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Ghostbusters: Mais Além

Franquia de sucesso da década de 1980 volta aos cinemas com protagonistas adolescentes e homenagens aos filmes originais

Texto por Flavio Jayme (Pausa Dramática)

Foto: Sony Pictures/Divulgação

O público de hoje pode não saber, mas na década de 1980 os Caça-Fantasmas se tornaram fenômeno mundial. Os filmes foram um acontecimento pop e viraram até desenho animado e videogame com o divertido Geleia como coadjuvante.

Os Caça-Fantasmas, o primeiro filme, foi lançado em 1984 e trazia astros da época em uma história cheia de ação, fantasia, humor e, claro, fantasmas. Nomes como Bill Murray, Sigourney Weaver, Dan Aykroyd e Rick Moranis estavam à frente do elenco e ajudaram a catapultar o sucesso do título com seu carisma e talento. Dirigido por Ivan Reitman, o longa gerou uma continuação um pouco menos memorável em 1989 e ficou marcado na história do cinema.

Como vem acontecendo hoje, não tardaria para que os Caça-Fantasmas voltassem para as telas em um reboot, sequência ou remake. Esqueça o filme de 2016, estrelado por Melissa McCarthy e Kristen Wigg. Ele funciona no máximo como um spin-off esquecível, exagerado e desnecessário.

Agora, depois de vários adiamentos por conta da covid-19 finalmente podemos assistir a Ghostbusters: Mais Além (Ghostbusters: Afterlife, Canadá/EUA, 2021 – Sony Pictures) no cinema. Assim mesmo, com o nome da franquia em inglês, como ditam as regras da globalização. Desta vez, a história vem pra se conectar com o público mais jovem e criar uma nova geração de fãs. Feito para os pais nostálgicos (que são apaixonados pelas duas aventuras de suas infâncias) levarem os filhos ao cinema, Ghostbusters: Mais Além vem prontinho para o momento. Não é apenas uma sequência tardia, mas também uma homenagem aos filmes originais e um reboot. Tudo em um pacote só.

Na aventura, conhecemos Phoebe (McKeena Grace) e seu irmão Trevor (Finn Wolfhard). Ela com 12 anos e ele com 15, os dois são levados para a fazenda do avô que acabou de falecer. Falida, a mãe vai ter que reconstruir a vida sem dinheiro ali naquela cidade minúscula no meio do estado de Oklahoma com os filhos. As crianças não tardam a perceber que a casa do avô está cheia de mistérios e coisas estranhas passam a acontecer.

Durante todo o filme, é nítida a dedicação do diretor Jason Reitman (não por acaso, filho de Ivan Reitman, diretor das produções originais) em homenagear o longa de 1984 e seus protagonistas. A própria história tem um ar de “antiga”, como se fosse algo feito décadas atrás. Não estão ali os exageros nos efeitos especiais tão comuns hoje em dia, nem a histeria no roteiro e até mesmo alguns monstros ou apetrechos parecem “mal feitos” de propósito para dar a ideia de que ainda estamos vendo um filme dos Caça-Fantasmas originais. Desnecessário dizer que aconselhamos muito que você reveja os longas originais antes de ir ao cinema. Mas claro que o longa sofre de uma das maldições do cinema atual: agora os protagonistas são crianças e adolescentes. Os adultos – e aí inclua o careteiro Paul Rudd (de Homem-Formiga) – são meros coadjuvantes da história.

Com um humor inteligente e ágil, muita homenagem aos filmes anteriores e trazendo caras novas para dar continuidade à história, Ghostbusters: Mais Além é um produto de seu tempo: um reboot-sequência que agrada tanto aos fãs antigos quanto cria e se comunica com os novos. Feito na medida pra geração que nasceu na década de 80 e hoje celebra séries e filmes situados na época e olha pro passado com nostalgia. Mas sem esquecer de também olhar pro futuro, o longa também é feito para os mais jovens, repleto de ação e humor. Um filme que abre caminho para o futuro, ainda que ele pareça estar no passado…