Music

Iron Maiden

Oito motivos para não deixar de ver o sexteto inglês mostrar aos brasileiros a atual turnê Legacy Of The Beast

Texto por Frederico Di Lullo

Foto: Divulgação

No fim de agosto, terá início uma nova turnê do Donzela de Ferro pelo Brasil. Serão três shows fora o do Rock In Rio, quando será a principal atração da noite do dia 2 de setembro. A banda passará por Curitiba (27 de agosto), Ribeirão Preto (30 de agosto) e São Paulo (4 de setembro). Para mais informações sobre locais, horários e compra de ingressos, clique aqui.

tour chamada Legacy Of The Beast recomeçou em maio, após interrupção por conta da pandemia da covid-19. O novo ponto de partida foi a Croácia, seguindo para outras terras europeias como Sérvia, Bélgica, Inglaterra, Suíça, Alemanha e Grécia. No total, já passou por 24 países.

Na atividade desde 1975, o Iron Maiden detém o título de banda de rock de grande porte que mais tocou por aqui em nosso país. Por isso, talvez não precisasse, afinal estamos falando do nome mais popular de heavy metal de todos os tempos. Mas se você ainda conhece pouco do trabalho dos ingleses ou ainda está em dúvida de colar por lá, o Mondo Bacana alavanca oito motivos que vão fazer você pirar sua cabeça e não hesitar mais a respeito disso.

O maior espetáculo da terra

Este não é apenas um show de rock, sim uma experiência de vida. Ver o Iron Maiden se apresentar ao vivo pelo menos uma vez na vida é algo que qualquer amante de música precisa fazer. O show é sempre incrível, oferecendo pirotecnias de última geração, explosivos, elementos gigantes no palco e, por vezes, até um lança-chamas. Isso sem falar sobre os sucessos da banda. Mas isso é papo para outro tópico.

Fase final de turnê

O que é bom uma hora acaba. A atual turnê do Iron está chegando ao fim, depois de mais de quatro anos de shows. Está certo que a pandemia da covid-19 alongaram a agenda, mas, mesmo assim, agora está acabando de vez. Serão ao todo 140 apresentações, com o fim marcado para o dia 27 de outubro, na cidade de Tampa, nos Estados Unidos.

set list

Todos os clássicos estão aqui. Não falta um. O que torna este set list um dos mais impressionantes dos últimos anos, reunindo pérolas de quase meio século de shows. E tem mais: o atual set é o primeiro a apresentar material da era Blaze Bayley desde a Dance of Death World Tour, em 2004, com a inclusão de “Sign Of The Cross” e “The Clansman”.

Bruce Dickinson

Ele nunca teve aulas de canto, mas isso não o impediu de se tornar um dos mais respeitados gogós da história do rock. Fã de aviões e piloto profissional, ele cita como influências nomes como Arthur Brown, Peter Hammill (Van der Graaf Generator), Ian Anderson (Jethro Tull) e Ian Gillan (Deep Purple). Para quem não se lembra, Bruce entrou na banda no álbum The Number Of The Beast (1982), após a saída de Paul DiAnno, o primeiro frontman da banda. Entre idas e vindas (Bayley foi o vocalista entre 1994 e 1998, período em que Dickinson alçou carreira solo), histórias tristes e outras muito incríveis, alguém ainda consegue imaginar o Iron Maiden sem seu icônico cantor?

Steve Harris

Se Bruce é o coração, Harris é o cérebro por trás da besta. Ele é o principal compositor e mentor intelectual da banda, sendo um ícone para todos os fãs de metal. Tem show do Iron? Então lá ele estará, com um pé no PA, olhando fixo para a lente dos fotógrafos e apontando seu baixo a eles. Um monstro da música. E o dono da bola e do campinho.

O local em Curitiba

Como não poderia ser diferente, a Pedreira Paulo Leminski será o palco para esta grande celebração do calendário rock’n’roll de 2022. Inaugurada em 1990, os moradores da região do Pilarzinho até tentaram, mas não conseguiram acabar com os maiores shows do Paraná e do Sul do Brasil por lá. O local, que comporta até 25 mil pessoas, promete estar mais uma vez lotado para receber a Dama de Ferro mais uma vez. Assim como em 1998 e 2008.

Músicas tocadas pela primeira vez

Embora já tenha um novo álbum (Senjutsu, de 2021), a atual turnê foca no mundo antes da pandemia, trazendo o playlist clássico. Contudo, desde a volta em maio, vêm sendo tocadas quatro faixas do disco mais recente. São elas: “Senjutsu”, “Stratego”, “The Writing On The Wall” e “Hell On Earth”. E os fãs não perderão por esperar: a banda prometeu tocar esse álbum na íntegra em um futuro bem próximo.

Sempre pode ser a última vez

Os integrantes do Iron Maiden já estão próximos da faixa dos 70 anos (apenas um dos seis já alcançou a marca agora em junho!). E acabamos de passar por uma pandemia, que ajudou a tirar a vida de milhões de pessoas em faixa de idade mais avançada. Portanto… você já parou para pensar que estes senhores, idosos, não são imortais? O que pode acontecer se um deles nos deixar? A banda irá acabar? Por isso, meu caro, não dê margem às teorias. Vá logo para esse show e up the irons!

Movies

The Old Guard

Charlize Theron encabeça a diversidade na formação de uma equipe de heróis em filme certeiro de ação e com bom potencial de franquia

Texto por Flávio Jayme (Pausa Dramática)

Foto: Netflix/Divulgação

Não tem como assistir a The Old Guard (EUA, 2020 – Netflix) e não pensar em um filme da Marvel. Por outro lado, não tem como comparar a obra com um filme da Marvel. Sim, é isso mesmo. A ação envolta em superpoderes remete imediatamente a um dos filmes de herói da franquia. Mas, ao mesmo tempo, o filme não poderia ser mais distante de qualquer longa do MCU.

A adaptação da HQ de Greg Rucka que estreou na Netflix em julho tem coragem de fazer algo que a casa do Homem de Ferro nunca teve: colocar à frente da batalha como protagonistas duas mulheres (uma delas, negra) e um casal de homens gays. Se em mais de vinte anos de MCU isso nunca aconteceu, The Old Guard vem para reparar um erro. Além de, claro, dar mais profundidade a seus cinco personagens principais que a de todos os heróis da Marvel juntos.

Na história, Charlize Theron lidera um grupo de “supersoldados” que são imortais. Ao longo dos séculos, eles vêm travando batalhas para salvar povos e (dizem!) a humanidade. Quando uma nova supersoldado aparece, eles terão de se unir contra uma megacorporação que quer replicar seu DNA.

O roteiro não é dos mais complicados e, ainda assim, é bem acima da média dos filmes de ação em geral: diverte sem emburrecer e é inteligente sem filosofar demais. Uma coisa entre Velozes e Furiosos (que não requer cérebro pra ser assistido) e Interestelar (que você não entende completamente mesmo após ver pela décima oitava vez).

The Old Guard consegue ainda algo que parece impensável no cinema: agradar a todos os públicos. Desde o cara hétero fã de pancadaria (e que ovula ao ver duas mulheres lutando), até a mulher que consegue se ver representada como heroína, passando pelos gays, negros e até mesmo o povo mais metido a cult.

O elenco é de primeira. Além de Theron (vencedora do Oscar por Monstro e indicada outras duas vezes, por Terra Fria e neste ano por O Escândalo), tem Chiwetel Ejiofor (indicado ao mesmo prêmio por 12 Anos de Escravidão), Kiki Layne (de Se a Rua Beale Falasse) e Marwan Kenzari (o Jafar da versão live action de Aladdin). Não bastasse este time, The Old Guard consegue entregar ainda uma das declarações de amor mais lindas dos últimos tempos.

Ação na medida certa, elenco certeiro, bons personagens (é fácil imaginar spin-off de qualquer um deles), potencial de franquia, boa história… The Old Guard é um dos filmes mais bacanas do ano, principalmente em um ano tão estranho no cinema como estamos vivendo. Aliás, já que Mulan acabou indo diretamente para streaming, fica a pergunta: quando será que veremos Mulher-Maravilha 1984 Viúva Negra?