Movies

Tom & Jerry: O Filme

Clássicos personagens criados por Hanna-Barbera voltam aos cinemas e ganham um divertido longa-metragem para crianças de todas as idades

Texto por Ana Clara Braga

Foto: Warner/Divulgação

As produções com a assinatura Hanna-Barbera são responsáveis pela alegria de crianças de diversas gerações. Os desenhos produzidos pela dupla atravessam o tempo e não perdem o encanto até hoje. Tom & Jerry – feito em curtas-metragens para exibição nos cinemas entre 1940 e 1958, quando William Hanna e Joseph Barbera deixaram o estúdio de animação da Mtero-Goldwyn-Mayer para abrirem o seu próprio – é uma das criações mais famosas dos animadores. A clássica história de gato e rato já ganhou outras versões para a TV, foi readaptada para a telona nos anos 1990 e agora acaba de ganhar uma nova obra. Em longa-metragem. Para os cinemas, novamente. Por isso, Tom & Jerry: O Filme (Tom and Jerry, Reino Unido/França/Alemanha/EUA, 2021 – Warner) é divertido e nostálgico. O tipo de filme que consegue conquistar as crianças e os adultos e faz isso sem ideias mirabolantes. 

Chloë Grace Moretz estrela o longa como a inteligente Kayla, que consegue um emprego em um hotel de luxo mentindo sobre seu currículo. Tal hotel é o ponto central da história: é lá que Jerry, recém-chegado em Nova York, decide instalar sua nova casa. Quando o ratinho é descoberto, a moça fica responsável por se livrar do intruso. Como solução, ela contrata Tom para caçar e se livrar de Jerry. O gato de crachá e chapéu de uniforme, inclusive, rende um visual divertido.

Todos os animais do filme são de CGI. Quase todos também falam, com exceção dos principais. O buldogue Spike, presença cativa nos antigos desenhos da dupla, também está na história. Mais musculoso do que nunca, o cão adiciona bastante força à clássica nuvem de poeira durante as brigas. Os clássicos ingredientes que fizeram do desenho uma unanimidade entre crianças dos anos 1940 para cá aparecem na telona: ratoeiras, portinhas no rodapé, as engenhocas caseiras do Tom, perseguições, quebra-quebra, galos gigantes, choque e aquela surrealidade deliciosa das brigas. Quem gosta de animação vintage vai vibrar com a pequena ponta que outro ser canino, Droopy, faz neste longa. Apesar de minúscula, ela é capaz de arrancar risadas. 

O enredo é simples. Não precisava ser diferente. O divertido, o que entretém, muitas vezes não precisa de um caminhão de mudanças. A reinvenção é importante, sim, mas existem clássicos que são atemporais. O diretor Tim Story soube aproveitar os pontos positivos do desenho e trazer a dupla para o século 21. A tecnologia entra aqui para somar na vida do gato e do rato. E a contemporaneidade lhes cai bem.

O longa não prima pela excelência, nem será algo que marcará profundamente o ano no cinema. Contudo, existe a ciência disso. Tom & Jerry: O Filme não procura ser o novo Uma Cilada para Roger Rabbit, que há pouco mais de trinta anos revolucionou a linguagem cinematográfica para adultos misturando animação e live action. O gato e o rato protagonizam um filme para eternas crianças. Não se leva a sério e diverte o público de todas as idades sem muito compromisso. 

Music

Michael Jackson

Dez curiosidades a respeito deste grande ídolo que há uma década deixa saudades entre os fãs de música pop

MJluva

Texto por Janaina Monteiro

Foto: Reprodução

Uma década sem Michael Jackson são dez anos privados de um dos artistas mais criativos e excêntricos da história da música pop. Não há – e dificilmente haverá – quem chegue aos pés do autor de “Billie Jean”, “Man In The Mirror”, “Beat It”, “Black Or White”, “Thriller” e tantos outros megahits.

Polêmicas à parte, o fato é que Michael cresceu artista, forçado desde muito cedo pelo pai a entrar no showbiz – o que explica boa parte de seu comportamento como adulto e perante suas doenças, como o vitiligo. Michael sempre foi um garoto com sua síndrome de Peter Pan; tanto é que batizou seu rancho de Neverland (Terra do Nunca, em português).

Nunca teve sossego esse Rei do Pop, sempre perseguido pelos olhares da mídia. Em contrapartida, era amado por milhões de fãs ao redor da Terra. O artista superlativo vendeu milhões e rendeu centenas de curiosidades. Que ele ganhou treze prêmios Grammy ou que Thriller é o álbum mais vendido do mundo até hoje todos já sabem, certo? Mas você fazia ideia que Michael não compôs “Thriller” (na verdade, o autor é o produtor Rod Temperton, o mesmo que fez outro hit seu, “Rock With You”)? Ou que seu super-herói favorito era Morfo, do X-Men?

Em busca de peculiaridades, o Mondo Bacana fez uma pesquisa a respeito do ídolo, que morreu no dia 25 de junho de 2009, de overdose acidental de medicamentos, aos 50 anos de idade. Veja só o que encontramos de muito curioso.

>> Como Michael era testemunha de Jeová, quando ele estava em turnê nunca comemorava seu aniversário. “Todo ano seu assistente tinha de lembrar todo mundo: okay, o aniversário de Michael está chegando, mas ele não celebra”, contou a chef Mani Nail em entrevista à revista People, que conheceu o astro em 1982.

>> Michael era bastante rígido com sua alimentação. Sempre magrinho porque comia pouco e dava preferência à dieta veggie. No site da revista People, uma das chef que trabalhava para ele conta que o astro ficava horas sem comer e que gostava de pizza, mas não tolerava macarrão. MJ também era guloso e adorava doces, mas detestava chocolate. O cantor era fã mesmo de comida mexicana, como enchiladas bem picantes. Também gostava de kebab de tofu grelhado com cuscuz e molho marroquino. Michael também teve uma cozinheira brasileira, chamada Remi Vale Real. Ele adorava panquecas de vegetais, crepes e arroz com feijão que a mineira fazia. Remi uma vez, disse em entrevista à imprensa, que o ídolo pop adorava melancia.

>> Que Michael foi ferido na cabeça durante uma explosão acidental enquanto participava da gravação do comercial da Pepsi, em 1984, todo mundo sabe. Mas você poderia desconfiar que, apesar de ser o garoto-propaganda da marca, ele não gostava do refrigerante?

>> Meias brancas com mocassim preto, chapéu tipo Fedora ou Borsalino e luva de lantejoulas eram a marca registrada do astro. MJ começou a usar a luva na mão direita provavelmente para esconder o vitiligo. Ele vestiu o acessório pela primeira vez no clipe de “Billie Jean”, lançado na MTV no dia 10 de março de 1983.

>> Aliás, existem N teorias sobre a identidade de Billie Jean. Todos sabem que ela era apenas uma garota, como diz a letra da canção. Mas você fazia ideia de que Michael compôs “Billie Jean” enquanto dirigia seu Rolls-Royce. Ele ficou tão compenetrado em sua criação, inclusive, que simplesmente não notou que o carro começou a pegar fogo. Esta canção, o primeiro single do álbum Thriller, já recebeu dezenas de versões em vários estilos. Entre os que a regravaram estão Chris Cornell e Caetano Veloso. “Billie Jean” também foi o primeiro videoclipe de um cantor negro a aparecer na MTV.

>> E foi cantando “Billie Jean” que Michael executou o moonwalk pela primeira vez, em rede nacional, durante a comemoração dos 25 anos da gravadora Motown, em 1983. O famoso passo, porém, não foi inventado pelo Rei do Pop, mas pelo sapateador Bill Baily na década de 1950. MJ deu seu toque de mágico e o transformou na dancinha mais imitada mundo afora.

>> Michael arrastava uma multidão de fãs enlouquecidos por onde passava. E muitos deles tentavam imitá-lo. Na França, em 1984, um alucinado matou-se porque não havia conseguido realizar uma cirurgia plástica para ficar com a cara do astro. Aliás, estima-se que o cantor tenha feito de dez a doze procedimentos em apenas dois anos. Há quem diga que isso era para ficar com o nariz do Peter Pan.

>> Além de Peter Pan, Michael era fã de Pinocchio (olha só o elemento “nariz” de novo!) e dos Três Patetas. Seus livros preferidos eram O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway, e Rip Van Winkle, um conto escrito pelo americano Washington Irving em 1819. A história – baseada na obra dos irmãos Grimm – é sobre um homem que cochilou à sombra de uma árvore e dormiu durante vinte anos. Quando ele acordou, seu país não era mais colônia inglesa: em vez do Rei George III todos celebravam George Washington.

>> O cantor era apaixonado pelo Brasil e pisou pela primeira vez em solo brasileiro antes mesmo de lançar o brilhante álbum solo Off The Wall, em 1979. Cinco anos antes, ele fez cinco concertos nem nosso país (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília) com os irmãos do Jackson 5. Depois voltou em 1996, e para gravar o clipe da faixa “They Don’t Care About Us”, dirigido pelo cineasta Spike Lee. As locações escolhidas foram o Pelourinho, em Salvador, e na favela Dona Marta do Rio de Janeiro. Nessa última vinda, há relatos de que o Rei do Pop cantou durante toda a viagem de tão contente de estar voltando para o Brasil. E também que, no hotel, experimentou várias frutas tropicais.

>> Para o final, uma descoberta e tanto às gerações mais novas de fãs do cantor. A doce balada “Ben” foi lançada em single por Michael em 1972 e se engana quem acha que a letra se refere a um bichinho fofinho. Uma das faixas mais tocadas nas rádios naquele ano, ela foi gravada para os créditos finais do filme que, no Brasil, ganhou o título de Ben, O Rato Assassino. É uma história de terror que retrata a amizade entre um garoto solitário e um ratinho. Mas o camundongo, na verdade, é o líder de um bando de roedores assassinos. A canção foi escrita pelo astro teendos anos 1960, Danny Osmond, que integrava o grupo Osmonds. Ela apenas foi interpretada por Michael, que na época tinha apenas 12 anos de idade, porque Danny não teve tempo de gravá-la para o filme por estar em turnê.