarrete por meio de seus defeitos. É evidente a tentativa de estabelecê-la como cômica e excêntrica, ao menos quando inserida na sociabilidade interiorana, mas despontam nela defeitos como a insistência, intransigência e descolamento completo da realidade. Este último, no entanto, é resultado da atuação de Cartaxo, que imposta a voz e assume caras e bocas que destoam consideravelmente do restante do elenco.
A insistência agressiva com que o filme tenta solidificar os trejeitos e a personalidade de sua protagonista acaba por atrapalhar – e muito – qualquer tipo de conexão empática. É por conta disso, portanto, que esperamos mais da metade do longa para que o arco pelo qual Pacarrete passa torne-se significativo.
Somente quando a obra assume um rumo mais contido e distante das “comédias Globo Filmes” que as qualidades da atuação de Marcélia Cartaxo se sobressaem, bem como da direção de Deberton. Na sobriedade, ambos assumem os conflitos e se aprimoram. Se a mise-en-scène se encontrava despida de textura, inventividade e, até mesmo, singularidade, o diretor acaba por orbitar o semblante sofrido de sua protagonista, que sem quaisquer palavras é capaz de emocionar.
Marcado pela inconsistência, Pacarrete é daqueles filmes que requerem paciência. Porém, mesmo em seus melhores momentos, está distante de seu público. Manchado pelos diálogos mal montados, escolhas indigestas de personagem e discrepância entre a protagonista e seu entorno, esse é um longa com boas peças (com um destaque especial à ótima atuação de João Miguel) unidas num todo decepcionante.
Millie Bobby Brown interpreta a intrépida irmã caçula de Sherlock Holmes em divertida história de empoderamento feminino na era vitoriana
Texto por Maria Cecila Zarpelon
Foto: Netflix/Divulgação
Se você estava esperando outro remake do mais famoso e ilustre detetive de todos os tempos, irá ficar desapontado. Enola Holmes (Reino Unido, 2020 – Netflix) é uma refrescante aventura – mesmo que não muito inovadora – que segue seu próprio curso independentemente da grife Sherlock Holmes.
É seguro afirmar que todos conhecem o célebre detetive bolado por Sir Arthur Conan Doyle. Quase um século e meio depois da publicação do primeiro livro sobre o personagem vitoriano, as atualizações e remakes da aparentemente imortal criação do escritor escocês continuam surgindo. Com tantas produções sobre a vida do maior inestigador da literatura (pelo menos até agora), era preciso buscar um caminho diferente para fugir da mesmice. Por sorte, é isso que Harry Bradbeer faz com seu novo filme. Baseado no primeiro livro da série Os Mistérios de Enola Holmes, da autora americana Nancy Springer, o longa de Bradbeer tinha tudo para dar errado. Afinal, seria de se esperar que uma história na qual Sherlock Holmes é um mero coadjuvante ficasse fadada ao fracasso. Contudo, Enola Holmes prova ser exatamente o contrário.
Enola (Millie Bobby Brown) cresceu em uma região interiorana da Inglaterra do final do século 19 ao lado de sua mãe. Depois que a jovem descobre, na manhã de seu 16º aniversário, que Eudoria (a sempre incrível Helena Bonham Carter) desaparecera, ela acaba sob os cuidados de seus irmãos mais velhos Mycroft (Sam Claflin) e Sherlock (Henry Cavill). Para escapar de Mycroft, que quer colocá-la em um internato, a garota se recusa a ter sua identidade definida pelos padrões da sociedade da época e vai para Londres em busca de pistas para encontrar Eudoria. Enquanto ela segue pistas deixadas pela mãe e enfrenta outros mistérios pelo seu percurso, a Inglaterra está à beira de grandes transformações sociais. O que, por sinal, não deixará todos contentes.
Em um ritmo quase que frenético, o longa constrói uma história de autodescoberta e amadurecimento, narrada pela própria protagonista, que frequentemente quebra a quarta parede para falar diretamente com o público. Millie domina o filme com carisma e presença evidentes, deixando para trás o ar sombrio da personagem Eleven, da série Stranger Things, para interpretar uma jovem brilhante, peculiar e – claro – excêntrica, como todo bom Holmes deve ser.
A trajetória de autoconhecimento de Enola apresenta discussões mais amplas sobre machismo e questões de gênero em uma época na qual as mulheres eram criadas para cuidar da casa e arranjar um marido. No estilo coming of age, o filme equilibra esses temas na medida em que constrói uma narrativa que prova ser muito mais que apenas uma história de detetive. Ao falar sobre uma jovem em busca de liberdade e de si mesma, a produção tece críticas, mesmo que modestas, a um mundo conservador e patriarcal que está determinado a permanecer o mesmo.
Embora o longa de Bradbeer não inove ao abordar o protagonismo feminino e a discussão em torno da igualdade de gênero, que estão conquistando cada vez mais espaço no cenário cinematográfico, não há um certo fascínio na maneira com que o longa retrata Sherlock. Normalmente a personificação da racionalidade e do progressismo, aqui ele nada mais é do que um homem comum cujas atitudes a irmã tenta combater.
Com a ajuda dos ótimos trabalhos de figurino e fotografia, Enola Holmes cumpre bem o papel de ser divertido e descontraído, apresentando ao público jovem uma nova heroína empoderada. Porém, o longa deixa a desejar quando a questão é a solução de mistérios durante o roteiro. Falta a nós a básica satisfação de resolver um caso que sabemos que apenas a protagonista do filme conseguiria – que diga-se de passagem, é capaz de fazer deduções muito mais ardilosas. O espectador nunca tem aquele prazer de juntar as peças e esclarecer os enigmas. No fim das contas, Enola Holmes, felizmente, não tenta ser mais uma história do detetive Sherlock. Assim como sua protagonista, o longa é inteligente o suficiente para seguir seu próprio caminho e emancipar-se de qualquer um que tente lhe dizer o que deve ser.
Perfeita introspecção mostrada no início da história não se sustenta no decorrer do novo filme dirigido pelo chileno Pablo Larraín
Texto por Leonardo Andreiko
Foto: MUBI/Divulgação
A MUBI, que já é uma plataforma pioneira em streaming, tornou-se precursora de uma alternativa atraente para a distribuição de filmes em meio à pandemia da covid-19. Ema (Chile, 2019), premiado novo longa de Pablo Larraín, teve sua estreia pela plataforma, que, mediante inscrição, disponibilizou o filme por 24 horas para assinantes e não-assinantes.
A trama de Ema, roteirizada por Guillermo Calderón e Alejandro Moreno, é o segundo crédito da dupla na área. Retrata a confusão da vida de sua protagonista (Mariana Di Girólamo), bem como daqueles a seu redor, enquanto lida com as consequências da devolução de seu filho adotivo, Polo. No roteiro, há uma clara tentativa de constituir uma narrativa cuja temporalidade é única, porém a inexperiência de seus escritores se destaca, tornando-a confusa e pouco envolvente. O ritmo da história (mas não da montagem) é vagaroso, atando sequências desconexas e criando outras que pouco adicionam à trama. Isso ocorre, também, pelo esforço do longa em ser multitemático; isto é, explorar uma pluralidade de temas em vez de focar seu discurso em um ou poucos.
No entanto, tal esforço não provém somente do roteiro, como é possível enxergá-lo na maneira em que Larraín conduz a trama por sua direção. Munido da fotografia impressionante de Sergio Armstrong, o diretor cria uma série de signos cuja interpretação não escapa do óbvio. São cenas belíssimas, como as de Ema ateando fogo a praças públicas e a estonteante dança do início do filme, mas que falham em ser mais que isso. Durante grande parte de sua duração, Ema é um longa-metragem de encantadora embalagem, mas pouquíssima substância.
Devo dizer que não creio ser demérito do elenco, que parece, acima de tudo, dirigido para um caminho paradoxal. Enquanto Gael García Bernal está brilhante em uma aparente zona de conforto, retratando o diretor da companhia de dança de Ema e suas amigas ao mesmo tempo que o (ex-)esposo de pavio curto da protagonista, Mariana, que carrega o filme, está bastante contida – e é possível ter um vislumbre de seu potencial nas cenas em que lhe é permitida maior liberdade. Larraín parece buscar um caminho introspectivo para a personagem, enquanto Di Girolamo se destaca quando permite a Ema mostrar-se mais.
A introspecção de Ema é vital para os primeiros minutos do filme, em que Larraín parece conduzir-nos a uma história bastante diferente da que acabamos por assistir. Parte do sucesso dessa – como também de outras sequências ao redor do longa – é a sensacional trilha sonora de Nicolas Jaar, uma perfeita demonstração de como áudio e fotografia se entrelaçam para desenvolver a emoção e o significado da projeção fílmica. É uma pena que, ao desenvolver um discurso antielitista em favor do reggaeton, aliando sua dança à expressão livre do corpo sensual, o cineasta chileno opte por (paradoxalmente) utilizar a música experimental de Jaar bem nos momentos em que tal expressão tem seu maior significado. Após iniciar de maneira perfeita, com o equilíbrio perfeito entre substância e embalagem, Ema acaba se perdendo à medida que tenta alcançar mais do que consegue. Se os créditos viessem aos 16 minutos, o filme seria muito melhor do que se torna com sua uma hora e quarenta e sete minutos de duração.
Listen Without Prejudice Vol 1 nascia há trinta anos como uma necessária colcha de retalhos para afirmar a individualidade e a sexualidade do artista
Texto por Fábio Soares
Foto: Reprodução
Havia uma palavra que muito bem definia a virada do ano de 1989 para 1990: incerteza. A cortina de ferro do leste europeu estava em iminente queda, Mikhail Gorbachev comandava a dissolução da União Soviética no melhor estilo “passa-se o ponto” e uma incógnita era alçada à presidência do Brasil. Na música, uma desnorteação só: Madonna arriscando tudo com sua Blond Ambition Tour, David Bowie com uma Sound + Vision Tour que não promovia nenhum novo trabalho e as rádios sendo bombardeadas por New Kids On The Block e a armação belga Technotronic com sua pegajosa “Pump Up The Jam”.
Foi sob este caótico cenário que George Michael lapidou seu mais emblemático trabalho. Ele tinha um motivo crucial para isto: seu álbum de estreia Faith, lançado no final de 1987, levou ao mundo a imagem do sex simbol que vestia jeans apertado, jaqueta de couro e óculos aviador. Terror da mulherada? Para os outros, mas não para ele. Homossexual, sabia que assumir publicamente sua orientação colocaria seu segundo álbum numa condição de pública execração num mundo onde a sigla GLS ainda estava longe de ser criada. A solução? Já que não poderia gritar aos quatro ventos seu orgulho em ser gay, faria isso mandando pequenos sinais.
Listen Without Prejudice Vol. 1 (em português, Ouça Sem Preconceito Vol. 1) chegava às lojas no dia 3 de setembro de 1990 com uma missão: mandar ao mundo o poder da palavra e não a imagem de seu criador. Sua capa já era a primeira pista disso: centenas de anônimos aglomerados, muitos de peito nu. Algo como se quisesse ser dito que “George é igual a cada um de vocês e quer apenas ser feliz com sua condição”.
“Praying For Time” magistralmente abria o álbum com sua mensagem pessimista: “É difícil amar/Há tanto para odiar/ Agarrando-se numa esperança/ Quando não há (mais) esperança para se agarrar”. A aids atingira o status de pandemia, gays sofriam como nunca o preconceito de um mundo extremamente careta e a faixa seguinte viria como um arrasa-quarteirão sem procedentes. “Freedom ’90” já nascia GIGANTESCA como conceito audiovisual. Seria o definitivo hino gay para as pistas, para as massas, para as festas privê. Com uma introdução que até ursos polares reconheceriam a partir de então, não bastava limitar seu groove às caixas de som. Era necessário levá-la as telas e numa arriscadíssima manobra. Então, uma constelação de top models dublou a voz de George: Naomi Campbell, Linda Evangelista, Christy Turlington, Tatjana Patitz e Cindy Crawford elevaram a sensualidade da canção à sua enésima potência. O imaginário de todos já estava preenchido pelo belíssimo clipe dirigido pelo fotógrafo de moda David Fincher (que poucos anos depois assinaria longas-metragens de ficção como O Clube da Luta e Seven – Os Sete Pecados Capitais) com uma mensagem mais do que clara em sua letra: “Acho que há algo que você deve saber/ Acho que já é hora de falar “eu te disse”/ Há algo dentro de mim/ Há outra pessoa que tenho que ser”.
Após a festa do êxtase de “Freedom ’90”, a alcunha de “colcha de retalhos” do álbum tomava forma com a dilacerante interpretação de George em “They Won’t Go When I Go”. Uma ode de dor àqueles que diariamente partiam vitimados pelo HIV: “Longe das lágrimas/ Mentes sujas enganam o puro/ Os inocentes irão, com certeza/Para eles há um lugar de descanso”. Para aliviar corações dilacerados, “Something To Save” trazia leveza em sua levada folk: “Porque eu não tenho segredos de você/Não tenho nada a esconder/ E eu estou aberto a todas as suas perguntas/Porque você não pode alcançar o interior?”
Em seu provável melhor momento como letrista, o artista transformou “Cowboys And Angels” em seu parque de diversões particular. Sua levada jazzy é o pano de fundo perfeito ao amor que é desejado mas nunca correspondido: “Eu deveria saber a essa altura do modo como lutei por você/ A culpa não é sua/ Todo mundo é igual”. O falso otimismo de “Waiting For A Day” – com uma rápida citação de “You Can’t Aways Get What You Want” – trazia a incerteza sobre o que viria naqueles anos nove-zero como um salvo-conduto sobre os erros cometidos nos 1980: “Agora todos falam sobre a nova década/ Os números mágicos/ Então basta dizer adeus aos erros estúpidos que cometeu?”
Soando como premonitória, a dramática “Mother’s Pride” parecia prever o drama das mães dos jovens soldados americanos enviados ao Kuwait no confronto iniciado no mês anterior ao lançamento do álbum: “É um soldado que acena na costa/ E em seu coração chegou a hora de perder um filho”. No total, 146 soldados perderam a vida na guerra que duraria até fevereiro de 1991.
A assobiável “Heal The Pain” mantém o clima “montanha-russa” do disco. Com sua letra repleta de versos sobre autoafirmação, foi amplamente executada nas rádios brasileiras da época – tanto que ancorou a vinda do cantor ao Rock In Rio, em janeiro de 1991 (a foto acima deste texto é desta apresentação no estádio do Maracanã). E em 2019 fez parte da trilha sonora do longa Last Christmas (que no Brasil recebeu o título de Uma Segunda Chance de Amar), inspirado na canção de mesmo nome de George Michael.
Porta aberta para a dançante “Soul Free” desfilar sua sensualidade com uma letra que já entrega tudo: “Quando você toca em mim, baby/ Eu não tenho nenhuma escolha/ Oh que doce tentação em sua voz”. Seu apelo para as pistas, no entanto, soou como uma fraca tentativa. O epílogo do álbum, porém, é magnífico. A belíssima (e acústica) “Waiting” traz toda a dúvida e desesperança sobre o que traria aqueles anos 1990: “Agora sei que não há como descrever aqueles erros/ Acredite em mim/ Eu não mentiria porque você feriu meu orgulho/ E acho que existe uma estrada sem você”. Fazendo as vezes de créditos finais de uma película, a canção amplifica a súplica de Listen Without Prejudice Vol. 1 voltando à sua capa.
Este é um disco sobre cada indivíduo que está ali, sem preconceitos. Pode até não ter atingido a excelência de Faith, porém reafirmou George como grande nome pop numa colcha de retalhos datada mas necessária naquela virada de década. Um disco sobre ele, sobre você, sobre jamais se desistir da liberdade. Um disco sobre nós.