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Popload Festival 2018

Blondie e Death Cab For Cutie vêm pela primeira vez ao Brasil; Lorde, MGMT e At The Drive-In também se apresentarão no evento

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Texto por Abonico R. Smith

Fotos: Divulgação/Reprodução

A tarde desta segunda,19 de março, foi de agitação entre os fãs do indie rock no Brasil. O Popload Festival anunciou de uma tacada só o line-up da edição de 208 deste que é o único remanescente dos grandes festivais alternativos brasileiros do segundo semestre. Nesta temporada, vários dos nomes chamam a atenção, o que promete fazer da tarde e noite do feriado de 15 de novembro uma série de momentos inesquecíveis.

Aproveitando a ocasião, o Mondo Bacana faz uma análise do que promete cada um dos shows deste próximo PF, que mais uma vez ocupará o espaço do Memorial da América Latina, no bairro da Barra Funda (bem ao lado da estação de metrô do mesmo nome), cidade de São Paulo.

LORDE

É muito raro um artista do segmento pop/rock pode ser visto por uma plateia brasileira no auge de sua carreira. Esta garota neozelandesa integra este seletíssimo grupo. Depois da fenomenal estreia, que emplacou o hit mundial “Royals”, ela levou quatro anos para lançar o tão esperado segundo álbum. Melodrama chegou em 2017 para espantar a expectativa de quem achava que o sucesso seria fogo-de-palha Incluído em quase todas as mais importantes listas dos melhores discos do ano passado, o trabalho reafirma a verve de boa letrista da moça e ainda conduz o ouvinte a uma série de pensamentos confessionais e reflexões acerca das dores e sofrimentos de uma adolescente alçada ao megaestrelato de uma hora para outra e que tem que aprender com a famigerada come of age bem mais cedo do que previa. De quebra, ainda aprofunda a música de Lorde a uma ambi6encia mais experimental e menos pop do que no álbum anterior.

Veredito: show imperdível, ainda mais por se tratar do único em toda a América do Sul em 2018.

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BLONDIE

Cânone da new wave norte-americana que inexplicavelmente nunca havia vindo tocar no Brasil em quase cinco décadas completas de carreira. A turnê baseada no mais recente álbum, Pollinator, vem para corrigir este atraso histórico e até então imperdoável para os fãs da trupe comandada pela eterna sex-symbol do underground Debbie Harry. Mas não se engane com o set list: uma ou outra faixa do novo disco serão incluídas lá, claro. O grosso, porém, fará um belo passeio pela galeria de hits da banda. “One Way Or Another”, “Maria”, “Atomic”, “Heart Of Glass”, “Rapture” e “Dreaming” são exemplos de canções que nunca deixam de ser tocadas em quaisquer apresentações do sexteto, que hoje conta com apenas três integrantes da formação original: a vocalista, o guitarrista Chris Stein e o baterista Clem Burke.

Veredito: depois de quase meio século será imperdoável deixar de ver o Blondie em ação em solo brasileiro, mesmo que a idade dos integrantes já comece a pesar sobre os ombros.

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MGMT

E já se vai uma década do tempo em que a dupla de amigos de faculdade Ben Goldwasser e Andrew VanWyngarden irrompeu no cenário alternativo com uma bela proposta de unir o psicodelismo californiano ao pop eletrônico. Contando com um arrasador trabalho de estreia, do qual saíram os ainda hoje hits “Time To Pretend” e “Kids”, o MGMT tornou-se ícone da imprensa alternativa e dos fãs dos bons sons, mesmo se arriscando em trabalhos mais complexos, confusos e difíceis de digerir na sequência discográfica. Em fevereiro deste ano, porém, a dupla lançou Little Dark Age, seu quarto álbum, simulando a intenção de retorno à sonoridade de seus primeiros anos. As melodias não são tão poderosas quanto as de outrora, mas pelo menos a dupla mantém um pé bem fincado nos sons sintetizados de teclados e bateria que marcaram a primeira metade da década de 1980, o que pode estimular quem gosta de qualquer resquício de pós-punk nas bandas de hoje.

Veredito: assistir a um show do MGMT é sempre uma incógnita, já que a performance entregue no dia pode ir do fascínio completo ao tédio mortal, o que bem provou a participação da dupla em duas edições do Lollapalooza Brasil. De qualquer forma, vale a pena arriscar por causa qualidade do primeiro e do mais recente álbum.

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AT THE DRIVE-IN

Entre 1994 e 2001, este grupo texano arrebentou no circuito alternativo, com shows disputadíssimos e três ótimos discos. Depois seus integrantes passaram a se dedicar a projetos paralelos (como o Mars Volta e o Sparta) até que voltaram a reunir no ano passado, para a gravação e o lançamento do álbum, mais a proposta de retomar a carreira deste que é um dos ícone do chamado post-hardcore. O que para os fãs da união de potentes vocais ora cantados ora berrados, guitarras pontiagudas e batidas quebradas se tornou uma noticia a ser bastante celebrada.

Veredito: se em disco o som já é uma pancada só, ao vivo o ATDI costuma ser ainda mais arrebatador. Ainda mais pela performance de entrega total do vocalista Cedric Bixler-Zavala, que costuma fazer malabarismos segurando o microfone no palco.

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DEATH CAB FOR CUTIE

Formado em 1997, quando o rock alternativo já estava em baixa nos EUA, o DCFC soube enfrentar a maré contrária e já em seus primeiros anos conquistou seu espaço definitivo na galeria das grandes bandas norte-americanas daquele período. Tudo por causa do carisma do vocalista Ben Gibbard (que não tardaria ase casar com uma musa do alt-rock, a também atriz Zooey Deschanel) e o talento versátil em vários instrumentos de Chris Walla. Passadas duas décadas, o DCFC mantém-se firme e forte na carreira, com uma sólida e extensa discografia (oito bons trabalhos) e já sem Walla na formação. Kintsugi (2015) é o mais recente trabalho fonográfico e chegou a ser indicado ao Grammy, o que significa pertencer de vez ao mainstream da ndústria da música. Mesmo assim, Gibbard e sua banda nunca haviam tocado no Brasil.

Veredito: O grupo faz a linha cancioneiro pop discreto e com ligeiro verniz alternativo. Suas performances são competentes mas, para quem não é muito fã, podem soar repetitivas e monótonas.

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MALLU MAGALHÃES & TIM BERNARDES

Pela primeira vez juntos, os dois farão um show exclusivo para o festival. Ambos vêm na esteira de lançamento de discos, ele o primeiro de sua carreira solo, todo executado e gravado de maneira solitária, sem a ajuda de ninguém. Mallu faz linha mais emotiva e confessional nas suas letras. Já Tim, distante dos companheiros do Terno, adotou uma postura mais íntima e pessoal, tanto no formato musical quanto nos versos.

Veredito: Mallu já participou de um projeto de criação colaborativa, com o marido Marcelo Camelo, sob o nome Banda do Mar. Tim sempre tocou em banda mas sendo a cabeça pensante central. Talvez os dois rendam uma boa mistura nesta tarde na Barra Funda.

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LETRUX

Leticia Novaes era a metade cantante da dupla/casal Letuce até a parceira com Lucas Vasconcelos se desfazer por inteiro. No ano passado ela lançou-se em carreira solo sob o nome de Letrux, ganhando altos elogios da imprensa nacional e já engatando novas colaborações com outras cantoras, como Marina Lima, Ana Claudia Lomelino e Martha V. Os arranjos se dividem entre o flerte com as pistas de dança e o intimismo pós-relacionamento.

Veredito: Levar um bom disco para um palco não depende apenas do talento de artista e da qualidade das canções. Requer também a confluência de uma boa escalação de horários e shows no mesmo local, ainda mais em se tratando de um festival. Corre o rsico de ser um ótimo show visto por muito pouca gente ou ainda ser ignorado por boa parte de quem estiver por lá, mais interessado em ver as atrações estrangeiras posteriores.

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