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Uma Segunda Chance Para Amar

História inspirada em canção de George Michael traz Emilia Clarke como uma jovem atrapalhada em busca da felicidade em tempos natalinos

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Texto por Ana Clara Braga

Foto: Universal Pictures/Divulgação

Filmes românticos que se passam nos feriados de final de ano já são rotineiros em Hollywood. Uma Segunda Chance Para Amar (Last Christmas, Reino Unido/EUA, 2019 – Universal Pictures) faz parte de mais uma leva de longas que tentam emplacar bilheteria com carisma e uma história açucarada. Com direção de Paul Feig e roteiro dos atores Emma Thompson e Greg Wise, o longa conta a história de Kate (Emilia Clarke) uma jovem sem rumo que acabou de se recuperar de um problema de saúde. A atriz de Game of Thrones dá vida a personagem de forma natural, gostosa de assistir. Com todos os erros, acertos, atrapalhos e reviravoltas, Kate torna-se uma mulher de fácil identificação.

Tudo muda para a protagonista quando ela conhece Tom (Henry Golding), um homem misterioso que parece enxergar a vida de uma maneira muito mais leve. A premissa clichê não compromete momentos genuinamente divertidos e emocionantes, somados a atuações espontâneas e nem um pouco tediosas. Emma Thompson também faz uma participação como Petra, a peculiar mãe de Kate. Sempre impecável, a atriz diverte e torna-se um dos destaques de Uma Segunda Chance Para Amar.

O filme apresenta uma visão interessante sobre a necessidade – ou não – de um relacionamento na vida de uma mulher. Ponto positivo. É um refresco para o gênero apresentar uma reflexão sobre um tema tão usado e desgastado. A trilha sonora embalada por George Michael é outro acerto e tanto. A delicada homenagem ajuda a contar a história e a criar a imagem da personagem principal, fã de carteirinha do cantor – cuja música “Last Christmas”, gravada em 1984 quando ele ainda participava da dupla Wham!, inspira a trama deste longa-metragem.

Mesmo com sua história bonitinha e divertida, Uma Segunda Chance Para Amar não foge do brega e do previsível. A reviravolta, não tão surpreendente, dá a sensação de que algo não foi explicado direito. A revelação poderia ter sido feita de uma maneira um pouco mais natural e menos nos moldes de novela das 6.

Com um elenco estrelado, um diretor acostumado a fazer comédia e a mesma roteirista responsável por Razão e Sensibilidade, as expectativas para esse filme eram altas. A sensação ao fim dos créditos é a de que faltou algo. Pois, afinal, tantos nomes grandes juntos deveriam produzir algo grandioso como um todo.

Music, Videos

Clipe: Ultimate Painting – Not Gonna Burn Myself Anymore

Artista: Ultimate Painting

Música: Not Gonna Burn Myself Anymore

Álbum: Up! (2018)

Por que assistir: A trajetória da parceria de Jack Cooper e James Hoare foi fugaz. Não passou dos quatro anos. Entretanto, foi muito prolífica. Deixou o legado de quatro álbuns. O mais recente, inédito, acaba de vazar na internet. Quando Jack brigou com James e veio a público no último mês de fevereiro declarando o fim do Ultimate Painting por “diferenças irreconciliáveis”, ele disse que o novo trabalho nunca chegaria a ver a luz do dia, embora os fãs tivessem se mobilizado pela internet pedindo pelo lançamento, anteriormente programado para abril (pelo selo indie Bella Union, fundado pelos ex-integrantes do Cocteau Twins Robin Guthrie e Simon Raymonde) e cancelado após a separação dos músicos. Entende-se. Cooper e Hoare, sempre com a companhia de um baixista e um baterista, eram, juntos, a alma da banda. Ambos tocavam suas guitarras dedilhadas e cantavam juntos as doces melodias compostas para as canções, no melhor estilo Teenage Fanclub e Byrds. Tudo de forma suave, tocante, bonita. Jack descrevia as canções da dupla como “uma reação à vida moderna”. Segundo ele, todas elas, executadas de forma simples e orgânica, sem Pro-Tools no estúdio, tal qual os sucessos que tocavam antigamente no rádio, quando este era um veículo mais eclético musicalmente e não tão abarrotados de músicas cheias de efeitos digitais e pedaços construídos separadamente e depois unidos, manipulados e até distorcidos através do computador. “As melhores músicas, às vezes, são espontâneas e puras. Parece catártico tirar tudo isso”, chegou a afirmar. “Not Gonna Burn Myself Anymore” é um exemplo disso. A primeira faixa do derradeiro disco a ganhar videoclipe – com imagens antigas de viagens, apresentações e bastidores de concertos da banda, todas em preto e branco – foi composta de uma só vez, em um lampejo de minutos de Cooper.

Texto por Abonico R. Smith