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Lollapalooza Brasil 2023 – ao vivo

Billie Eilish, Modest Mouse, Jane’s Addiction, Paralamas, Aurora, Baco Exu do Blues, Tove Lo e Cigarettes After Sex: shows que marcaram o festival

Billie EIlish

Texto por Abonico Smith

Fotos: Reprodução

Entre os dias 24 e 26 de março foi realizada a décima edição brasileira do festival Lollapalooza, a última em parceria da produtora T4F com a americana LLC, detentora da marca do evento. Depois de cinco recentes cancelamentos de concertos programados para este ano, todo mundo foi surpreendido com a não vinda ao Brasil do headliner da última noite, o canadense Drake, horas antes dos portões do Autódromo de Interlagos serem abertos. A desculpa oficial do artista, esfarrapada, não colou: a de que estariam faltando pessoas de sua equipe no país. Entretanto, ele foi visto na madrugada anterior festando em Miami em conjunto com o rapper 50 Cent. E mais: estas pessoas de sua equipe já estavam em SP instalando no autódromo os telões e o material de seu espetáculo. Mas como é sempre melhor falar de coisas boas, deve também ser registrado um marco desta edição: pela primeira vez o line-up estava dividido quase igualitariamente entre artistas dos dois gêneros.

O Mondo Bacana comenta um pouco dos oito shows que deixarão esta edição do Lolla na história dos grandes festivais de música pop do Brasil.

Billie Eilish

Única headliner originalmente anunciada a se apresentar em Interlagos (além de Drake, o Blink 182 também não veio para cá), ela já era aguardada havia algum tempo por aqui. Afinal, este seria seu primeiro concerto no país, já que o anterior fora cancelado por causa da pandemia. Em cima daquele palco enorme, tendo a companhia apenas de seu inseparável irmão e produtor Phinneas e um baterista, ela – com o verde e amarelo predominando no figurino grande e largo sobre a malha preta que lhe escondia o corpo – entregou o que prometia: uma boa coleção de letras intimistas a respeito de observações, sensações e sentimentos de uma garota vivendo os anos finais de sua adolescência. Intimista também foi sua performance: sem muitos pulos, correrias ou coreografias ensaiadas, era quase apenas ela cantando ao microfone. Quer dizer, cantando às vezes. Billie só cantava o necessário e muitas vezes sua voz ecoava pelo autódromo junto com os instrumentos também pré-gravados. O que deixava o show redondo, sem espaço para improvisos ou erros. Só que teve momentos em que os manos abriam mão do playback e se arriscavam em momentos semiacústicos para mostrarem que não são uma fraude ao vivo: foram cerca de meia dúzia de canções com Phinneas dedilhando o violão ou o piano para a irmãzinha soltar o gogó de alcance não muito grande.

Modest Mouse

Quem foi a genial pessoa responsável pela grade de shows que conseguiu jogar o grupo para uma tarde de sexta-feira? Modest Mouse – um dos ícones do indie rock americano dos anos 2000 – não é para a GenZ, é para gente mais velha. Melhor: para quase todo mundo que não tem a) grana disponível de salário ou frilas para pagar o caro ingresso do festival; b) saco ou corpo para aguentar ficar um dia sequer em uma maratona de shows; c) horário disponível para ir assistir a uma banda tocar às quatro da tarde de sexta-feira. Sob um sol escaldante, o vocalista Isaac Brock estava vermelho feito um camarão, à frente de seu quinteto que foge da musicalidade óbvia e mistura lo-fi, folk e psicodelismo em doses nada comerciais. O resultado foi uma banda competentíssima tocando para quase ninguém, sendo a maior parte disso gente que desconhecia por completo o repertório loteado entre sua boa discografia. Hits como “Float On” e  “Dashboard” ficaram desperdiçados  naquela escala gigantesca ao ar livre. De qualquer maneira, quem viu in loco ou pelo streaming foi abençoado pela tardia estreia do Modest Mouse em solo brasileiro. Antes tarde do que muito mais tarde. Antes de tarde durante a semana do que nunca.

Jane’s Addiction

Perry Farrell idealizou o Lollapalooza em 1991 como um festival ambulante, que pudesse rodar algumas grandes cidades norte-americanas com uma escalação de excelentes bandas alternativas como suporte para a turnê de despedida de sua banda. Deu tão certo que o Jane’s Addiction se separou mas o Lolla continou trilhando seu caminho de sucesso durante os meados dos anos 1990. Perry, então, quase sempre vem prestigiar a edição brasileira. Agora trouxe a tiracolo a reformada banda que o revelou para o mundo da música. Integrantes originais… ou quase, já que o guitarrista Dave Navarro (que saiu do JA para tocar no Red Hot Chili Peppers) continua afastado dos palcos para tratar da saúde (covid longa como justificativa oficial, rehab longa como rumor alimentado entre os fãs do grupo). De qualquer forma, seu substituto, o também ex-guitarrista do RHCP Josh Klinghoffer, mostrou ser uma escolha acertada. Enquanto o baterista Stephen Perkins e o baixista Eric Avery (que também costuma ser músico de apoio do Garbage) se entendem perfeitamente em uma cozinha rítmica hipnótica e dançante, Josh jorrava os efeitos de pedais que fazem a sonoridade da banda flutuar entre o hard rock, o psicodelismo e o groove. Para completar, uma trinca de dançarinas comandada pela atual mulher de Farrell faziam pole dances sensuais ao fundo do palco, dando um approach cênico diferente às canções. Em Interlagos, o set list foi reduzido por conta do tempo destinado ao show, socado no meio da programação da tarde do segundo dia. De qualquer forma, ficou bem dividido entre os dois primeiros e incensados discos da banda, concebidos entre 1988 e 1990, antes das brigas internas que levaram à implosão precoce da carreira. De qualquer forma, reunidos já nas casas dos 50 e 60 anos de idade, os músicos mostraram por aqui que estão como vinho: quanto mais velhos, melhor. Maturidade e experiência – e um longo hiato interrompido por outras duas reuniões e discos criados em 2003 e 2011 – fizeram bem. Em um sábado fraco de opções, o Jane’s Addiction chegou quietinho e fez uma puta (e despretensiosa) apresentação. Ainda terminou com uma batucada em homenagem ao amigo Taylor Hawkins, que morria havia exatamente naquela data, no ano anterior… horas antes do show do Foo Fighters na Colômbia e de viajar para tocar no Lollapalooza brasileiro.

Paralamas do Sucesso

Ter 40 anos de carreira fonográfica não é para qualquer um. Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone sabem disso e utilizam um arsenal de clássicos colecionados em sua extensa discografia para disparar um show magnífico. É hit atrás de hit  quase sem intervalo para respirar. Foi assim neste Lollapalloza, na tarde de sol de um domingo para uma maioria de plateia formada por GenZ e millennials. O repertório começou com canções mais representativas da faceta ska (“Vital e Sua Moto”, “Patrulha Noturna”, “Ska”, “Loirinha Bombril”) e passeou por toda a galeria das duas primeiras décadas de carreira, misturando reggaedubafrobeat, rock, citações (Tim Maia, Titãs, Raul Seixas) e muita injeção rítmica contínua para não deixar ninguém totalmente parado – pelo menos um dos pezinhos não teve como resistir. Herbert começou enfrentando problemas técnicos, contornados sabiamente com conversas fora do microfone com um roadie enquanto não parava de cantar as letras para a plateia. Tirando este pequeno detalhe, que não chegou a comprometer a apresentação aliás, os Paralamas mostraram toda a sua realeza na música pop nacional. Não precisa de firulas, telões, coreografias, trocas de roupa, andar para lá e para cá no palco ou ao redor dele. Só precisa de música. E muito boa música. Referências para se criar música de qualidade eles sempre tiveram também. São uma banda pós-punk brasilis roots (a sonoridade two-tone em verde e amarelo, inclusive com versos politizados e críticos transformados para a nossa realidade!) e isso ainda faz toda a diferença. Mesmo diante de uma molecada que não chegou a viver os tempos dos vinis e CDs lançados com essas músicas.

Aurora

É só começar a ouvir a sua extensão vocal de soprano que não tem como não embarcar junto nesta fantasia musical que é seu show. Ela mesma parece uma pequena e adorável duende, sempre a saltitar feliz e travessa pelos vastos campos verdes. Seu look também ajuda: vestes claras e em tonalidades pasteis, pés descalços, pele alva e um cabelinho curto e de um chanel tão branco quanto sua melanina norueguesa. Muita gente que estava ali na plateia sabia de cor e salteado as letras, cantava junto e se emocionava por estar na frente de Aurora Asknes. Pudera. A artista faz da voz um belo poder instrumental, além de ser hábil nas palavras para demonstrar seus mais profundos sentimentos acerca da vida e da natureza. Mas também não precisa ser expert na obra dela para se render ao poder desta guria escandinava, solta, espontânea, natural e sem qualquer maquiagem, capaz de provocar um midsommar tão contagiante aqui no hemisfério sul e em pleno cair da tarde de um domingo quente brasileiro.

Baco Exu do Blues

Ele entrou na grade do Lolla como uma rápida solução caseira para suprir o cancelamento quase em cima da hora de Willow, filha do astro Will Smith. E ainda entregou uma das mais emocionantes performances em língua brasileira deste Lollapalooza. Generoso, o baiano de quatro discos lançados nos últimos seis anos fez questão de não brilhar sozinho. No telão, prestou reverência a personalidades negras já falecidas como Marielle Franco, Elza Soares, Muhammad Ali, 2Pac Shakur e Nelson Mandela. E no meio do repertório montado com alguns de seus grandes sucessos ainda cedeu espaço lá na frente para cada uma de suas backings (Aísha, Alma Thomas e Mirella Costa) dividirem as atenções, o microfone e o gogó poderoso. Mirella, por sua vez, protagonizou uma emocionante homenagem à também soteropolitana Gal Costa, ao mandar, a capella, um trecho de “Força Estranha”. Mancando e dando passos lentos, Baco fez o que pode, cenicamente, para superar o estiramento na panturrilha sofrido poucos dias antes. E ainda mandou a letra para espinafrar o grande ausente da noite, Drake, sendo complementado por xingamentos dirigidos pelo público ao astro chiliquento canadense. Mostrou, como Kevin Parker (Tame Impala) na noite anterior, que nem sérias limitações físicas para a locomoção não podem servir como desculpa para não cantar aos fãs.

Tove Lo e Pabllo Vittar

Tove Lo

Outra atração nórdica dominical, a sueca mostrou que um show de música pop pode muito bem ser construído em cima de… música pop. Nada pode tirar o primeiro plano. Pelo contrário. Figurinos podem ser um bom complemento (no caso, uma roupa colante em tons verdes que lhe permitiu fazer o manjado gesto de mostrar os seios à plateia). Coreografias também. Mas um palco deve ser povoado por musicistas tocando seus instrumentos, cantora realmente cantando e dispensando playbacks descarados e a ausência de um time de bailarinos indo para lá e para cá, chamando mais a atenção dos olhos do que os ouvidos. Tove Lo é muito mais discípula de Madonna do que muita gente pode pensar. Ela canta, dança, brinca com a sexualidade diante de uma multidão e mostra ser uma artista de força suficiente para ter um longo futuro pela frente. E olha que ela já tem cinco álbuns feitos de 2014 para cá.

Cigarettes After Sex

Todo ilusionista sabe muito bem que o segredo do sucesso de sua performance está na habilidade de deslocar a atenção do público para um local diferente daquele onde realmente “acontece” o truque. A derradeira das três noites do Lolla, de fato, foi equivalente a um show de ilusionismo. Todo mundo esperando o headliner Drake e depois todo mundo desapontado e xingando o arredio Drake por nem ter viajado ao Brasil. Muita gente comentando o fato de que o DJ e produtor de IDM Skrillex havia sido escalado de improviso para ocupar o horário e o palco anteriormente destinado ao fujão. Muita gente indo embora ao cair da noite, já desesperançoso de que ali em Interlagos acontecesse mais alguma coisa estupenda no autódromo. Espertos, porém, foram aqueles que não arredaram o pé e ficaram no local (ou sintonizados no streaming) até as nove da noite, de olhos bem atentos a um dos palcos secundários. Ali, já aos 45 minutos do segundo tempo do festival, os acréscimos permitiram uma magnífica performance de um singelo trio norte-americano que, por meio da internet, tornou-se objeto de culto nos últimos anos por um pessoal mais antenado. O Cigarettes After Sex veio para impactar com todo o seu minimalismo. Cênico, com seus integrantes tocando quase sempre parados no palco, dispostos geometricamente lado a lado. Sonoro, com somente um vocal (de seu líder e criador Greg Gonzalez) e a mínima movimentação possível de baixo, guitarra e bateria. Havia uma textura de teclados pré-gravados disparada como pano de fundo para a maioria das canções. Mas isso só reforçou a atmosfera etérea e hipnótica do concerto. Fotógrafos não foram permitidos no pit à frente do palco. Quem ficou em casa assistiu a uma transmissão noir, que impôs a ausência de captação de qualquer cor pelas câmeras que não fossem o preto e o branco. Com ares de cabaré decadente, algo tipicamente David Lynch, o CAS fechou as cortinas da décima edição premiando poucos felizardos com algo meio difícil de acontecer em um grande festival. Truque de mestre.

Music

Michael Bublé – ao vivo

Em Curitiba, canadense mostra na voz toda a gratidão por ter superado as adversidades enfrentadas pela família desde um pouco antes da pandemia

Texto e foto: Janaina Monteiro

Existe uma fórmula simples para constatar o caminho da nossa evolução: traçar paralelos. Feche os olhos e assista à sua vida em retrospectiva. Eu, por exemplo, era tímida, com baixa autoestima e, ingênua, acreditava em príncipe encantado. Ou seja, bem diferente da minha versão atual. 

Portanto, se o tempo serve pra alguma coisa – além de nos botar rugas na cara – é nos permitir comparar o passado e o presente, sobretudo em relação ao modo como enfrentamos as adversidades, os furacões, os tsunamis da vida. Porque num piscar de olhos, o chão pode ruir. O cantor e compositor canadense, Michael Bublé, que esteve no Brasil recentemente com a turnê denominada An Evening With…, sabe muito bem como lidar com esse cenário apocalíptico e cair na fenda provocada por um terremoto.  

A vida de Bublé virou de cabeça para baixo antes mesmo da pandemia. Em 2016, seu primogênito Noah foi diagnosticado com câncer no fígado aos 3 anos de idade. Para ele, esta notícia significou muito mais que um soco no estômago. Abalou o contagiante bom humor e por pouco custou sua carreira. Tanto é que o artista prometeu a si mesmo que só retornaria aos palcos quando o menino se curasse. 

Depois dessa rasteira, ele afirmou que a pandemia foi capaz de unir ainda mais sua grande e linda família (hoje Michael tem quatro filhos com a atriz argentina Luisana Lopilato). Por isso, quem sobe ao palco hoje com a turnê baseada no álbum mais recente, Higher, não é mais aquele rapaz boa-pinta, capaz de arrancar suspiros de multigerações. Quem sobe ao palco não é um crooner, aquele sucessor dos clássicos natalinos eternizados por Frank Sinatra. É, nitidamente, um artista que evoluiu. E nenhuma canção seria mais apropriada para iniciar a apresentação em Curitiba, realizada em 8 de novembro último na Arena do Athlético Paranaense, do que “Feeling Good”. Bublé não só demonstra sentir-se bem consigo mesmo e com seus fãs cada vez mais apaixonados – muitos deles de longa data, aliás – como mostra encarar a vida de outro jeito.

A confiança e a gratidão transbordam da sua voz e da sua performance, acompanhada de uma animada orquestra (formada boa parte por jovens e músicos locais). Bublé entretém, dança, “se joga” na plateia, faz piadas e atende ao pedido de um fã para cantar um trechinho de “Me and Mrs. Jones”, faixa que, aliás, não estava no roteiro. “Ainda bem que você escolheu uma que eu sabia”, brincou. Humilde, agradece à plateia por ter pago ingressos caros e confessa: “Quando eu vou dormir, rezo e agradeço a Deus por ter essas pessoas lindas na minha vida. Sentirei falta de vocês”. 

 Entre o “hi” e o “goodbye”, emenda um clássico no outro, temperando o set list com suas composições autorais como “Haven´t met you yet”, “Everything”, “Home” e “Higher”. Essa última, além de batizar o disco mais novo, foi composta em parceria como filho Noah. Bublé mostra ainda completo domínio da voz, sem cometer excessos, sem ao menos tomar água para refrescar a garganta. Tirando o terno violeta (um pouco justo), tudo é sob medida em sua apresentação. Sua voz, seus passos de dança aprimorados por conta da participação no programa Dancing With The Stars. A sintonia também aparece na interação com a plateia, com os músicos e o maestro da orquestra. 

Entre o palco principal e o secundário, ele desfila na passarela, olhando nos olhos das fãs (inclusive tem um apelo enorme com o público masculino!), que arremessam seus lenços e echarpes, emulando um ritual ao estilo de Elvis. Do ídolo de Memphis, emociona ao interpretar “Always On My Mind” e “Can´t Help Falling In Love”, que surge no meio de um medley com “You´re The First, The Last, My Everything”, famosa na voz potente de Barry White, e “To Love Somebody”, clássico dos Bee Gees. Sua nova roupagem para “Smile”, de Charlie Chaplin, arrepia.

Enfim, esse canadense, romântico inveterado, é capaz de costurar um repertório eclético, com arranjos modernos e sofisticados, esbanjando nostalgia, como se nessa salada só existissem as melhores frutas da estação. Tanto é que em seus 20 anos de carreira, gravou versões que vão de Queen, George Michael, Eric Clapton, Marvin Gaye e Stevie Wonder a, claro, Frank Sinatra. 

Agora, observando a vida em retrospectiva: se este show fosse realizado há três anos, quando minha mãe pediu para que eu comprasse as entradas (bem lá na frente), provavelmente um outro Bublé subiria ao palco. Provavelmente uma outra eu assistiria ao espetáculo. Mesmo porque nós duas também enfrentamos nosso próprio câncer.

Por isso, quando vou dormir, rezo e agradeço a Deus por ter acompanhado a dona Silvia nesta noite. Um espetáculo de show.

Set list: “Feeling Good”, “Haven´t Met You Yet”, “L-O-V-E”, “Such a Night”, “Sway”, “When You´re Smiling”, “Home”, “Everything”, “Higher”, “To Love Somebody”, “Hold On”,“Smile”, “I´ll Never Not Love You”, “Fever”,  “One Night”, “All Shook Up”, “Can´t Help Falling In Love”, “You´re The First, The Last, My Everything”,  It´s a Beautiful Day”, “Cry Me a River”, “How Sweet It Is (To Be Loved By You)”, “Save The Last Dance For Me” e “You Are Always On My Mind”.

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Floripa Eco Festival 2022

Oito motivos para não perder o festival de música e sustentabilidade que trará 30 atrações e 14 horas de show à capital catarinense

Planet Hemp

Texto por Frederico Di Lullo

Foto: Ronaldo Land (Planet Hemp) e Divulgação (Donavon Frankenreiter)

Se isto for um sonho, não me acorde! No dia 17 de setembro, em Florianópolis, todos os caminhos levam para o Floripa Eco 2022, um festival com mais de 30 atrações, 14 horas de show e três palcos que irão apresentar, entre outras atrações, artistas como Donavon Frankenreiter, Jorge Ben Jor, Planet Hemp, Emicida, Baco Exu do Blues e Criolo. Mesmo que você não tenha motivos para recusar a ida ao Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira, vamos citando logo oito para não deixar de estar lá presente. 

Estreia catarinense

Com a experiência de muitos festivais em Minas Gerais, a Sleepwalkers Entretenimento desembarca em Floripa com um festival que tem tudo para ser inesquecível para as mais de dez mil pessoas que se farão presentes neste próximo sábado. Basta torcer agora para que o Floripa Eco entre de vez no calendário musical de Santa Catarina, trazendo mais opções musicais e de cultura a todos os que apreciam arte e cultura por estes lados do sul do Brasil.

A lendária Canasvieiras

Quem chega aos “quase 30” sabe que o bairro icônico de Florianópolis, localizado na ponta norte da Ilha de Santa Catarina, foi palco dos maiores festivais de rock no estado, os tradicionais e extintos Planeta Atlântida (e ainda um longínquo M2000 lá no começo dos anos 1990, com históricos shows de Helmet e Fito Paez). Com o line-up mais do que interessante do Floripa Eco, os mais antenados poderão fechar os olhos e voltar no tempo, aproveitando do mesmo ar e brisa dos maiores shows que já balançaram Desterro.

Três palcos

Uma estrutura diferenciada, com três palcos, vai agitar a galera presente no Floripa Eco Festival 2022: o Twins Stage, local das grandes apresentações; o Bosque 5S Stage, com diversas atrações catarinenses e o Dance Eco Stage, que promete colocar todos para dançar com a apresentação de mais de dez DJs do país e de fora. Um espaço com gastronomia e galerias de arte também fará parte das mais de 14 horas de festival. É para abraçar, dançar, viver e se apaixonar, sempre curtindo a melhor vibe da ilha.

Donavon Frankenreiter

Diversos gêneros musicais

É soft rock, é rap, é samba, é funk, é eletrônico… A diversidade que urge do atual cenário musical nacional estará presente em mais de trinta atrações. Garantia de que muitos gostos estejam representados.

Planet Hemp de volta

Finalmente Marcelo D2, BNegão, Nobru Pederneiras, Formigão e Pedro Garcia voltam a tocar em solo ilhéu, prometendo fazer um set list recheado de clássicos como “Legalize Já”,  “Queimando Tudo”, “Dig Dig Dig” e “Mantenha o Respeito”, entre muitas outras obras que fazem a cabeça dos fãs da banda. Em tempos sombrios e de esperança crescente, este será, sem sombra de dúvidas, um afago na alma e um convite irrecusável para repensar, refletir, recusar e resistir.

Parcerias de peso no rap

Dentro deste line-up matador, destaca-se também o show Emicida feat Criolo & Rael & Rashid. Será simplesmente um momento histórico de reunião de grandes nomes do rap nacional. Como se não bastasse, haverá mais um concerto múltiplo: Baco Exu do Blues feat Urias & Muse Maya.

Donavon Frankenreiter

O surfista e músico “das antigas” é o headliner desta edição do Eco Floripa. Com mais vinte anos de carreira na mala e apresentações em inúmeros palcos espalhados pelo planeta, chegou a vez da lenda da surf music ser recebida em Floripa. Todo mundo cantará junto sucessos como “Free”, “It Don’t Matter” e “Big Wave”.

Lixo zero

O festival adotará medidas de lixo zero, reduzindo o uso de embalagens de uso único e trabalhando pela neutralização de carbono do evento. Também haverá intervenções artísticas neste sentido e uma feira de produtos sustentáveis. Afinal de contas, cultura, diversão e sustentabilidade não podem mais andar separadamente.

Music

Iron Maiden

Oito motivos para não deixar de ver o sexteto inglês mostrar aos brasileiros a atual turnê Legacy Of The Beast

Texto por Frederico Di Lullo

Foto: Divulgação

No fim de agosto, terá início uma nova turnê do Donzela de Ferro pelo Brasil. Serão três shows fora o do Rock In Rio, quando será a principal atração da noite do dia 2 de setembro. A banda passará por Curitiba (27 de agosto), Ribeirão Preto (30 de agosto) e São Paulo (4 de setembro). Para mais informações sobre locais, horários e compra de ingressos, clique aqui.

tour chamada Legacy Of The Beast recomeçou em maio, após interrupção por conta da pandemia da covid-19. O novo ponto de partida foi a Croácia, seguindo para outras terras europeias como Sérvia, Bélgica, Inglaterra, Suíça, Alemanha e Grécia. No total, já passou por 24 países.

Na atividade desde 1975, o Iron Maiden detém o título de banda de rock de grande porte que mais tocou por aqui em nosso país. Por isso, talvez não precisasse, afinal estamos falando do nome mais popular de heavy metal de todos os tempos. Mas se você ainda conhece pouco do trabalho dos ingleses ou ainda está em dúvida de colar por lá, o Mondo Bacana alavanca oito motivos que vão fazer você pirar sua cabeça e não hesitar mais a respeito disso.

O maior espetáculo da terra

Este não é apenas um show de rock, sim uma experiência de vida. Ver o Iron Maiden se apresentar ao vivo pelo menos uma vez na vida é algo que qualquer amante de música precisa fazer. O show é sempre incrível, oferecendo pirotecnias de última geração, explosivos, elementos gigantes no palco e, por vezes, até um lança-chamas. Isso sem falar sobre os sucessos da banda. Mas isso é papo para outro tópico.

Fase final de turnê

O que é bom uma hora acaba. A atual turnê do Iron está chegando ao fim, depois de mais de quatro anos de shows. Está certo que a pandemia da covid-19 alongaram a agenda, mas, mesmo assim, agora está acabando de vez. Serão ao todo 140 apresentações, com o fim marcado para o dia 27 de outubro, na cidade de Tampa, nos Estados Unidos.

set list

Todos os clássicos estão aqui. Não falta um. O que torna este set list um dos mais impressionantes dos últimos anos, reunindo pérolas de quase meio século de shows. E tem mais: o atual set é o primeiro a apresentar material da era Blaze Bayley desde a Dance of Death World Tour, em 2004, com a inclusão de “Sign Of The Cross” e “The Clansman”.

Bruce Dickinson

Ele nunca teve aulas de canto, mas isso não o impediu de se tornar um dos mais respeitados gogós da história do rock. Fã de aviões e piloto profissional, ele cita como influências nomes como Arthur Brown, Peter Hammill (Van der Graaf Generator), Ian Anderson (Jethro Tull) e Ian Gillan (Deep Purple). Para quem não se lembra, Bruce entrou na banda no álbum The Number Of The Beast (1982), após a saída de Paul DiAnno, o primeiro frontman da banda. Entre idas e vindas (Bayley foi o vocalista entre 1994 e 1998, período em que Dickinson alçou carreira solo), histórias tristes e outras muito incríveis, alguém ainda consegue imaginar o Iron Maiden sem seu icônico cantor?

Steve Harris

Se Bruce é o coração, Harris é o cérebro por trás da besta. Ele é o principal compositor e mentor intelectual da banda, sendo um ícone para todos os fãs de metal. Tem show do Iron? Então lá ele estará, com um pé no PA, olhando fixo para a lente dos fotógrafos e apontando seu baixo a eles. Um monstro da música. E o dono da bola e do campinho.

O local em Curitiba

Como não poderia ser diferente, a Pedreira Paulo Leminski será o palco para esta grande celebração do calendário rock’n’roll de 2022. Inaugurada em 1990, os moradores da região do Pilarzinho até tentaram, mas não conseguiram acabar com os maiores shows do Paraná e do Sul do Brasil por lá. O local, que comporta até 25 mil pessoas, promete estar mais uma vez lotado para receber a Dama de Ferro mais uma vez. Assim como em 1998 e 2008.

Músicas tocadas pela primeira vez

Embora já tenha um novo álbum (Senjutsu, de 2021), a atual turnê foca no mundo antes da pandemia, trazendo o playlist clássico. Contudo, desde a volta em maio, vêm sendo tocadas quatro faixas do disco mais recente. São elas: “Senjutsu”, “Stratego”, “The Writing On The Wall” e “Hell On Earth”. E os fãs não perderão por esperar: a banda prometeu tocar esse álbum na íntegra em um futuro bem próximo.

Sempre pode ser a última vez

Os integrantes do Iron Maiden já estão próximos da faixa dos 70 anos (apenas um dos seis já alcançou a marca agora em junho!). E acabamos de passar por uma pandemia, que ajudou a tirar a vida de milhões de pessoas em faixa de idade mais avançada. Portanto… você já parou para pensar que estes senhores, idosos, não são imortais? O que pode acontecer se um deles nos deixar? A banda irá acabar? Por isso, meu caro, não dê margem às teorias. Vá logo para esse show e up the irons!